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JULIETTE

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O QUE FAZER QUANDO CÉU E INFERNO ENTRAM EM BATALHA E SEU DEUS SUMIU? CONSIDERANDO AINDA OS DOIS ARCANJOS MAIS FORTES, PORÉM, DESSA VEZ, LÚCIFER E MIGUEL NÃO SÃO OS AGENTES PRINCIPAIS DESSA NARRATIVA. ADENTRA ENTÃO O APOCALÍPSE, E NESSA HISTÓRIA, JULIETTE SE TORNA O DESEJO MAIS FORTE DE TODOS OS SERES SOBRENATURAIS. E PARA DESCOBRIR O MOTIVO DESSE DESEJO, ACOMPANHE A VIDA, MORTE E RESSURREIÇÃO DO QUERURIM QUE UM DIA SE CHAMOU JASMIM.

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Parte 1 (O CUPIDO DA MORTE) - Capítulo um
Minha cabeça, meu corpo doía, meus pensamentos, tudo doía, parecia que nada daria certo para mim, nada seria o que eu esperava, era bem isso, nada funcionava, nunca. Olhei para o lado e mais uma vítima do meu castigo foi feita, eu sabia dos riscos, mas ela me parecia ser sincera, me parecia ser perfeita, engano meu. Agora estava ao meu lado, linda, nua, seu corpo gélido e os lábios cinza, seu coração parado, respiração nula e olhos fechados, era sempre assim na manhã seguinte. Pelo menos eu tinha um alívio, elas não sofriam, nenhuma delas, dormiam e acordavam mortas, era esse o meu destino e era esse o destino de quem passasse a noite comigo. Sou uma desistente? Uma rebelde? Uma praga? A vítima ou culpada? Depois de tantos anos nem sei mais. Após inúmeros erros nem consigo mais me definir. Depois de tantas incertezas não posso mais afirmar que sou simplesmente um “cupido” que cometeu o erro de se apaixonar, e pior, usou do seu dom para ter o que mais desejava, a pessoa amada. Vivo há mais de duzentos anos com esse peso sobre mim, a morte da pessoa que mais amei na vida. Laura, minha linda morena, com seus vestidos longos, cabelo ondulado, apesar de ser fiel aos costumes e regras que seu pai impunha, sempre deixou claro que iria lutar por nosso amor. O que ela não sabia era que só me amava porque eu atirei a “flecha do amor” em seu coração, simples, fácil e irreversível, ou pelo menos até a morte, o que aconteceu com minha amada. Laura morreu nos meus braços, na minha frente, “eles” deixaram claro que a culpa era toda minha, deixaram claro que a minha desobediência, a minha resistência, o meu erro eram os culpados. Agora, depois de dezenas de anos, o século XXI ainda me assombra, ainda sonho com ela, principalmente quando eu acordo e vejo os rostos pálidos das mulheres com quem transei na noite anterior, terei que me livrar de mais um corpo, era h******l, mas necessário. Por quê? Porque sou amaldiçoada, tenho que encontrar uma mulher de coração puro, tenho que fazê-la se apaixonar por mim, comprovar que ela é a escolhida, como fazer isso? Só assim, transando, se ela amanhecer viva, és a mulher, porém nenhuma sobrevive, elas sempre me enganam, sempre acho que a encontrei, mas elas morrem por não terem o coração puro como demonstravam, cheias de mentiras e pecados. Adotei o nome de Juliette, mas na realidade me chamava “Jasmim”, assim sou conhecida por eles, assim serei morta por eles, ou não, afinal, enquanto não encontrar essa mulher de coração puro, viverei vagando no mundo terrestre, sem poderes, porém imortal, essa é a minha punição. – Vamos ao trabalho. Levanto-me da cama no quarto de hotel e me arrumo, o único vestígio de “graça”, poderes, que ainda possuo é a força fora do normal humano, o que me vem a calhar nos momentos de me livrar dos corpos. Era uma linda mulher, passei mais de três meses nessa cidade, interior de São Paulo, onde a conheci, conversamos e ao que tudo indicava era uma mulher pura, mas agora vejo que não, estava estampado em sua testa, “Adúltera”. É assim que acontece, além de estar morta, a mulher tinha estampado em seu corpo seu pecado. – Filha da p**a. _ É só o que consigo dizer ao terminar de me vestir e olhar o corpo moreno da mulher, de fato, linda, porém imperfeita. Tal pensamento me faz sorrir. – Perfeita. Seus desgraçados, não existe mulher perfeita, miseráveis, se tivessem me matado seria menos doloroso. Grito, olhando para cima, era o teto branco, eles estavam me ouvindo, sempre me ouvem. Era isso, uma maldita punição indestrutível, encontrar uma mulher sem pecado, pura, mas como fazer isso no mundo atual? Como fazer isso se para eu descobrir preciso passar uma noite com ela e só terei certeza se ela não acordar morta ao meu lado? Sim, impossível. Sorrio em ironia, porque minha vida era uma completa ironia. Se ainda tivesse meus poderes poderia saber desse “pequeno” detalhe rapidamente, mas sem “graça” sou uma simples terrestre, que precisa comer, sentir, sofrer. – Vamos lá, Cintia, sua hora chegou. E mais um dia de trabalho se inicia, preciso me livrar do corpo e desaparecer da cidade. Venho carregando esse nome há mais de trinta anos, talvez tenha chegado a hora de mudar. Sempre penso em não fazer mais isso, em parar de procurar, já tentei algumas vezes, porém sempre aparece uma mulher, a que se mostra ser a perfeita, a que aparenta ser a ideal, a que se apaixona por mim perdidamente, a esperança volta, o romance é perfeito, os dias, os momentos, mas então eu descubro, “Adúltera, mesquinha, invejosa, assassina, chantagista, egoísta, interesseira”, entre muitos outros defeitos ou pecados, então ela amanhece morta. Quem sou eu? Sou Juliette, o cupido da morte. Podem sorrir, é ridículo, mas sim, me nomeei assim, me descrevi dessa forma, era a verdade, eu sou a morte certa, afinal, não existe mulher pura, não existe alguém sem pecado. Outros de mim já cometeram esse erro, tiveram um destino melhor, a morte, mas eu? Eu não, segundo “ele”, eu merecia o pior, porque era seu favorito, era destinada a ser a melhor, mas o decepcionei, meu castigo tinha que ser o pior de todos, o mais doloroso, o mais c***l, mas no fundo eu sei a verdade, ele não teve coragem de me m***r, não conseguiu fazer o pior, agora sou isso, uma bomba ambulante para a morte. – Acho que já está bom. Digo ao terminar de fazer o grande buraco, o mais difícil é tirar os corpos do hotel, mas eu já tenho uma estratégia, entro com uma enorme mala no quarto, tento evitar ao máximo que pessoas me vejam com a mulher, depois era só colocá-la dentro da mala e procurar um lugar para enterrá-la. Simples, eficaz e rápido. – Perfeito. Termino de jogar todo o entulho em cima do corpo e me dou por satisfeita. Coloco a pá dentro do porta-malas do carro e tiro as luvas, queimando qualquer resquício de minha presença ali, mas não faria diferença, eu sou inexistente, ou pelo menos sempre que quero eu consigo ser. As vezes me pergunto como nunca me detiveram, apesar de ingênua e em alguns casos, burra, a raça humana tem suas formas de conseguir o que quer, uma delas são as suas Leis, que na maioria dos casos não serve de nada, ou pelo menos não se faz valer de nada. Viver à margem dela é fácil, olha para mim, estou caída há duzentos anos, disponho de uma vida relativamente criminosa, sou um ser celeste sem “graça” e ainda consigo enterrar corpos de mulheres sem nenhuma desconfiança, o pensamento até me faz sorrir, humanos são tão patéticos que vivem sob o efeito de Leis que não são seguidas. Já nós, celestiais, estamos sob o controle de tudo, cada detalhe, cada situação e ainda somos submetidos a atender os desejos e anseios deles. Respiro fundo e olho o meu bebê, lindo e precioso como sempre. – Aqui vamos nós de novo, garotão. Entro no carro, um lindo Jaguar XJS 5.3 preto, com capota flexível da mesma cor, ano de 1991, era o meu bebê. Ponho meus óculos escuros, arrumo meu cabelo vermelho curto, chegando a um pouco acima do ombro, corte arredondado com as pontas