Capítulo 4 galego .
Galego narrando .
Nessa vida que eu levo , eu aprendi a viver o hoje , deixa o amanhã pra amanhã , por que pode ser que eu nem esteja mais aqui , então eu só curtu um dia por vez .
Mas não pense que é fácil .
às vezes o hoje pesa tanto que a gente só quer sumir . Eu acordo com o som da rua me chamando , o cheiro de café queimado vindo da janela da vizinha , e já sei , mais um dia pra garantir o pão , mais um dia pra pagar promessa e , se der sorte , arrumar um pouco de paz . Paz não é luxo, é sobreviver sem ter que olhar por cima do ombro o tempo todo .
Tem gente que acha que eu sou frio , que eu não sinto nada . Mentira . Eu sinto demais . Só aprendi a esconder . A dor , eu guardo no bolso junto com a minha glock e com as lembranças ruins , tudo junto , do mesmo jeito que se carrega o que precisa . Às vezes eu paro no meio da rua e fico lembrando do que podia ter sido , das escolhas que me trouxeram até aqui . Mas lembrança não paga conta , e arrependimento não traz quem a gente perdeu de volta .
Teve uma vez que eu pensei em mudar. Falei isso pra um amigo, e ele riu como se eu tivesse contado uma piada. “Galego”, ele disse, “mudar é coisa pra quem tem opção.” E pode até ser verdade, mas eu tenho umas opções escondidas que ninguém sabe. Não são grandes coisas — uma noite sem briga, um almoço com a família sem medo — mas pra mim já é ouro. Às vezes o amanhã aparece assim, sem aviso, com uma chance pequena, e eu agarro. Outras vezes eu deixo passar, com medo de perder aquilo que eu já sei segurar .
O que me salva é a lealdade . Lealdade com quem é da minha roda , com quem me estendeu a mão quando eu tava caído . Eu não sou santo , nunca fui, mas se alguém da minha turma chama eu vou . Se for pra proteger, eu vou primeiro; se for pra cobrar, eu volto depois . É desse modo torto que a gente constrói respeito por aqui — não com palavras, mas com ações que nem sempre o mundo aprova .
E o medo? Ah, o medo vive grudado em mim como camisa colada no corpo. Não é só por mim não — tem gente pequena que depende de mim, tem promessa no nome de criança, tem corpo frágil que não suporta minha ausência . Por isso eu corro, por isso eu faço barulho, por isso eu falo alto quando preciso. Medo não é fraqueza, é combustível. Quem acha o contrário não sabe o que é carregar responsabilidade.
Se eu pudesse dar um conselho, diria: aprende a olhar pro lado bom que tem entre um soco e outro. A gente não precisa achar felicidade em tudo, mas dá pra achar motivo de sorrir no meio da tempestade — uma música que toca na praça, um churrasquinho dividido, a risada de quem ainda acredita. Eu agarro esses milagres miúdos como se fossem salvação, porque, no fim das contas, são.
Hoje à noite eu vou pra rua. Talvez encontre problemas, talvez encontro abraço. A vida do morro é isso: imprevisível e voraz. Mas enquanto o sol nascer, eu vou viver o hoje. Que o amanhã se vire com os seus próprios fantasmas.
Eu sei que já cheguei falado um monte de coisa sem sentido e nem me apresentei pra vocês né não. ? Então bora lá, meu nome é Vitor, mais todos me chamam de galego , e quem me deu esse vulgo foi o grande Marcão , o dono da p***a toda , ele que me deu oportunidade de ser e ter o que eu tenho hoje, e eu não vou dizer que ele era uma pessoa fácil, por que ele não era , mais por traz de toda a cara de m*l existia uma pessoa boa , que tava sempre ajudando quem precisava e o tenebroso puxou isso dele , e por falar no tenebroso hoje ele tá virando no giraia por isso eu vou me manter bem longe da sala dele .
Xx - ae o tenebroso tá te procurando .
O br entra na minha sala falando .
Galego - eu sei , por isso eu to aqui .
Br - e tu acha que ele não vai vim te procurar aqui ?
Galego - não, por que eu raramente fico aqui .
Br - o que tu aprontou ?
Galego - eu ? Nada , ele que tá com um humor do cão .
Br - deve ser por que hoje tem consulta do Caio.
Galego - c*****o , e verdade , eu esqueci da consulta do meu afilhado , e parede que essa médica e nova .
Br - tomara que não seja igual a outra .
Galego - eu também , agora deixa eu ir lá ver o que ele quer .
Br - e eu vou almoça com a minha gata .
Ele fala e sai da minha sala e eu já me levanto e pego a minha arma e o meu rádio e também saio da minha sala e já vou pra do tenebroso, mais quando eu chego ele não tá mais lá , e pela hora eu sei que ele foi pra casa , então eu vou lá ver o que ele queria e já aproveito e bato um rango , por que a comida da tia é melhor do que a de qualquer restaurante .
Então eu vou pro lado de fora e já subo na minha moto e no meio do caminho eu vejo a lurdinha na rua, e por que não comer a sobremesa antes do almoço ?
Lurdinha - oi gato .
Galego - e ai tá de boa ?
Lurdinha - boa e gostosa .
Galego - então sobe aí pra mim ver se tu tá gostosa mesmo.
Ela da aquele sorriso safado e sobe na minha moto e eu já mundo a direção e vou pro meu barraco do abate , e sim eu tenho a minha casa , mas eu não levo mulher lá, eu tenho um barraco pra isso , que não é bem um barraco. Mais aqui no morro e assim que se chama a maioria das casas .
Assim que eu chego e paro a moto ela já desce e eu faço o mesmo e entro com ela e ela já vai tirando a roupa e eu faço o mesmo e me sento no sofá e ela já vem sentado no meu colo e vem me beija .
Galego - tá maluca p***a ?
Lurdinha - eu só queria um beijo .
Galego - e desde quando tu me viu beijado alguém ?
Lurdinha - nossa , era só um beijo, a gente já fica a tanto tempo .
Galego - tu já tá viajando, e pra mim não dá não, eu não me apego e tu sabe disso, então nem vem com esse papo não .
Lurdinha - poxa galego, por que você me tranta assim .
Galego - mano pra min já dei , mete o pe .
Lurdinha - não faz isso, vamos continuar . .
Galego - Mete o pé .
Eu tiro ela do meu colo e me levato e já começo a colocar a minha roupa e ela pega a dela e coloca e sai batedo o pé e eu saio e já subo na minha moto e vou pra onde eu deveria ter indo desde o começo .
Assim que eu chego na frente da cada do tenebroso os crias já abrem o portão e eu entro parado a moto do lado da dele e já desço e vou entrado e não é qualquer um que tem essa liberdade.
Tenebroso - tu some o dia todo, mais na hora do rango tu aparece né não?
Galego - quem disse que eu sumi ? Eu tava na minha sala trabalhando .
Tenebroso - eu não vou nen te fala nada .
Fran - oi meu querido , tudo bem ?
Galego - oi tia , eu tô de boa e a senhora ?
Fran - tô bem , vem que a comida já tá na mesa .
Ela fala e vai pra cozinha e eu e o tenebroso vamos atrás dela e quando eu chego na cozinha eu vejo o caio sentado e vou até ele .
Galego - e aí moleque do dindo , de boa ?
Eu mexo no cabelo dele e ele faz cara feia , ele não gosta muito de toques , e o único que ele deixa abraça ele é o tenebroso a tia e eu de vez em quando e essa nao e uma das vezes , mais tá de bao e quando ele quizer me abraça eu vou tá sempre de braços abertos pra ele .
continua . . . .