Capítulo 01 - Mellissa

700 Words
- Calma amiga, deve haver uma saída. Afundei o rosto entre as mãos quase em desespero. - Que jeito Paloma? Eu estou desesperada. Não tenho mais dinheiro pra nada. Minha amiga sentou ao meu lado e me abraçou respirando fundo. Ela estava tentando me animar, mas ela sabia que minha situação era desesperadora. Eu estava quase desistindo de tudo. Nada dava certo em minha vida. - Levanta a cabeça amiga, o Rian não pode te ver assim. A menção ao nome do meu filho só fez piorar a situação. Parte do meu desespero era por causa dele. - Ele não vai ver, eu so estou desabafando com você. - oh amiga, novamente não conseguiu emprego? Sacudi a cabeça. - Não. Todo mundo fica com um pé atrás quando eu falo que tenho um filho pequeno. Eles acham que eu vou faltar ao trabalho, sei lá. Paloma ficou calada. - E agora? - Eu não sei, o dinheiro que eu guardei do meu último trabalho está quase no fim, só dar para as contas desse mês. - E se você... procurar... Olhei feio pra ela antes que ela terminasse a frase. - Não! - Mellissa! Ele é o pai do Rian. - Não é. - É sim, ele precisa assumir a reponsabilidade dele. Ele tem dinheiro. - Eu não quero falar disso. Paloma parecia disposta a discutir o assunto proibido naquela casa. - Precisa falar, ele é um homem rico e tem obrigação de cuidar do filho. Um filho que eu não queria. Um homem que me estuprou, que me fez de gato e sapato o quanto quis e depois me jogou na rua. Um homem que eu queria esquecer que um dia atravessou meu caminho em um momento em que eu não podia e nem sabia me defender. Hoje eu sei. O m*l que ele me fez me deu forças para amadurecer 10 anos em 03 e agora eu nunca mais deixaria ninguém me ferir e nem ao meu filho. Eu faria o que fosse preciso para blindar meu filho de qualquer contato com aquele monstro que o colocou no mundo. - Ele não é o pai do meu filho, nunca foi e nem nunca será. Minha voz evidenciava todo o ódio que eu sentia dele e a Paloma sabia que não deferia insistir. Respirou fundo e mudou de tática. - Vem trabalhar comigo lá no Hugo. Franzi a testa. - Mas ele disse que não tem vaga de garçonete. Paloma me olhou cínica. - Não é pra ser garçonete e você sabe disso. Levantei irritada. - Lá vem você de novo, já disse que não vou ser garota de programa. - Para com isso Mel, não é tão r**m como você pensa. Olhei cética para ela. - Jura? Ela levantou o queixo orgulhosa. - Pelo menos da dinheiro. Será que dava muito dinheiro mesmo? a Paloma não reclamava de grana, mas também vivia dopada de antidepressivos. Eu não queria aquilo pra minha vida. - Não quero, não estou tão desesperada assim. Mas ela viu que minha voz não estava tão firme. - Faz um teste, se não gostar não vai mais. Pensei nas contas que estavam vencendo e na creche do Rian. Aquilo era o que mais me preocupava. Eu não podia tira-lo da creche pois senão não poderia trabalhar. Eu não tinha muito tempo, o fim domes estava chegando. - Quanto você ganha de um cliente? Ela encolheu os ombros. - Se for serviço completo, uns 500 reais. Eu nem quis perguntar o que era o serviço completo. - E quantos clientes você atende em uma noite? Ela sorriu e fez pouco caso. - Quantos o meu corpo aguentar. Ontem mesmo eu atendi cinco. Engoli em seco. - Serviço completo? - Completíssimo. Era o valor de dois meses de trabalho em uma noite. Era muita tentação. - Se eu tentar e eu não quiser o Hugo vai me obrigar a continuar? - Não! o Hugo não é desses não. Lá é tudo muito tranquilo, ele só cobra pelo quarto e pronto. - Eu vou. Paloma bateu palmas. - Ahê amiga, você vai arrasar. - Posso perguntar uma coisa? - Pergunte. - O que é o serviço completo?
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD