Capítulo 03

2674 Words
[6 Dia] — Come logo! — Lou disse pela milésima vez ao entrar no quarto e ver que eu não tinha comido. Aparentemente, pela a maneira que me tratavam, não eram tão acostumados a realizarem sequestros e muito menos manterem suas vítimas vivas. Desde o dia em que ouvi tais coisas vinda de meu pai, minha vontade de comer sumiu juntamente com a minha vontade de viver. Se eles me liberassem, para onde eu iria, não teria nenhum local para voltar. — Já disse que não. — Resmunguei pela milésima vez, fazendo-o suspirar longamente. — Então pelo menos bebe a água. — Ele disse como se estivesse preocupado com o meu bem estar, mas como eu sou teimosa, neguei novamente. — Então morre de fome, que inferno. — Saiu fechando a porta com força. Sexto dia e eu me pergunto porque ainda estava sendo mantida viva. Eles sabiam que não iriam ganhar dinheiro, então porque ainda não me mataram ou me jogaram em alguma floresta sem comida, sem rouba e sem qualquer tipo de localização. Me deitei na cama de barriga para cima, colocando o meu antebraço em meus olhos, tampando-me da luz da lâmpada que tanto me incomodava. Ouvi a porta sendo aberta devagar, tirei meu antebraço dos olhos apenas por curiosidade para ver quem era, vendo que era o menino que a Liang havia ameaçado com uma arma quando eu acordei após ser sequestrada. — Quanto tempo hein! — Ele disse vindo em minha direção com um sorriso nos lábios. Um sorriso que passou por todo o meu corpo correntes elétricas, deixando-me com medo. — Olha, não querendo ser m*l educada, mas poderia me deixar sozinha? — Indaguei na esperança dele entender que eu queria ficar sozinha ignorando a corrente que a cada segundo me deixava ainda mais assustada, mas ao ver sua expressão de malícia, tudo sumiu. — Existe coisas melhores do que ficar sozinha. — Ele disse se aproximando da minha cama ainda mais, antes que eu reagisse, segurou os meus pulsos ficando em cima de mim. — Me solta seu merda! — Exclamei me debatendo, fazendo-o rir assustadoramente. Ele ignorou o que eu disse, começando a beijar meu pescoço me dando náuseas. Agilmente ele segurou minhas duas mãos somente com uma sua e a livre, ele usou-a para rasgar a minha blusa, deixando o meu sutiã amostra. Depositei um chute em seu m****o já que eu estava com as pernas soltas, vendo-o tombar para o lado com as mãos no lugar. Levantei-me rapidamente, indo em direção a porta tentando-a abrir, porém ele havia trancado, aumentando o meu desespero. — Socorro... — Comecei a bater na porta, esperando alguém vim me ajudar. — SOCORRO! — Olhei em volta, esperando encontrar algo para me defender, mas não havia nada de útil. Observei-o vim em minha direção com uma sobrancelha arqueada para mim, tentei correr para o banheiro, mas suas mãos pegou o meu cabelo e puxou-o com força, arrancando um gemido de dor da minha parte. — Parece que vai ser bastante divertido. — Ele disse jogando-me contra a parede, impossibilitando que eu movesse minhas pernas para batê-lo, e as minhas mãos para arranhá-lo. — LOOOU! — Gritei altamente ao senti-lo abrir os botões da minha calça enquanto meus olhos marejavam temendo do que viria logo em seguida. Escutei a porta sendo aberta, olhei para a mesma esperançosa e soltei um suspiro de alívio ao ver que era o Lou. Ele arregalou os olhos enquanto o menino me soltava no mesmo instante. Minhas pernas falharam e eu cai de joelhos. — Você está bem? — Ele perguntou analisando-me completamente. Concordei agradecendo por ele ter aparecido naquele momento. — Corre, corre para mais longe que você conseguir, pois se eu te pegar você morre. Assim que o Lou terminou de falar o menino saiu correndo do quarto, enquanto o mesmo, em silêncio, caminhava em direção a porta, fechando-a e trancando em seguida. Encostei-me