bc

O MORRO também é MEU

book_age18+
274
FOLLOW
1.0K
READ
HE
mafia
blue collar
sweet
gxg
like
intro-logo
Blurb

2ª temporada de "A Marrenta e a Dona do Morro"

Agora com tudo o que era de seu pai sob o seu poder, Karina abandona de vez os estudos e se dedica unicamente aos afazeres por trás da máfia, atualmente nomeada como VelasVaz, algo que não agradou a muitos. No entanto, as novas regras eram suas, a sua palavra se tornava lei. E apesar de tanta influência, seu porto seguro ainda se encontrava no Rio de Janeiro, no morro do Alemão, onde Dayse ainda comandava com pulso firme e apoio de toda a comunidade. Porém, nem tudo são flores. Até a rosa mais bela contém seus espinhos.

chap-preview
Free preview
Mais fortes juntas
Karina Velásquez... Ao fim de tudo, eu finalmente lhe disse sim. Não possuía certeza sobre o que estava fazendo, mas ainda sim deixei que escapasse por entre os meus lábios uma resposta positiva quando ela se pôs a minha frente com uma aliança dourada na presença de 80% da população do morro. Me casar? Não, eu nunca havia pensado em nada assim. Nem mesmo pensei que pudesse estar preparada para algo nesse nível, mas aceitei o seu pedido quando geral parecia estar a ponto de deixar o coração escapar pela boca com a possibilidade de uma negação. Afinal, éramos mais fortes juntas, nos completávamos de formas que não podem ser explicadas. Ao menos era esse o nosso pensamento até a data marcada para o grande dia. Ninguém esperava que aquilo fosse acontecer, é tudo tão recente, tão difícil de digerir. Após o pedido de casamento feito por DG no retorno de Erika da capital, não demorou para que uma data logo fosse marcada no calendário, da mesma forma em que os dias que nos arrastavam para o nosso grande momento passaram sobre nossas cabeças. Tudo parecia bem, os acontecimentos eram sempre os mais leves possíveis. Então aquilo aconteceu, ninguém estava de fato preparado, fomos todos pegos de surpresa. Pois no fim, com a morte daquele filho da p**a, todos optamos por acreditar que aquilo havia chegado ao fim. Quando paro para relembrar do dia do seu casamento, consigo enxergar com enorme clareza o sorriso de Erika ao dizer sim frente ao padre. Ela estava radiante, estava realizando um dos seus sonhos ao se unir com aquele troglodita. A união havia acontecido, e junto dela, veio também o pedido feito por Dayse. Fui atropelada pela surpresa, mas me senti realizada ao dizer que sim. Tudo havia sido planejado, nossa irmã a ajudou desde o primeiro momento, assim como Lia não exitou em se oferecer para me deixar de fora. Trabalharam bem, e no fim, mais uma data seria ocupada no calendário daquele ano. Dois meses se passaram, sessenta dias foram os responsáveis por me ligar ainda mais aos afazeres passados para mim pelo meu pai e o tio Sam, oito semanas totalizavam o tempo de saída do DG de tudo o que era ligado ao morro do Alemão. VG era o novo sub-dono, as tarefas de segundo plano caíam todas sobre os seus ombros. Mas não contávamos com aquela tentativa de domínio de território. Com o fim de comando do escroto do GK, devia ter ficado claro que a Rocinha estava sob vigilância, deviam ter abaixado a cabeça e aceitado que a liderança havia mudado. No entanto, o seu sucessor dividia consigo os mesmos ideais e isso sequer passou por nossas mentes. Aquela perda nos destruiu. Estávamos com tudo preparado, o dia da união mais comentada na comunidade havia chegado. Os padrinhos vestiam seus ternos perfeitamente alinhados, algo que não combinava com nenhum de nós. Mas para aquele momento, todo esforço valia a pena. Foram essas as palavras de Lia ao vir me apressar para a descida até o ginásio de festividades do nosso lugar. A ansiedade era mútua, e a sensação diante a cena que se estabeleceu antes da pergunta final era insana. Estava pronta para dizer sim ao juíz que nos cedia a honra daquele momento, faltava pouco, apenas tentava recuperar o ar dos pulmões antes de passar toda a responsabilidade para as mãos de Dayse. Porém, assim como abria a boca para deixar escapar as palavras que me deixariam com um pé a frente daquela situação, também fomos obrigados a nos retirar de forma rápida quando o espaço foi invadido e por antigos inimigos que sequer sabíamos da existência. Agindo por instinto, enquanto Dayse corria para retirar Erika e Lia da frente de toda a ação, me senti como uma agente da lei ao garantir a segurança do homem que declararia a minha mudança de vida. Então me apossei da arma que meus homens me entregaram no exato momento em que deixei o juíz em suas mãos. O trabalho de o manter à salvo não era mais meu, mas cobraria de cada um caso algo viesse a acontecer. Sabendo disso, acreditava que fariam o necessário para não me decepcionar. — Não devia estar aqui – expondo sua opinião quando me