Capítulo 02 – Rony

701 Words
Aquele era um dia que merecia uma ida ao bar do Hugo. Tudo de errado tinha acontecido desde a hora que pisei os pés fora da cama. Pela primeira vez eu tinha falhado no meu serviço e a Olhos de Águia não costumava falhar. O serviço em questão era perigoso? Era, mas não justificava meu cliente ter perdido a vida. Era como se eu mesmo o tivesse matado quando baixei a guarda e o deixei sozinho no banheiro. Homens como o cara que me contratou tinha inimigos até no ar e eu não deveria ter subestimado o limpador do banheiro da boate. Agora eu tinha perdido o dinheiro do trabalho e tinha ganhado um sermão sem tamanho do meu pai. - Merda Ronivon, é nosso nome que está em jogo! Ele tinha razão. Eu coloquei em cheque o nome da maior empresa de segurança de Ouro Preto e aquilo me deixou muito m*l. - Eu admito que falhei pai, eu assumo meu erro. Nico veio em meu socorro. - Também não precisa tanto alvoroço. Estamos sujeitos a isso em nossa profissão. Valentim Aguiar respirou fundo e sentou pesadamente na cadeira alta atrás da mesa de marfim preta. - Tudo bem, vamos virar essa página. Não era bem assim. - Virar a página vai esperar um pouco, eu não contei tudo ainda. Os dois me olharam curiosos. - Como assim? Abri meu celular e cliquei no play da mensagem de áudio. “Escute bem seus seguranças de merda, eu estou de olho em vocês. Vocês atrapalharam nossos negócios por muito tempo e agora que eu consegui furar o bloqueio de vocês eu aviso que fiquem fora do meu radar.” Valentin estava branco feito papel. - Que merda é essa? Quem mandou essa mensagem? - Ai é que está. O DDD é do Rio de Janeiro. Nico passou a mão no cabelo nervoso. - O cliente era de lá? Afirmei. - Fugitivo. Traficante de drogas de uma favela lá. - P.orra! - Eu sabia que era um serviço perigoso. Por isso ele pagou tão caro. Valentim estava apreensivo. - Negociou só com ele? - Sim. - Tem mais alguma coisa que precisamos saber? Tossi meio nervoso. - Tinha uma mulher... Valentin bateu na mesa. - Você pegou a mulher do cara? - Não! - Explique melhor. Sentei pesadamente. - Ele sequestrou a filha do rival do tráfico e a matou e eu vi o que ele fez. Eu sei onde ele escondeu o corpo. Nico deu um chute na cadeira. - Você está louco cara? Como se meteu no meio disso? Respirei fundo. - Não me meti no meio de nada, eu acompanhei o homem para uma casa em um sitio e ele matou a moça lá, eu não pude fazer nada. Os dois andavam em círculos pela sala. - E agora? Eles podem querer vingança e você parece que está no radar desses bandidos. Encolhi os ombros. - Não tenho o que fazer. Ficar alerta e seguir minha vida. Valentin me encarou. - Se cuide por favor, eu não quero perder mais um filho. O silêncio foi longo e triste por alguns minutos e então eu levantei disposto a encerrar aquele assunto. - Podemos terminar esse dia? já deu pra mim? Valentim fechou o notobook. - Vê se não vai encher a cara. Eu ri meio sem vontade. - É justamente o que vou fazer. - E aposto que é no bar do Hugo. Olhei para o Nico. Meu irmão estava precisando de uma trepada. O cara estava mais razinza que meu nosso pai. - Lugar pra onde você deveria ir também. Ele sorriu cinicamente. -Me enfiar no meio das pernas de mulheres desconhecidas? Muito obrigada. Soltei uma gargalhada. - Virou puritano foi Nico, eu quero saber de conhecer a p***a da mulher, eu quero é meter nela e gozar. - Você vai é se apaixonar por uma delas, uma hora dessas. Bati na mesa. - Vai jogar praga em outro. Valentim bateu na mesa com a bengala. - Fora daqui seus depravados. Eu quero ficar sozinho. Peguei minha jaqueta e joguei no ombro. - Tchau família, vou ali e hoje vou escolher uma garota top, estou precisando aliviar a mente.
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