na parede, soltando um suspiro de alívio por ele ter me ouvido chamar por ele e por ele ter vindo ver o que estava acontecendo por eu ter chamando-o. Aquela atitude só confirmou que eles não eram tão ruins tanto quanto eu imaginava. Passaram-se horas deste que o Lou saiu em um silêncio enorme. Por mais que eu tentasse escutar o que eles estavam dizendo lá em cima, eu não conseguia, resultando em um resmungo enorme da minha parte. Estava sentada no chão encostada na cama, encarando os meus pés que balançavam de um lado para o outro, igual à uma criança do primário. Escutei a porta sendo destrancada, fazendo com que eu desviasse o meu olhar para ver quem era. — Liang! — Sorri ao vê-la entrando com uma blusa em suas mãos e com o olhar um pouco surpresa. — O que foi? — Nada demais! — Ela respondeu-me sorrindo de lado, entregando-me a blusa em suas mãos. — Meu irmão tá um pouco estressado se ele vier aqui e brigar com você, chame a gente.  — Tudo bem! — Concordei vestindo a blusa que ela havia me dado. — Vocês decidiram o que vão fazer comigo? — Não! — Ela murmurou sentando-se na cama ao meu lado. — Mas eu acho que eles não vão te matar, pois eu escutei o Qiao falando que você poderá ser útil. — Em que mesmo? — Indaguei e ela deu os ombros como resposta. — Isso não soa muito bem não! — Você... Poderia me falar mais sobre a sua vida? — Ela perguntou e eu encarei-a debaixo com uma sobrancelha arqueada. — Para você conseguir fazer o meu irmão agir daquela maneira, você deve ter um passado igual ao nosso. — Não querendo ser grossa, mas eu não irei comentar algo tão delicado assim com você. — Exclamei encarando as minhas mãos. — Isso aconteceu no passado e eu quero mais do que tudo que isso continue nele. Escutamos barulho de gemidos de dor e em seguida o Lou entrou no quarto segurando o menino que tentou abusar-me. De qualquer maneira, ele jogou o menino no chão em minha frente, apontando uma arma na sua cabeça. Parece que ele tem uma paixão em jogar as pessoas no chão! — Diga o que você tem para dizer a ela! — Lou disse referindo-se para mim, enquanto o menino me olhava surpreso. — Anda logo! — Destravou a arma deixando-o desesperado. — M-Me desculpe... — Ele disse rapidamente. — E-Eu não queria machucar daquela maneira, eu não queria abusar de você... Me desculpe! — Fez uma reverência em minha frente, deixando-me completamente sem ação. Antes que eu o respondesse, Lou pegou o menino e puxou ele para fora do quarto da sua maneira gentil de guiar as pessoas. Encarei a Liang que estava com os olhos arregalados para a porta, pigarrei e ela me encarou. — Você é diferente Jismine... — Ela disse sorrindo largamente para mim, deixando-me confusa. — Fico feliz em tê-la comigo, sinto que você irá fazer grandes coisas com a gente. — Depositou um selar em minha bochecha, saindo do quarto alegremente, aumentando a confusão que eu estava sentindo.  [07 Dia] Acordei com o barulho da porta sendo fechada com força, como se fosse de propósito para me acordar, e surpreendentemente, conseguiu. Abri um dos meus olhos, procurando alguém de suspeito dentro do quarto, mas tudo que encontrei foi uma televisão em cima de uma estante móvel. Ignorei-a, mas ao mesmo tempo fiquei extremamente curiosa em ir ligá-la para saber o que estava acontecendo no mundo lá fora. Senti a minha barriga roncar de fome, porém, eu não iria comer nada. Encarei uma bandeja com comida ao lado da estante móvel. Me deitei tampando minha cabeça com o travesseiro, ignorando qualquer tipo de tentação tanto para a televisão quanto para a comida.   