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1044 Words
Fiquei boa parte da manhã respondendo mensagens e mais mensagens em meu celular. Mamãe, ao meu lado, observava com uma expressão que misturava preocupação e compreensão. "Todos sabem que ele não quer se casar comigo. Sabe o quanto isso é r**m? Quem ele pensa que é?" desabafei, frustrada. Minha mãe puxou o celular de minha mão e percebi que havia passado tempo demais lendo as mensagens nos grupos de conversas. A notícia da recusa de Alexandre já havia se espalhado como fogo em palha seca. "O pai dele vai fazê-lo se casar. Seu pai está em reunião com a família Wolfgang," explicou minha mãe, tentando me acalmar. Eu estava confusa e frustrada. "Eu não entendo." Minha mãe suspirou e me olhou com um sorriso reconfortante. "Ele é um rapaz complicado. Está crescendo e ainda tem teimosia." Eu desabafei minhas inseguranças. "Não sou tão experiente como ele. Tenho dezenove anos, prestes a fazer vinte. Me guardei para ser alguém escolhida. Não posso desperdiçar isso com alguém que não está disposto." Minha mãe apoiou minha mão e tentou me confortar. "Ele é o herdeiro do alfa." Respirei fundo, tentando entender meus próprios sentimentos. "Mas ele se mostrou um grande i****a na primeira vez que o vi. Acho que isso pode ser um sinal. Além disso, tem muita gente comentando. Agora posso até ter fama de rejeitada por conta de Alexandre." Minha mãe não conseguiu conter o riso diante da minha aflição. Sua risada, apesar de suave, trouxe algum alívio à minha angústia. "Eliza, você é uma mulher forte e corajosa. Se ele não compreendeu o que tem em você, a perda é dele. Não se preocupe com o que os outros pensam. Sua dignidade e valor não dependem do que dizem sobre você." Suas palavras foram como um bálsamo para minha alma, trazendo conforto em meio ao turbilhão de emoções que estava enfrentando. Mesmo diante do inesperado e da confusão que se desenrolava, minha mãe permanecia como um farol de apoio, e sua sabedoria era um lembrete de que eu ainda detinha o controle sobre minha própria vida e decisões. "Você pode ter razão, mãe. Mas isso é complicado. Pensei que eu iria ter medo. Mas veja, eu estou ótima." Papai irrompeu no quarto, e por um breve momento, fiquei cheia de esperanças de que ele traria notícias maravilhosas, como a anulação desse compromisso maluco. Mas, oh, como o universo tinha um senso de humor irônico, ele deslizou um papel na minha direção, revelando a data marcada para o próximo fim de semana. "Querido?" minha mãe questionou, notando minha expressão de perplexidade. "Marcaram a data para daqui a uma semana." Minha reação imediata foi cair sentada à beira da cama, como se minha espinha tivesse sido trocada por um pedaço de macarrão cozido. Fiquei ali, atordoada com a notícia repentina. "O quê?" minha voz saiu misturando incredulidade e desespero, quase como uma sirene de alarme. "Isso mesmo, Eliza. Wolf assegurou que o filho estará presente." Olhei para meu pai, buscando um lampejo de compaixão. "Tem certeza, pai? Eu não quero ser deixada no altar." "Ele garantiu." Mas minha preocupação persistia. "Não deveria haver um tempo? Ele está forçando o filho a se casar, não é?" Meu pai soltou um suspiro pesaroso. "Não vou mentir para você, Eliza. Ele está fazendo isso. Acha que isso vai ser bom para o filho dele." Tentei processar o absurdo da situação, mas não havia tempo para isso, já que meu pai me trouxera uma notícia que fazia minha cabeça girar em alta velocidade. A ideia de um casamento antecipado, sem o tempo e o planejamento que eu havia sonhado, me deixava cheia de frustração e tristeza. Nada como uma reviravolta de enredo digna de uma comédia romântica maluca, e eu era a estrela desse show bizarro. "Céus, por que ele tem que ser assim? Não podia ser um casamento no seu tempo? Por culpa dele, vou ter mesmo que adiantar tudo que eu planejei? Eu pelo menos queria um casamento planejado com calma e tempo." "Querida, isso não é o problema," tentou acalmar minha mãe. "Casando com ele, ele vai ser o problema. Eu não quero ser a desonra da nossa família por causa dele." "Você devia confiar na lua." "A lua não pode me trair, não é?" murmurei, tentando encontrar algum conforto nas palavras. Minha mãe se aproximou e se posicionou ao lado do meu pai. "Vou marcar as coisas para serem começadas amanhã de manhã, tudo bem?" "Tudo bem." "Vai ficar tudo bem, filha." Meu pai se aproximou e depositou um beijo reconfortante na minha testa antes de sair do quarto. A sensação de um futuro incerto e forçado se tornava cada vez mais palpável, e eu me encontrava buscando qualquer centelha de consolo ou esperança em meio ao turbilhão de emoções. Aquela sensação de estar à mercê das decisões alheias era esmagadora, mas por outro lado, tinha que acreditar que o universo guardava algum tipo de plano ou sentido para toda aquela confusão. Peguei o celular e disquei o número do único que poderia me ajudar, meu irmão Hugo, o rei das soluções para problemas inesperados. "Pronto." "Está chegando em casa?" "Estou, a viagem foi um pouco mais longa. Devo parabenizá-la pelo casamento?" "Quando chegar em casa preciso de um favor. Isso é sobre o casamento." "Houve problemas?" "Logo você vai saber, Hugo." "Minha caçula vai se casar." A conversa com o Hugo sempre me acalmava, ele sabia trazer um toque de humor até nas situações mais complicadas. Era incrível como ele conseguia transformar uma crise em algo quase engraçado, mas sempre oferecia a melhor orientação. Era o tipo de irmão que entendia minhas preocupações, mesmo que ele brincasse sobre isso. Mesmo nesse momento de desespero, ele era um raio de luz na confusão que se tornara a minha vida. "Vou me casar, mas não nesse fim de semana." "Já marcaram a data?" "Sim, mas eu acho que sei como fazer isso mudar." "Ei? Você não queria se casar um dia? Você se preparou pra isso." "Mas não pra me casar com um homem em uma semana, muito menos aceitar isso. Ele vai ter que me escutar. Se ele não se importa, eu me importo. Quem Alexandre pensa que é?" "Ele é o filho do alfa, Eliza."
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