— Eu já sei quem mais estava no carro com Lucas no dia do acidente — falei, com a voz embargada, a garganta seca como se eu estivesse engolindo cacos de vidro. Helena me olhou, ainda quieta, os olhos tão arregalados que pareciam já saber o que eu estava prestes a dizer. Ela estava sentada à minha frente, as mãos entrelaçadas no colo, tremendo.
— Quem? — sussurrou.
— Seu pai. O juiz Costa.
O silêncio entre nós foi brutal. Um silêncio cortante, violento. Era como se o mundo tivesse parado ao redor e só restássemos nós dois, imersos em uma verdade que sempre existiu, mas que agora queimava.
Ela baixou os olhos. Não negou.
Não pediu provas.
Ela sabia.
— Eu… eu sempre desconfiei — Helena disse, com a voz fraca. — Eu ouvia conversas. Fragmentos. Às vezes ele falava no telefone e mencionav