abaixei ao seu lado, disse tentando avistar o líder daquela operação. — Nada disso, estar aqui é uma obrigação minha também – checando o carregamento da pistola em minhas mãos, também tentei observar quem estava no comando daquela afronta. Então busquei pelo azul do seu olhar – Mais forte juntas, lembra? Mais fortes juntas. O lema que nos unia estava sempre sendo posto em teste durante situações quase impossíveis, algo que era provado naquele exato momento. Seu olhar era leve, mas não conseguia enxergar muita certeza presente nele. Me ter ali era uma dúvida, senti isso quando buscar o ar se tornou necessário para os seus pulmões. Mas diante a minha determinação, devia estar refletido em meus olhos que não existia nada que pudesse deixar os seus lábios que fosse ser capaz de mudar a minha decisão. A tarefa ali não era apenas sua, e se fôssemos ser realmente justas uma com a outra, deveria ser apenas meu aquele trabalho. — Dayse, agora não – impedindo que as palavras deixassem a sua boca, disse firme ao notar um estranho silêncio se estabelecer na área que não era mais ocupada por nenhum inocente. — Pra sua segurança, você não devia estar aqui. Eu disse a sua prima que te levaria em segurança quando te encontrasse – ignorando o meu pedido, disse assim mesmo o que estava preso em sua garganta. Mesmo que fosse admirável, aquela preocupação exagerada as vezes me matava por dentro. — Eu já disse, agora não! – perdendo a minha paciência em um momento tão inoportuno, acabei falando mais alto do que deveria, o que chamou a atenção daqueles que ainda buscavam por algo. Não os conhecia, tentei forçar a mente mas não consegui obter nada que servisse de ajuda para a situação. Mas diferente de mim, notei em seu semblante que o rosto daquele que tomava a frente dos demais não lhe era estranho, ela o conhecia de algum lugar. Tentando sair despercebida do campo que se abria para a visão inimiga, engatinhei para baixo da mesa que nos servia de esconderijo e esperei pelo momento ideal de reação. Faria algo para ganhar terreno, mas ainda sabia o que. Precisava pensar rápido e agir de forma ainda veloz, talvez houvesse alguma vantagem. O atual rival não estava sozinho, mas também não estava em números muito superiores, nossa equipe já estava a caminho, bastava apenas segurar as pontas e obter informações enquanto fosse possível. — A grande Dayse Jhonson, encurralada como um animal ferido preso em uma jaula – tal dizer me tirou do sério, aquele ar de superioridade não cabia em alguém tão pequeno. Quem ele pensava ser para aparecer assim apenas para estragar o meu casamento? Pagaria com juros essa dívida. — Olá Henry, não pensei que fosse ser você a ocupar o posto do GK – sua voz saiu tão tranquila quanto podia se esperar vindo dela, sua calma era mais do que apenas um trunfo, era uma forte qualidade que levava consigo. Seu comentário não era estranho, mas diferente do que deveria ser, eu já sabia quem estava na liderança do morro rival. Não o conhecia, mas estava ciente do seu nome. — Pense nele como um grande professor, alguém que me cedeu um ideal, que alimentou o meu desejo por algo grande – sua voz também possuía alguma calmaria, uma leveza que me causava náuseas. Nunca me dei bem com certos modos de sutilezas, e quando venham de alguém que me ameaça com uma arma, a situação era duas vezes pior. Não sabia o que de fato ele podia estar buscando, mas se realmente desejasse concluir com os feitos tentados por GK, não demoraria para que me colocasse em sua mira. Afinal, antes tinham que derrubar não apenas o meu pai, mas também o meu tio e quem estava para herdar toda aquela dor de cabeça, ou seja, eu. Não que tenha mudado muita coisa, mas ao menos agora só existe uma pessoa para ser rendida. Porém, pronta para dar fim aos seus desejos ocultos, não me daria por vencida enquanto houvesse uma mínima chance de retaliação. Cabeça da máfia, líder da maior organização criminosa Intercontinental do hemisfério sul. Pois é, meu pai me deixou em uma situação pra lá de agradável. Se quisesse, teria o país em minhas mãos. De certa forma, o estado já me pertencia, não faltava muito, e não seria nada difícil. — Você sabe porque estou Dayse, não precisa que eu diga nada. Seja esperta e facilite as coisas pra gente – facilitar as coisas, era isso o que estava sempre lhe pedindo internamente. Mas sabia que isso não nos cabia, nossas posições não nos cedem essa possibilidade. — Tudo o que eu sei garoto, é que você nunca errou tanto até o dia de hoje – a razão era sua, e para deixar tudo ainda mais claro, efetuei disparos precisos para o deixar sozinho em nossa frente – Não devia ter vindo aqui, principalmente com o saber de poder estar colocando os meus em perigo. — Ele sabe disso, não teria aparecido se não soubesse – deixando o meu