Valente corria pela estrada que ligava à fazenda — uma maneira de gastar energia, porque o trabalho que faziam não o deixava cansado; parecia que nada o esgotava, nem mesmo a corrida. Tinha energia de sobra. Mais à frente, um carro parou perto dele; uma mulher desceu e abriu o vidro.
— Quer ganhar dois mil reais em uma hora, bonitão? — perguntou ela, direta. — Pago por uma hora com você: me oferece prazer e ganha um dinheiro.
Era uma mulher bonita, não tão jovem quanto Dulce, mas ainda atraente, mas queria mesmo era Dulce, claro que era. Valente não parou; seguiu correndo, sem sequer responder. Continuou por uns vinte minutos, quando outro carro freou ao lado: ia xingar os palavrões que havia aprendido com Guido e Salomão, mas era Aslam, que baixou o vidro. Valente achou estranho — Aslam