Já era de tarde e eu ainda não havia comido nada, e para piorar ainda mais eu estava travando uma batalha comigo mesmo para eu não ligar a televisão. Por fim me dei de vencida e levantei-me em um pulo indo até a televisão ligando-a. Parei em sua frente passando em todos os canais, parando em um que mostrava uma reportagem dos meus pais, aumentei o volume só para saber o que eles estavam falando. — Tem notícias de sua filha sr. Oheu? — O entrevistador perguntou colocando o microfone próximo a ele. —Sim! — Meu pai respondeu-o soltando um suspiro em seguida. — Encontramos o corpo dela ontem em um rio completamente desconhecido! — O que pretende fazer agora? — O entrevistador perguntou novamente, seguindo as perguntas que haviam dado para ele fazer. — O jeito é seguir em frente! — Meu pai soltou um soltou um suspiro, sorrindo assim que minha mãe apareceu ao seu lado. — Mesmo essa notícia ser bastante triste, temos uma novidade enorme! — Colocou a mão na barriga da minha mãe, fazendo-me arregalar os olhos. — Iremos ter um filho homem em breve!  — Recebam-no com amor e carinho, por favor! — Minha mãe disse sorrindo, acariciando a sua barriga. Os entrevistadores começaram a fazer várias perguntas sobre o bebê. Meus pais tiveram a coragem de falsificar a minha morte, tão descaradamente, por essa eu realmente não pensava que fosses capazes de fazer. — MERDA! —  Gritei sentindo-me violada, tacando o controle da televisão na parede. Aproximando-me da televisão, depositando um soco dela fazendo-a ir para o chão. — EU IREI MATAR VOCÊS SEUS VELHOS DA p**a! A porta foi aberta revelando o Lou um pouco incrédulo, ele apareceu justo quando eu ia chutar a televisão para amenizar a minha raiva e frustração que eu estava sentindo. — Quem trouxe essa televisão aqui para baixo? — Ele perguntou segurando-me, impedindo com que eu a chutasse. — Ninguém veio aqui embaixo... Espera eu vi o... Irei pegá-lo! — Um dos meninos disse saindo da porta do quarto correndo, enquanto os outros iam atrás dele.  — Sobre os meus pais, eu mudei de ideia, eu não amo eles. — Exclamei apertando os braços do Lou que estavam em minha volta. — Me ajude a me vingar deles que eu sumo da sua vida e lhe pago quanto quiser. — Jismine, eles são seus pais! — Liang disse incrédula, ainda parada na porta do quarto. — Meus pais que falsificaram a minha morte e desde que eu mais nova torturou-me para que eu realizasse tudo que eles queriam. — Retruquei em um tom totalmente ríspido. — Eu não posso considerá-los como meus pais. — Tem certeza do que está dizendo? — Lou perguntou próximo do meu ouvido e eu assenti em resposta, enquanto ele me ajudava a levantar. — Isso é um caminho sem volta! — Se eles morrerem no final eu não me importo, eu os quero mortos. — Exclamei olhando em seus olhos, vendo um sorriso lerdo surgir dos seus lábios. — Vai me ajudar? — Irei! — Ele disse e eu retribui o sorriso, sentindo a minha visão se escurecer lentamente e o meu corpo ficar extremamente mole.  [Zhu Yan Tao] — Isso mesmo, não come nada não e fica com essa greve de fome ridícula, menina estúpida. — Resmunguei vendo-a no chão desmaiada. — Vai mesmo ajudá-la? — Minha irmã perguntou, observando-me pegá-la do chão, segurando-a em meus braços. — Eu prometi que iria ajudá-la e eu sinto que vai ser bem interessante essa parceria temporária nossa. Ela não é igual a maioria das meninas de famílias ricas que eu conheci. — Respondi a minha irmã, passando por ela saindo do porão. — E também do jeito que ela falou, tão determinada, foi meio impossível de recusar. Sai do porão e subi as escadas que levavam para o piso enquanto via os meninos andando de um lado para o outro. Subi as escadas indo em direção ao segundo andar. Abri a porta do quarto de hospedes com o pé, aproximando-me da cama, colocando-a com cuidado nela. Passei a coberta pelo o seu corpo, sentindo a minha irmã me observando. — Você vive me dizer que se sente sozinha no meio desse tanto de homem, agora finalmente tem alguém para lhe fazer companhia. — Exclamei virando-me para encará-la, indo em sua direção, passando um dos meus braços em seu pescoço, puxando-a para fora do quarto. — Então não ouse reclamar!    [Oheu Jismine] Acordei com uma brisa refrescante batendo em meu rosto, proporcionando-me uma calma extrema. Abri os meus olhos rapidamente, ficando um pouco tonta de início, mas assim que minha visão se estabilizou, olhei em volta percebendo que eu estava em um quarto totalmente diferente do que eu fiquei durante sete dias. Parei o meu olhar na janela que estava aberta, percebendo que já era de manhã. A porta foi aberta lentamente, desviei o meu olhar para ela, vendo a Liang encarando-me com um sorriso. — Eu apaguei ontem à tarde e só acordei hoje de manhã mesmo? — Ela assentiu gargalhando em resposta. — Bom dia! — Ela disse ainda sorrindo para mim. — Vem comer, meu irmão e os meninos saíram, então só tem nós duas na casa. — Eu posso sair? — Indaguei com uma sobrancelha arqueada e ela assentiu novamente tranquilamente. Eles tinham realmente aceitado me ajudar ou estavam apenas brincando comigo? — Agora você faz parte da família. — Ela disse vindo em minha direção segurando a minha mão, puxando-me para fora do quarto. Fiquei relutante com medo que Lou aparecesse e me batesse como antes. Liang me guiou quarto à fora. A casa se encontrava extremamente bagunçada a com sujeira no chão, como se não limpassem ela por meses, se brincar, anos. Adentramos a cozinha e ela me colocou sentada em uma cadeira, servindo-me em seguida. — Obrigada... Eu acho. — Exclamei encarando-a brevemente com um sorriso de agradecimento. Ela se sentou ao meu lado e nós começamos a comer. Ela não parava de conversar um minuto, o que era engraçado, pois as vezes ela se engasgava com a comida, porém voltava a conversar em seguida. — É meio difícil manter a casa arrumada com esse tanto de meninos. — Ela disse fazendo uma careta para mim assim que percebeu que eu olhava para a sujeira da casa. — Agora você tem a mim para arrumá-la, então uma faxina? — Indaguei desviando o meu olhar para ela brevemente. — Mas você está fraca. — Ela disse em um tom totalmente preocupado fazendo com que meu coração ficasse quente. — Quem disse? — Resmunguei colocando minhas mãos no quadril arrancando uma risada dela. Logo ela concordou e nós começamos a arrumar a casa. O primeiro lugar foi a cozinha, lavamos tudo, organizamos de uma maneira que seria fácil encontrar alguma coisa. O segundo foi os quartos, eu nunca tinha visto um quarto tão bagunçando igual ao do Lou, só possuía um arrumado e eu não sabia de quem era.  Lavamos os banheiros, deixando-os com um cheiro agradável. Por último foi a sala, onde tinha resto de pizzas no chão, latas de refrigerante e etc., jogamos tudo no lixo, arrumamos os travesseiros e os sofás, limpamos a televisão que possuía marcas de dedos com óleo nela.  Por fim acabamos de arrumar a casa e ela estava limpinha, cheirosa, brilhante, e tudo em seu devido lugar totalmente organizados. Liang trocou o lixo levando-o para fora e quando voltou nós sentamos no chão também acabadas. Nós passamos a manhã toda e a metade da tarde arrumando a casa e eu não me encontrava cansada, mas sim super animada e com energia. — Por curiosidade, onde é que o Lou e o restante dos meninos estão? — Indaguei encarando a Liang fixamente. — Para falar a verdade nem eu sei, eles nunca me falaram para onde vão. — Ela respondeu-me, dando os ombros como resposta para mim. — Olha eles aí! Assim que ela terminou de dizer, a porta foi aberta e no mesmo instante eu fiquei envergonhada e com um certo medo de apanhar ou ser punida. Rapidamente levantei-me do sofá e subi as escadas correndo, entrando no quarto em que eu havia acordado.    
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