Capítulo 9: Fugindo do Destino

1102 Words
Olivia Hayes Meu coração golpeava ferozmente contra as costelas enquanto eu tentava digerir tudo o que Alessandro revelara. A imagem daquele homem sombrio e a nota misteriosa ainda queimavam em minha mente, e eu não podia mais negar o óbvio: eu estava em perigo, e minha ligação com Alessandro só aumentava o risco. Precisei sair dali. Precisava fugir antes que fosse tarde demais. Esperei Alessandro se distrair com uma ligação urgente, aproveitando aquele breve instante para deslizar silenciosamente pela porta do apartamento. Meu corpo inteiro tremia, mas meu instinto de sobrevivência estava mais forte do que nunca. Desci às pressas pela escadaria de emergência, cada passo ecoando como um aviso desesperado para que eu continuasse correndo. O medo era um companheiro terrível, mas eficiente, impulsionando-me a seguir em frente. A rua estava escura e silenciosa, apenas o ruído distante do trânsito noturno cortava o ar pesado. Virei-me uma última vez para trás, certa de que Alessandro já estaria em meu encalço. Não havia tempo a perder. Meu celular vibrou violentamente em minha bolsa, o nome dele brilhando na tela. Ignorei, acelerando meus passos quase em pânico. Atravessei ruas vazias, com a mente rodopiando entre arrependimento e adrenalina. Uma risada desesperada escapou de mim enquanto eu percebia a loucura de minha fuga. Eu realmente achava que poderia escapar de Alessandro Volkov? Era quase cômico pensar que meu chefe, aquele homem implacável, obsessivo e controlador, me deixaria escapar tão facilmente. Foi quando ouvi passos atrás de mim. Firmes, pesados, determinados. Minhas pernas fraquejaram, mas reuni forças para seguir adiante. Senti um arrepio percorrer minha coluna. Sabia quem estava ali antes mesmo de olhar. — Olivia — a voz de Alessandro cortou a noite como uma lâmina afiada. — Pare. Agora. Uma onda de medo e desejo tomou conta do meu corpo simultaneamente. Eu odiava admitir, mas aquela voz, mesmo em tom ameaçador, tinha o poder de incendiar cada fibra do meu ser. Continuei andando, tentando ignorá-lo, mas minha teimosia apenas o enfureceu ainda mais. Em um segundo, senti seu braço firme agarrando minha cintura, puxando-me para um beco escuro. Minhas costas bateram contra a parede fria, e seu corpo pressionou-se contra o meu com intensidade avassaladora. — Não fuja de mim, Olivia — sussurrou ele, rosto próximo demais do meu. Seus olhos brilhavam com raiva e desejo. — Você não pode escapar do que já é inevitável. — Me solte, Alessandro — minha voz saiu fraca, quase implorando, embora meu corpo inteiro gritasse por seu toque. — Isso é loucura. Você está me colocando em perigo! Seu riso foi baixo e sombrio, cheio de ironia. — A única coisa perigosa aqui, Olivia, é você achar que pode fugir de mim. A tensão entre nós era palpável. Meu coração batia frenético, dividida entre o medo e a tentação insana de ceder aos impulsos que ele provocava. Sua respiração quente roçou meu rosto, e meus lábios se entreabriram instintivamente. — Eu odeio o quanto desejo você — confessei, minha voz tremendo de emoção. — Odeio que você tenha esse poder sobre mim. Alessandro segurou meu rosto com firmeza, forçando-me a encará-lo. — Não odeie — ele murmurou, antes de capturar meus lábios num beijo voraz e possessivo. Era como fogo, queimando-me por dentro, consumindo cada resquício de resistência. Sua língua exigia submissão, e eu cedia, entregando-me completamente ao calor proibido de sua dominação. Suas mãos deslizaram sob minha blusa, tocando a pele nua, arrancando gemidos desesperados de meus lábios. Aquele beco esquecido se tornou nosso mundo, um universo paralelo onde o perigo era o combustível de nossa paixão. — Diga que você é minha — ordenou ele contra minha boca, puxando meu cabelo suavemente, expondo meu pescoço ao seu beijo predatório. — Admita que você pertence a mim. — Alessandro… — gemi, incapaz de negar o óbvio. — Eu… sou sua. Sua reação foi imediata e intensa. Ele me ergueu, pressionando-me contra a parede fria, e senti o peso e o calor do seu corpo se encaixando perfeitamente ao meu. Seus quadris pressionaram-me sem delicadeza, deixando claro quem comandava aquele momento. Minha saia foi erguida apressadamente, e suas mãos invadiram minha pele com urgência feroz. Ele não pediu permissão, não precisava; meu corpo já implorava pelo dele, entregue e desejosa, condenada a uma rendição absoluta. Alessandro penetrou-me com força, roubando o ar dos meus pulmões, dominando cada centímetro do meu corpo enquanto seus lábios mordiam meu pescoço, deixando marcas que gritavam sua posse. — Você nunca mais vai fugir de mim, Olivia — rosnou ele, exigindo minha rendição. — Nunca mais. Eu gemia seu nome, rendida àquele prazer selvagem, arrastada pela tempestade de nossas emoções proibidas. A ameaça de perigo, o medo constante, apenas intensificava o ardor que nos consumia. O ápice nos atingiu juntos, uma explosão brutal e incontrolável. Agarrei seus ombros com tanta força que minhas unhas marcaram sua pele, enquanto ele enterrava o rosto em meu pescoço, respirando pesado, ofegante, igualmente destruído. Ficamos imóveis por um instante, presos naquele abraço proibido. Uma lágrima silenciosa escapou dos meus olhos ao perceber o quanto eu estava presa a ele — ao homem que eu deveria temer, mas não conseguia deixar. Finalmente, ele me colocou no chão, ajeitando minha roupa com delicadeza inesperada. Seus olhos ainda carregavam uma ameaça silenciosa quando sussurrou: — Não me obrigue a perseguir você de novo. Não quero machucar você, Olivia, mas não vou aceitar que se afaste de mim. Engoli em seco, as mãos ainda trêmulas. — Alessandro, você já me machucou mais do que imagina — murmurei, olhando diretamente em seus olhos sombrios. — Mas o problema é que eu não consigo ficar longe de você. Ele sorriu brevemente, mas seu rosto voltou a endurecer subitamente. Seu celular tocou, ecoando alto na escuridão, quebrando a tensão pós-extase. Ao atender, percebi pela sua expressão que algo grave havia acontecido. Seu maxilar se apertou, os olhos voltaram-se para mim carregados de um misto de fúria e preocupação. — Entendido — respondeu friamente, desligando em seguida. — O que houve? — perguntei, apreensiva. Alessandro fechou os olhos por um segundo, antes de me encarar novamente. — Sergei está aqui. Ele sabe sobre você. E não está sozinho. Meu sangue gelou. A realidade me atingiu com brutalidade: não havia mais fuga, nem do perigo que se aproximava nem do homem que me mantinha aprisionada em sua teia. Estávamos ambos presos ao mesmo destino sombrio, e a única certeza que eu tinha naquele instante era de que não havia mais volta. Eu pertencia a Alessandro, para o melhor ou para o pior. E, nesse momento, tudo indicava que o pior estava prestes a começar.
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