frontais maiores que as traseiras, arrumo a gola da minha jaqueta preta e me admiro no espelho, olhos amarelados e pele clara, digo a todos que tenho vinte e cinco anos, o que aparento ter, corpo eclético, irresistível e sedutora como sempre fui. – Outra página virada. Dou a partida no carro e meu cabelo liso flutua com o vento pegando em meu rosto. O importante era, elas precisavam se apaixonar por mim, mas eu não precisava sentir o mesmo, só preciso encontrá-la, fazê-la me amar, t*****r com ela e torcer para a mulher acordar viva, é frustrante despertar na manhã seguinte e ver os rostos sem cor, sem respiração, sem o coração batendo, sinto pena, mas ao mesmo tempo sinto raiva, pois no fundo eu também fui enganada. Sempre que encontro uma mulher que aparenta ser especial sinto esperança, mas no fundo é só mais uma. Não sei se ainda tenho forças para isso, acho que chegou a hora de aceitar a minha vida, eu sou isso, sou Juliette, o cupido da morte. ............................................ Depois de quarenta minutos dirigindo chego a outra cidade, não sei o nome, isso nem me interessa mais, preciso de um quarto e comida, é o que basta. Devem se perguntar como eu consigo sobreviver na Terra como um ser normal em termos financeiros. Além de ter ajuda de algumas pessoas, claro que devidamente escondido, eu também pego os cartões, dinheiro e tudo que as mulheres têm de valor, errado? Com certeza, mas os desgraçados me deixaram aqui sem nada, sem poderes, sem recursos e sem contato, não ouço meus irmãos e alguns quando me reconhecem se afastam, estão certos, tem medo do que pode acontecer com eles se me ajudarem, soube da morte de alguns que o fizeram, o que aumenta ainda mais o meu ódio. – Identidade. O rapaz da recepção me pede. Olho para cima e o vejo me encarando, sempre assim, veem em mim uma maravilhosa noite de prazer, o que seria bom, mas depois de tentar t*****r com um cara para saber as consequências eis que ele também amanheceu morto. Então não farei algo que não me satisfaz sem ter retorno. – Aqui. Entrego o documento a ele que analisa, falso, obviamente, mas descobri que até isso pode ser conseguido fácil se ir ao lugar certo e falar com a pessoa certa, além de tudo, é Brasil, acredito que não é preciso falar muito. – Uma noite? – O que pode me indicar para fazer na cidade? Se me disser algo interessante posso ficar mais. Vejo-o suar, ofegar, é fácil jogar com mortais, principalmente homens, eles sempre são levados pelos desejos carnais, ver uma mulher tão linda como eu, aparentemente lhe dando “mole”, é o mesmo que ganhar na loteria para muitos. – Hum... Temos um parque aqui que é incrível, muitas pessoas vêm de outras cidades para visitá-lo, várias atrações que fazem passar o tempo. – Interessante. _ Sorrio. – Convenceu-me, ficarei mais de um dia, deixe em aberto. Vejo-o sorrindo, vitorioso. i****a, esse é meu pensamento. Finalizo meu cadastro, pago em dinheiro e subo a escada com a minha mala, ele até estranha o tamanho, mas nada diz. Tiro de dentro da grande mala uma menor onde tem poucas peças de roupas, pego o telefone e sorriu ao ver a ligação de uma pessoa. Retiro meu tênis, jaqueta e me deito na cama, respiro fundo e retorno a ligação. – Por favor, me diga que não fez isso de novo! _ Sua voz era firme e sedutora, se não fosse essa maldita maldição, com certeza a levaria para a cama. Uma linda loira com cabelo longo e cacheado, pele clara e olhos azuis. – Depende. – Não se faça de desentendida, Jasmim. _ Ela fala. – Por favor, me chame de Juliette, Isabel, você sabe que não gosto mais de ser tratada por esse nome. A linda loira do outro lado da linha suspirou, sei do seu lado meigo, porém também sei que ela é uma das melhores guerreiras do meio sobrenatural, uma das poucas criaturas celestes que tem livre acesso aos dois