— Olena… — Calton chamou, a voz já mais firme.
— Pode me abraçar, Calton…
Ele a puxou pra ele.
— M.erda, Olena… o médico fez alguma coisa, Não fez? enquanto eu buscava a caderneta…
— Fez
__ O que?
— Hércules chorou, queria mamar, e o médico passou a mão em mim.
— Onde, Olena?!
— No se.io. Eu ia amamentar, não pensei… você mesmo disse que eu podia amamentar, eu…
Calton xingou, virou para entrar no carro novamente, mas Albucacys correu e pegou as chaves.
— Calma, calma, vamos conversar — disse Albucacys.
— Conversar uma po.rra, A.lbucacys! Por.ra de conversar! A chave, a chave, e entrega a chave— gritou Calton, com os punhos cerrados.
— Só vamos decidir que caminho seguir — respondeu Albucacys, firme. — Olhe pra sua mulher, ela está com medo, assustada. O que o médico fez é abu.so, Calton. Primeiro segure sua mulher, acalme ela e diga que não é culpa dela. Depois vamos atrás do médico.
Albucacys foi segurar Hércules, para se acalmar também. O sangue tinha subido, mas ainda era ele quem mantinha as coisas calmas.
Calton abraçou Olena com força.
— Eu não pensei que isso iria acontecer… — murmurou ela
— Quem tinha que pensar era eu, Olena. Era eu. Eu não quis que você saísse sozinha pra buscar a caderneta, deixei você com a porta aberta dentro do consultório por dois minutos. O doente é o médico, não tem culpa, respire. Ele se aproveitou, e vai pagar… devia ter me contado na hora.
— Não… porque você iria bater nele, e a secretária chamaria a polícia. E eles iam atirar, porque você não iria parar. Eu não queria que isso acontecesse. Não queria causar mais problemas, Severus está estressado e vocês se desdobrando para ele não sair da fazenda.
— Quem causou fui eu que quase deixei você sozinha lá dentro, mas o médico sabia que não devia entrar com você lá dentro sozinha..
— Entra, está tudo bem.
__ Call
___ Vá ficar com Hércules e Aliah..
Olena obedece. Entrou na casa, ainda tremendo, enquanto Calton ficou parado na porta por alguns segundos, olhando para o chão, tentando conter o ódio que ardia por dentro.
O bebê dormiu, e Albucacys o deitou no berço com cuidado. Depois foi ficar ao lado do irmão. Pavlo também já sabia o que havia acontecido e queria ir ao consultório também.
— Você fica com a Olena, Pavlo — disse Albucacys, firme. — Eu resolvo com o Calton.Olena está assustada, fica com ela e com a Ully.
Calton passou a mão na cabeça, respirando fundo.
— A culpa é minha… não devia ter escolhido pagar pelas vacinas. Mas o seu presidente já faz tanta coisa, que eu andava me sentindo com vergonha, sabe?
— Não é sua culpa, Calton… — respondeu Albucacys, tentando manter a calma.
Calton tomou a chave da mão dele e caminhou em direção ao carro. Albucacys correu e entrou ao lado do motorista.
— Não pode ma.tar um homem em plena luz do dia, entende isso? — disse, olhando firme para o irmão.
— Entendo… mas vou socar ele até ele desmaiar. Eu posso. Você é advogado, resolve o problema depois.
Albucacys suspirou, olhando para frente, era mais um para ele tirar de problemas..
Calton apertou o volante com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. O motor do carro roncou quando ele ligou, e os dois seguiram pela estrada de terra.
Quando chegaram, o médico estava saindo e, para azar dele, a sua pressa foi em vão: o doutor não teve tempo nem mesmo de correr; foi segurado pelo pescoço.. Desmaiou no primeiro soco, porque Calton realmente estava com raiva. Quando caiu no chão, ainda foi chutado e pisado, uma perna quebrou..
Albucacys parou Calton:
— Escuta, escuta… há consequências. Se você m***r ele aqui , vou ser acusado de homicídio junto com você..
Calton parou, porque Albucacys não merecia aquilo, era sobre o trabalho dele, se fosse acusado, não podia mais advogar, e não faria isso com o irmão, não faria.
— Calton, vou pesquisar sobre ele — continuou Albucacys — Se ele tiver mais problemas, juro que ele nunca mais clínica. Chega, ele já está inconsciente e uma bagunça, vamos, ele vai registrar um boletim de ocorrência, a gente se apresenta, vamos, poorque a sua mulher precisa de você..
Saíram dali. Quando chegaram, Hércules estava com Pavlo e Aliah debaixo de uma árvore; era um menino risonho. Calton foi atrás de Olena. Ela estava sentada na cama, usava vestido e hijab, e chorava.
— Vem aqui, não chore — Calton sussurrou, aproximando-se.
— Eu não queria que isso tivesse acontecido. Odiei o toque dele em mim.
Ela o olhou, soluçando.
— Eu sei… Mas, calma, sinto vontade de passar a tarde tendo você, o Salomão disse que só posso ter você depois de três meses do parto, porque sou muito grande e pesado. Vai ificar tudo bem.
Calton a segurou firme, tentando convencer-se de que tudo iria ficar bem. Olena negou com a cabeça, ainda tremendo.
— Não foi sua culpa — ele repetiu. — Nunca mais vou deixar você sozinha com um médico que não seja Salomão ou Callebe.
Mas ia ma.tar o médico, só não o fez ali, porque não podia com testemunhas, mas ia matá-lo.