Mesmo com tudo caminhando bem, com as coisas leves e no lugar, Beatriz ainda sentia aquele incômodo silencioso, uma pontada de vazio que ela não conseguia ignorar. Sabia o que era — sempre soube — mas tentava empurrar pra longe, sufocar dentro de si toda vez que a lembrança batia. Era um tempo bom, livre. Ela estava cuidando da própria vida, tomando suas decisões sem precisar pedir permissão. Até Giovanni, por mais controlador que fosse, havia dado um passo atrás. Não se afastou por completo, claro, mas permitiu que ela decidisse por si. Ela deixava as partes mais chatas com ele — como a escolha do tipo de casamento, o tema da decoração, até os detalhes do quarto do bebê. Essas pequenas coisas, que deveriam encantá-la, não despertavam o mesmo brilho. Ainda assim, ela estava lá. Sentada na