esconderijo ao me livrar das presenças indesejadas, o analisei com muita atenção. Não me vi surpreendida, a sua idade me parecia ser pouca, mas apenas isso. Talvez tivesse perto de alcançar Dayse, mas não estava muito longe de mim. Apenas mais um i****a com síndrome de dono do morro, como se fosse tudo o que importava naquela altura do campeonato. — Te imaginava um pouco mais velha quando recebi esse trabalho, mas até que da pro gasto – trabalho, não era ele o líder, alguém estava por trás de tudo. A liderança do morro da Rocinha estava em suas mãos, meu tio cuidou para que fosse assim quando houve a reforma de poder daquele lado da cidade. Mas ao que parece, mudanças foram feitas sem o nosso conhecimento ou consentimento. As coisas pareciam querer a voltar para uma seriedade que me preocupava. — Não sei o que estava esperando, mas para chegar em mim terá que trabalhar um pouco mais – observando os demais dos seus parceiros serem postos para dentro sob a mira de cada engravatado que mantinha a minha segurança a pedido do meu pai, mais os envolvidos de Dayse junto de VG. A situação estava sob controle. — Kar, você está bem? – passando pelo namorado como se ele nem mesmo estivesse ali, veio até mim para ter certeza da minha resposta com os próprios olhos. Meu aceno positivo não era o suficiente, e Erika sorriu com isso, sua preocupação havia se dissipado ao ver Henry ser desarmado e posto de joelhos. — Esperava que viesse com a gente e deixasse a DJ resolver isso aqui – se pondo entre mim e sua irmã, comentou tirando de Dayse um longo suspiro. Ela estava chateada com tudo aquilo, podia enxergar isso sem o menor dos problemas. Poucas palavras foram trocadas naquele momento, pouco foi comentado sobre aquela falha tentativa de ataque a minha pessoa. Mas não soubemos como analisar toda a situação, ficamos de guarda baixa por achar que tudo havia sido resolvido. Porém, havia muito mais escondido do que aquilo que conseguíamos prever. Seu plano era perfeito, e nossa ação para impedí-lo falha. Quando os rendemos naquele ponto, todo o resto havia sido encerrado, uma nova data seria marcada para o fim de uma era e o início de uma nova. Não pensamos como líderes de duas equipes capazes de fechar o cerco no Planalto do governo, nos deixamos levar pelo momento e não percebemos que tudo havia sido fácil demais, que a invasão possuía falhas demais. No fim, ser pego era tudo o que importava para o ex-dono do morro da Rocinha. A frente era tomada por mim, Dayse e seus melhores amigos desde a minha chegada aqui. VG estava sério demais para aquilo que era do meu costume, e DG discutia algo que não era do meu entendimento com a Dona de tudo por aqui. Estava desligada de muita coisa, mas acreditava no potencial dos meus aliados para segurar as ações dos inimigos. No entanto, saindo fora de tudo o que era esperado pela gente, de alguma forma Henry conseguiu se armar e atrair olhares desnecessários enquanto fazia isso. Diante o alarde montado, me virei no reflexo apenas para me tornar o seu único alvo. Estava a espera do tiro quando o disparo se tornou audível, mas em minha frente vi DG ir ao chão com uma perfuração em seu peito. Fiquei sem ação, mas ao ver Erika se perder com o ocorrido, voltei a mim e me aproximei do i****a que novamente se via sob controle. — Nunca conheci alguém com um santo tão forte – sorrindo satisfeito com o que havia feito, disse certo das próprias palavras. Mas as brincadeiras não existiam mais. — O que está fazendo? Não é assim que agimos por aqui – se pondo ao meu lado quando novamente portava uma pistola pertencente aos meus, disse segurando o meu braço. Mas a história conhecida desse lugar não era a mesma que ela tentava impor para a minha mente, todos sabíamos disso. — As suas regras podem mudar esse lugar algum dia Dayse, mas não hoje – me desviando do seu corpo, tratei de descarregar a arma sobre cada um que não fazia parte da nossa comunidade. Não teve quem não olhasse a cena, e foi ali que o modo como me viam mudou. Em palavras mais simples, a minha vida inteira sofreu com grandes mudanças. Líder da máfia que por anos foi comandada pelo meu pai, um dever que não esperava receber. Não era o que eu queria, mas faria valer a pena a minha posição em meio a tudo aquilo. Retornar para Brasília se tornava uma boa opção, principalmente ao perceber que aquele caminho não possuía mais volta.

editor-pick
Dreame-Editor's pick

bc

Obcecado pela irmã (MORRO)

read
64.7K
bc

A Princesa Prometida do Mafioso

read
1.5K
bc

Aliança com a Máfia - Herdeiros

read
31.2K
bc

Fortemente quebrados

read
1.9K
bc

Uma virgem em minha Cama

read
119.1K
bc

Depois do seu Olhar

read
6.8K
bc

LÁGRIMAS DE SANGUE - MÁFIA

read
24.0K

Scan code to download app

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook