Um Ômega em Apuros

Jimin e o primeiro cio

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De qualquer forma, eu preferi ignorar o alfa e seguir com minha vida. Fiz meu turno no trabalho e finalmente pude ir para a minha linda e doce casinha descansar.

Graças a deus eu morava sozinho e não precisaria suportar minha família me enchendo de perguntas, tudo o que eu tinha que fazer era pegar no sono.

O único problema foi que ele fugiu de mim, quando voltei a pensar nas palavras de Jungkook.

Ele estava errado em achar que eu estava interessado naquele ômega do nosso trabalho. Desde quando um ômega poderia se interessar por outro? Ou melhor dizendo, desde quando eu me interessaria por outro ômega.

O que surpreende é o fato de que ele já havia tentado algo a mais com aquele cara.

— Como ele se atreve? — Virei-me para o lado e fechei os olhos, mas novamente a cara daquele i****a veio em minha mente — Bastardo, ridículo. Arhg! — E foi de repente que eu comecei a sentir como se minha garganta estivesse queimando — Á-água, eu preciso de água! — Tentei me levantar, mas tudo que consegui foi levar um belo tombo e ir de encontro ao chão.

O que era isso? De repente havia começado a sentir-me calorento, estava suando de mais e quase não era capaz de falar.

“O seu dia chegará, Jimin.” Lembrei-me das palavras do meu médico.

Então, finalmente meu dia havia chegado? Bem agora? Eu tinha mesmo entrado no cio?

— D-droga. — Eu deveria ligar para alguém que eu conhecesse, então por que não para o doutor?

Naquela noite eu foquei em procurar por meu celular, em seguida busquei seu número. O hyung estava dormindo, mas eu implorei para que ele viesse me ver já que eu estava quase me descontrolando completamente.

-x-

— Doutor… que bom que veio. — Abri a porta, respirando fundo antes de recebê-lo.

— O que foi que aconteceu? — Ele entrou disparado, estava bem preocupado — Você está no cio?

Infelizmente, Yoongi-hyung morava longe de minha casa e o que aconteceu foi que enquanto ele falava comigo por telefone, pedindo para que eu me acalmasse e respirasse fundo até que ele chegasse, os sintomas se foram de vez. Contei ao Min sobre isso, o que o fez ficar bastante pensativo.

— Como posso resolver o problema quando não tenho provas de que realmente aconteceu? — Esse cara está tentando me irritar? Não era ele que dizia que isso iria acontecer? Então por que agora parece não acreditar em mim?

— Eu não estou mentindo, hyung. Eu senti todos os sintomas certinhos, minha garganta estava seca e eu nem ao menos conseguia respirar. — Eu estava desesperado, o que eu havia sentido era mesmo o meu cio? Por que ele foi embora assim do nada? — Ótimo! Se não acredita em mim pode ir embora agora se quiser.

— i****a — Ele riu, acariciando minha cabeça — Fique calmo, eu acredito em você. — O que? Por que o toque dele havia me feito ficar mais calmo?

Depois de um longo tempo de conversa, o hyung pediu para que eu passasse em seu consultório pela manhã e assim eu o fiz.

Min Yoongi me explicou que eu poderia ser um ômega com os ciclos desregulados, por isso poderia ser normal que meu cio chegasse de repente e se fosse mais rápido do que o comum.

Por hora, sem saber muito que podíamos fazer, ele me passou uma medicação não tão forte, para eu me acostumar com isso primeiro. Os remédios serviriam para impedir que meu cio viesse em lugares inapropriados. Eu terei que tomá-los após minhas refeições, duas vezes ao dia pelo menos.

Graças a deus eu não havia me esquecido disso e comecei a tomar os remédios naquele mesmo dia. Passei um mês tomando-os e nada daquela sensação voltar.

O problema era que os remédios não deveriam combinar bem com bebidas alcoólicas, e o pessoal no trabalho vez ou outra se juntavam para beber. Então deixei de tomá-los por um dia, depois me acostumei novamente a eles.

Mais uma semana se passou e essa era a semana de reuniões. O nosso chefe uma vez por mês nos chamava para isso, para falar sobre algumas mudanças e como o trabalho seria naquele mês. Sempre tinha bebidas envolvidas, então preferi ficar sem tomar a medicação novamente.

-X-

Estamos todos sentados perto da mesa, seria um jantar entre os funcionários. O chefe passou as recomendações para nós e agora todos podiam ficar à vontade para beber e comer.

Mas a única coisa que tenho em mente é: Por que o maldito do Jungkook tinha que se sentar bem ao meu lado? Olha para ele, todo exibido se achando o melhor. Ele é tão feio que até chego a sentir pena, coitado.

— O que você está olhando, e******o? — Oh, então ele me notou ali? Desvie o olhar Jimin, desvie o olhar desse rostinho feio.

— Estava apenas sentindo pena de você, pobre criatura feia. — E por incrível que pareça, eu não desviei o olhar. Droga, o que eu tenho em mente?

E do nada, eu senti minha garganta secar outra vez, mas que p***a é essa? Tossi algumas vezes e bebi um pouco do líquido que tinha no copo em minhas mãos, mas aquela queimação não passou. O que é isso? Queimava tanto que parecia que eu iria cuspir fogo a qualquer momento, não me diga que eu estou novamente daquele jeito.

Droga, e agora o que é esse cheiro forte? Não me diga que isso também vem de Jungkook.

Ele cheira bem, ele cheira muito bem para falar a verdade. Esses são os feromônios de um alfa? Há quanto tempo ele cheira assim? E por que eu só fui sentir isso hoje?

— Você está bem? — Por que esse maldito é quem está me perguntando isso? Eu o odeio e certamente odiaria receber ajuda dele — Você parece meio febril. — Ah, ele ia tocar em mim? Não, não posso deixar isso acontecer.

— Eu estou bem. Só preciso ir ao banheiro em um momentinho já estou de volta — Desviei de seu toque, saindo dali quase trombando em tudo que estava em meu caminho.

Ao chegar no banheiro tudo que eu consegui fazer, foi tentar me acalmar assim como Yoongi havia dito.

— Tinha que ser bem aqui? M-mas por quê? Os remédios não me ajudariam com aquilo? — Eu não fiquei tanto tempo sem tomá-los para que meu corpo já se esquecesse dos efeitos — Acalme-se, Jimin. — Joguei um pouco de água sobre meu rosto, tentando manter-me presente ali.

-X-

                                                                    - Jeon Jungkook -

O que estava havendo com aquele cara? Ele não parava de me encarar. Será que há algo errado com meu rosto? Pensando bem, ele parece estar suando mais que o normal e está vermelho. No fim das contas ele estava mesmo doente?

— Você está bem? — Eu não estava me preocupando com ele, mas também seria péssimo se ele morresse bem ao meu lado.

Tudo o que ele soube dizer é que estava bem, mas então por que saiu dali tão apressado para o banheiro? Ele iria vomitar? Era só o que faltava agora!

Alguns minutos se passaram e parece que ninguém havia se dado conta de que Jimin está demorando muito para voltar. Droga, por que ninguém está preocupado? Eu também não estou, mas ele está me deixando confuso com isso. Pois se estivesse bem, ele já estaria aqui novamente.

— Se me derem licença, acredito que já vou ir para casa. — Sai dali me despedindo dos demais, mas que droga! Por que tem que ser logo eu a ir atrás dele? Ele ainda estava ali ou já teria ido para casa? De qualquer forma, seria bom eu checar o banheiro antes.

O que estava acontecendo? Parece que havia passado uma nuvem cheia de feromônios naquele corredor. Esse idiota.. como imaginei, ele estava mesmo lá.

Eu só não esperava que o cheiro dentro do banheiro fosse maior, todavia aparentemente eu me enganei, ele não estava ali. Talvez já tivesse ido mesmo para casa.

— Acalme-se, acalme-se, acalme-se.. — Por algum motivo, eu deixei de fazer o que estava fazendo para notar o estranho barulho que alguém fazia em uma das cabines.

— Como eu pensei você está mesmo aqui. — Parei bem em frente à porta, sentindo o cheiro que vinha de dentro. — Meu deus, você fede! — Ele não fedia de verdade, ele cheirava doce demais. Mas por algum motivo seu cheiro estava tão forte que eu fui obrigado a cobrir meu nariz — Jimin, o que faz aí? Está rezando? — Por que ele dizia tantas vezes aquela única palavra? Tenho certeza que não existe nenhum deus que se chamasse “Acalme-se”.

— Não é da sua conta. — gritou de dentro, porém logo abriu a porta. — Jungkook.. — Ele estava tão estranho que nem seus próprios familiares o reconheceriam.

Os olhos estavam semi-abertos em uma expressão bem sexy, ele suspirava muito e seu corpo i****a parecia mais frágil.

— Você está bem? — Toquei seus ombros e algo tão simples o fez arfar. — Ei, não me diga que você... — Ele não me deixou terminar, pois logo se grudou em mim com tanta força que eu não conseguia nem mesmo respirar — Me solte, i****a.

Jimin não disse mais nada, apenas desmoronou ao chão após seu ato tão i****a. Droga, o que eu devo fazer? Esse maldito desmaiou logo perto de mim? Eu não devo ser responsável por ele, então vou deixá-lo aqui.

Aish, eu não consigo ir sem ele... tenho certeza que me sentirei culpado se algo acabar lhe acontecendo nesse banheiro.

— Você vem comigo, Jimin. — Disse por fim, o colocando sobre minhas costas e o carregando para fora daquele banheiro nojento.

- Continua -