Oliver em ação.

1006 Words
Depois de ontem, eu fui a faculdade bem alegre. Sentia que nada podia estragar minha semana. Tá, isso foi bem i****a, é claro que havia muitas coisas que podiam estraga-la, mas sim... Na maioria das vezes, quase sempre, a faculdade tem me deixado cansada. Eu amo o que estudo. Mas as vezes, cansa. No intervalo, segui com Clara e Henrique até a qualquer barraquinha e compramos açaí, o que não era muito comum de fazermos. Eu estava muito empolgada contando a eles tudo sobre a festa. Queria que a Clarinha fosse uma das minhas madrinhas. Ela foi alguém muito essencial para meu ano e já que não poderia colocar o Henrique também, me sentia feliz por poder inclui-la. Ela ficou muito animada também, claro. — Então vocês vão mesmo se casar? — Ela pergunta, enquanto se lambuzava toda. — Sim... — Afirmei. — Guardanapo? — Ofereço, e ela se limpa. Eu não pude evitar de dar risada. — Você quer mesmo fazer essa mudança radical na sua vida? Quer dizer, vocês vão morar juntos... para valer! — Henrique observou. Eu entendia sua preocupação. Afinal, eu ainda nem tenho 19 anos. É normal que ele se preocupe assim. Mas tudo bem porque eu tinha certeza da minha decisão. Ele fazia muito sentido para mim, e eu não tive dúvidas nem sequer por um segundo. — Eu sei — Disse. — Mas fiquem tranquilos. — Continuei, tentando despreocupa-los. É que esse sempre foi meu sonho.  — Então nós apoiamos você — Henrique fala e Clara assente com a cabeça. Eu senti muita verdade no que ele disse. Caso contrário, ele não teria esses brilhinhos nos olhos nem muito menos olharia nos meus olhos para dizer. — Obrigada, valeu mesmo gente. — Apenas aguardando quando o meu dia irá chegar! — Clara brincou e nós caímos na gargalhada. Em tempos como esse é bom a gente começar a valorizar as pessoas que querem a gente bem de verdade. Clarinha e Henrique eram uns desse ciclo. Sabia que o carinho que sentiam por mim era completamente natural e puro. Amor não serve se for forçado, entende? Precisa ser autêntico. Livre. Espontâneo. Eles dois sabiam dar esse tipo de amor. Não só para mim, mas para qualquer um. É uma pena que os pais deles não saibam retribuir da mesma forma. Quando meu pai morreu, eu sabia que ele havia me amado muito e que talvez a nossa família tivesse sido a coisa mais difícil para ele de deixar para trás. Mas a mãe e o pai deles escolheu ser ausente. Eles estão lá todos os dias e mesmo assim, continuam ausentes. — Acho que tenho uma amiga que ia saber conversar com vocês sobre coisas que eu não sei. — Afirmei, de repente. Clara me encarou, sem entender. — Como assim? — Henrique indagou. — A Susana também viveu a mesma coisa que vocês com os pais dela. Eles passaram por muita coisa até passarem por cima disso. Ela já tinha 19 anos quando se reaproximou deles de verdade. — Expliquei. Clara franziu a testa. — Ela é psicóloga? — Perguntou a loira. Eu ri. — Não, boba. Ela é só uma amiga. Vou ligar para ela depois e marcar um café com nós quatro. — Concluí. Nenhum dos dois disse mais nada então aceitei aquilo como um consentimento  geral. Quando ainda estávamos conversando na mesa do pátio, avistei Oliver vindo em minha direção.  Espera, o que o Oliver está fazendo nesse campus? Ele nem estuda aqui. Ai meu Deus! —  Oliver, quê que você tá fazendo aqui? — indago um pouco alto, Clara e Henrique só olham sem entender nada. — Eu só queria conversar e dizer que nós vamos fazer uma festa. Só nós quarto — ele olha ao redor — e seus dois amigos também estão convidados, se quiserem. — ele sorri. Algo nesse sorriso me irritava muito. — Você já falou com o Lucas e com a Susana? Lucas não havia me dito nada sobre festa, e sinceramente não queria ter nenhuma surpresa. — Com a Susana, sim. Mas com o Lucas, não, mas fala com ele, tá? Tenho certeza que ele vai gostar muito da ideia. Temos pouco tempo antes de termos que voltar definitivamente... — Mas por que você mesmo não disse a ele se ele trabalha no mesmo lugar que você? — Perguntei e sem querer soei grossa demais. — Caramba, é que eu acho chato usar a casa dele. E não tive coragem de sugerir isso. — Disse, já demonstrando impaciência — Mas se você pedir ele deixa. Mais alguma coisa? — Concluiu, irônico.  — Não, desculpa — Falei, finalmente. Olhei para Clara e Henrique e apresentei-os — Clara, esse aqui é o Oliver, e vice-versa, e esse aqui é o Henrique, irmão da Clara. Os dois estudam comigo. — Prazer — Oliver disse. —- Todo meu — Clara deixou escapar, e Henrique deu um peteleco nela. Ela não conseguia disfarçar quando tinha interesse em alguém. — Você quer carona para casa? — Oliver me ofereceu, parecendo não se importar com o que Clara dissera. — Não, eu ainda tenho aula. Mas obrigada mesmo assim. E eu aviso ao Lucas, mas não garanto que ele vá querer. Agora eu preciso ir. — Me levantei e fui embora. Eu não tinha mais aula nenhuma, eu só não queria que Oliver me levasse pra casa. Era a última coisa de que precisava. Seria bem estranho. E causaria muita raiva no Lucas e na Susana. Quer dizer, eu praticamente roubei o Lucas da Susana, não quero que ela ache que eu roubei o Oliver também. E não vou! Só preciso que ele pare de me perseguir o tempo inteiro. Então peguei um ônibus e fui para casa. Hoje Lucas não iria conseguir me buscar porque infelizmente está muito envolvido nos projetos da empresa. Mas de certa forma, fico feliz que ele esteja batalhando pelos seus sonhos. No caminho meu celular toca.  — Alô? — Digo. — Mariana? — de repente, percebo que era a voz da Susana. — Susana? —tiro minha dúvida. — Sim. A gente precisa conversar. É urgente! Quando você tiver em casa me liga! Ferrou...
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