Rivais

1126 Words
O Rio de Janeiro esconde uma novidade em cada esquina. Cada casa é um caso. Cada mesa de bar aflora um segredo. Cada vagão de trem, existe um sussurro. Cada palmo de terra ou centímetro de areai deste lugar é envolto em coisas que ninguém quer que o outro saiba. E isso vale para os acontecimentos de agora. Ao fazer o golaço de antes, Christopher se virou e encarou o time adversário. Ele não debochou ou insultou ninguém, mas a sua atitude imponente fez com que todos do outro time se irritassem e partissem para cima dele. Ao longe, Anne só pode observar a figura do jovem sendo rodeado por vários garotos do time de Oliver, que era o mais calmo de todos. Contudo, o mais irritado, era Igor, este foi quem correu da zona de ataque, cruzando a quadra apenas para por o dedo na cara de Christopher, sem motivo algum aparentemente. — Chega, chega, chega. — alertou o professor chegando no meio da roda. Oliver puxou Igor do meio do tumulto. Christopher era só risos com tudo, parecia que nunca havia curtido um momento assim. Os garotos do seu time apareceram apenas para pilhar os do time de Oliver e em poucos minutos, a bateção de boca estava armada. — Teremos outro amistoso pela frente, espero que continuem assim até lá. — argumentou Oliver, decidido. Um dos garotos do time de Christopher debochou. — Escolas particulares e públicas, geralmente se encaram na supercopa, então você está me dizendo que esse timinho irá ganhar o estadual público e nos enfrentará? — É claro! — exclamou Oliver. — Não me entenda a m*l, você está equivocado. Nós não somos do time titular, somos os reservas. Todos entraram em choque. — O Christopher é o único que recentemente começou a revesar com o time titular. Mas fique tranquilo, neste ano, O instituto Imperial irá enviar o nosso time para a competição estadual. Ninguém acreditou muito naquilo, não fazia sentido enviar uma equipe tão forte para uma competição tão fraca. Oliver, Igor, o professor e todos os alunos do time de futebol se encaram com aquela interrogação na cabeça. Não é comum times de escolar particulares encararem com seriedade o torneio, alguns nem ao menos mandam times ou simplesmente deixam de participar na parte final. O Instituto Imperial sempre se preocupou com o Torneio Metropolitano que é o campeonato estadual geral, coisa que nenhuma escola pública participava. Os nervos realmente estavam a flor da pele, mas nosso protagonista ainda sentia que podia vencer. Christopher encarou a situação que se formava com desprezo e desdenho. "Não consigo entender o porque de uma equipe tão fraca se esforçar tanto à ponto de aborrecer-se por conta disso. Eles perderam e pronto". — pensou. Oliver centra sua atenção à ele e confronta. — Da próxima vez será diferente, playoby. Escute o que estou dizendo. Christopher sorri com os seus amigos. — 'Válte ton eaftó sas sti thési sas'. Seus amigos caíram na gargalhada enquanto Oliver ficou sem entender o que acontecia. — Vamos embora, vamos, se treinando eles são assim, imagina sem? — insultou um dos garotos indo embora. Em poucos minutos, os garotos se retiraram, mas o gosto amargo da derrota ficou na boca de todos. No exato momento em que Christopher saiu com seus amigos da quadra, começo a mostrar seu ponto de vista, pois como é o principal antagonista nesta primeira fase, é fundamental sabermos o que sente. Ponto de vista de Christopher. Que chato, os garotos disseram que seria divertido implicar com outras escolas e nos exibir por sermos do Instituto Imperial, mas não vejo nada demais. Eu sequer entendi o motivo deles estarem tão furiosos com a gente. Eu pensei que todo mundo aqui era feliz, que tocavam samba e funk o tempo todo e que todo o dia era um carnaval. Mas parece que me enganaram. Isso aqui é um tédio! Nosso antagonista não parece muito contente, mas porque será? Bem distante do ponto de vista de Christopher, nossos protagonistas encerram a confusão que aconteceu na quadra. — Oli? — chamou Anne. — Sim? — Vai me levar em casa? — Mas é claro! — respondeu Oliver. Ele pegou a mochila dela e os dois foram lado a lado para mais uma tediosa e nada empolgante caminhada até a casa de nossa protagonista. Tudo foi exatamente igual o capítulo passado. Aliás, tudo foi extremamente parecido com as últimas milhões de vezes que ele a deixou na casa dela. Os dois voltaram a se abraçar, trocaram sorrisos tímidos em pensamentos bobos, mas não avançaram o sinal. Foi mais do mesmo o tempo todo. — Nos vemos amanhã? — Mas é óbvio que sim. — respondeu Oliver. Anne sorriu e pegou a mochila de volta. — Desculpe por hoje, ok? — Tá se desculpando pelo que? — Pelos outros garotos que aparecem e ganharam da gente, eu juro que isso nunca acontece, sério! — Ah tá, relaxa Oli, deixa isso pra lá. Os dois deram um último abraço e Anne entrou para casa. No momento em que Anne passou pela porta de casa, começo a mostrar seu ponto de vista, pois como a história gira entorno dela, é fundamental sabermos o que a protagonista sente. Ponto de vista da Anne. Que pena, por alguns segundos eu realmente pensei que o Oliver iria tomar alguma atitude, uma pena, mas não aconteceu. Mamãe ainda não está em casa, terei de fazer a comida, ao menos coloquei o frango para descongelar antes de sair de casa e tem metade do arroz de ontem. — Anne parou por alguns minutos pra trocar de roupa enquanto liga a Tv. Nunca tem nada passando de bom, estamos quase em época de Bienal do Livro e ninguém dá uma notícia que preste, algum spoiler, nada. O Brasil realmente não se importa tanto assim com livros. Uma pena. — Anne se senta enfrente a Tv e encara seu caderno. Quem sabe amanhã eu não tome alguma atitude quanto ao Oliver, né? Quem sabe! Mas e aquele Christopher? Quanta imponência, ele realmente se sentia superior à todo mundo que estava ali. Não gostei muito dele. É nesse momento chave de fim de capítulo que cortarei o ponto de vista dela, pois algo importante será relatado na Tv. Ao se virar para a Tv, Anne se deparou com uma inusitada notícia. — Um poderoso Duque do Petróleo desembarcou esta semana com sua família no Rio de Janeiro para ensinar à alguns empresários e técnicos como se explora o pré-sal. Ele é grego e possui um filho que ninguém sabe ao certo quem é. Os paparazzis brasileiros estão em busca deste furo de reportagem. Anne encarou a notícia com entusiasmo. — Como se chama um filho de um Duque?
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