mundos. – O que você quer? – Agora sim, que m***a você tem na cabeça? Tivemos que limpar de novo a sua bagunça, encontraram o corpo, que m***a, Jas... Juliette, você tem que parar com isso. _ Então a raiva veio, quem ela pensa que é para falar comigo dessa forma? – Vai se f***r, quem você pensa que é? Que se dane, vocês me colocaram nessa loucura, acham o que? Que vou esperar a minha vida toda? Ah, vai para a p**a que pariu. – Vejo que aprendeu muitos xingamentos dos humanos. – Sério? Adeus, Isabel. – Espera. _ Ela suspira. – Só quero que tome mais cuidado, estão falando de você. – E qual a novidade? _ Reviro os olhos. – Você não entendeu, eles estão mesmo falando de você. Seu nome está sendo revisado. – Revisado? _ Sento-me na cama em sinal de alerta. – O que isso quer dizer? – Não sei, apenas tome cuidado, fiquei de fora das reuniões, tenho certeza de que eles sabem que entro em contato contigo. – E por que se arrisca tanto? _ Nunca descobri o porquê disso, ela corre um grande risco, apesar de seu patamar ser maior que um simples cupido, mas ainda assim era arriscado e desnecessário, pelo menos para ela. – Apenas entendo o seu lado, só liguei para te alertar, e pelo amor de Deus, pare de t*****r com essas mulheres, é injusto e egoísta da sua parte. – Fácil você falar, minha vida depende disso, acha que transo com elas porque quero? Quer dizer, claro que quero, mas faço isso com esperança, fico péssima quando acordo na manhã seguinte e elas estão mortas, isso é doloroso, Isabel, eu quero a minha vida de volta. Minha voz sai mais fraca do que eu queria, porém não é segredo para ninguém o meu medo e angústia com essa situação, apesar de tudo, eu era um bom cupido, cumpria meu papel, adorava ver as pessoas se apaixonando, demonstrando seu amor, principalmente pessoas do mesmo s**o, onde eu podia ver o brilho da vitória nos olhos deles. – Pensei que odiasse essa vida. – Eu odiava o fato de não poder fazer as minhas escolhas, sempre seguir regras idiotas que eu nunca entendi, eu iria cair, Isabel, estava pronta para isso. Alguns instantes de silêncio se fazem presente para nós duas, ambas sabemos que eu faria isso sem hesitar. Eu não tenho mais nada a perder agora, me apaixonar pode ter sido o meu maior erro para eles, mas para mim foi a minha maior verdade, a única que conhecia até hoje, ser um celestial, seja de qual patamar for, era um castigo, mas não poder amar na vida humana é com certeza o mais doloroso. – Eu sei, só... Tome cuidado, eles estão aprontando, eu sinto isso, me bloquearam para algumas coisas, não posso fazer muito por você. – Se eles fossem me m***r já teriam feito. – Existem destinos piores que a morte, Juliette. _ Suspiro, sei bem que é verdade. – Eu não tenho mais nada a perder, já tiraram tudo de mim. – Não esteja tão certa disso, eles são traiçoeiros, sabemos como funciona. _ Ela fala e escuto sons de vozes. – Tenho que ir, tome cuidado, estarei de olho por aqui. – Certo, obrigada. Ela desliga sem dizer mais nada. Jogo-me de novo contra o colchão e respiro fundo. Talvez fosse melhor eu dar um tempo, sumir, desistir. Mas desistir de que? De fato, eles já tiraram tudo de mim. Poderes, prazer, amor, não tenho nada mais além da vida que não tem valor e nem significado. – Vocês devem estar sorrindo de mim. _ Sorrio mais uma vez sozinha. – Irônico, pois eu sei que tem alguma coisa acontecendo, espero que seja a minha morte. _ Digo olhando o teto, mas antes que eu deixe o momento frágil passar, vejo uma luz muito forte se fazer presente dentro do quarto, me sento de novo na cama e olho para perto da janela. – Morte não é uma opção para você, tenho planos maiores. _ Assim que disse isso sumiu, tão rápido quanto apareceu. – Mas que m***a foi essa? _ Mais perguntas para me confundir.

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