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819 Words
10 anos depois Acordo no meio de uma sala onde tinha muitas latinhas amassadas e cheiro de bebida, estava apenas de calça, levanto me sentindo tonto e começo a procurar minha roupa pela casa onde ainda tinha algumas pessoas caídas, olho pro relógio e: - Droga! – já era meio dia e eu ainda estava ali, saio vasculhando tudo que nem um doido e então encontro minha coisas, mas uma coisa eu não podia esquecer – ei Brianna, cadê o dinheiro? Preciso ir embora. - A jordan, quebra essa pra mim vai – diz ela alisando os meus braços, ela sempre tentava mas dessa vez não ia dar certo. - Nem rola Bri, a quantidade era grande demais – digo a afastando de mim. - Poxa, achei que ia rolar já que você ficou ai e se divertiu – diz ela fazendo carinha de cachorro abandonado. - Então na próxima eu não fico – digo já sem paciência, ela sempre fazia isso, pedia a droga, eu ia levar, então ela me segurava e depois achava que só porque eu fiquei e curti eu iria deixar a divida passar, e isso funciona desde quando? Nunca. - Nossa, calma gatinho, não é assim também né, toma – diz ela me entregando o pacote com dinheiro, ou seja, ela tinha mas não queria pagar. Saio sem me despedir, o Kevin deve estar me procurando que nem louco, essa foi a primeira vez que eu não voltava com o dinheiro no mesmo dia, desde de pequeno ele tinha uma leve obsessão em mim, isso causou por eu virar o predileto dele, eu sempre o pegava me encarando e aquilo me assustava, imagina um garoto de doze anos que pega um homem de trinta te devorando com os olhos? Eu tinha medo só de passar perto dele, por incrível que pareça minha mãe nunca o deixou tocar em mim, mas eu sei que não é por ser uma boa mãe mas sim pra não perder o posto de primeira dama do trafico, chego em casa e não vejo nenhum dos dois então deixo o dinheiro encima da mesa e subi rápido pro meu quarto, tranco a porta e tiro toda minha roupa, eu tinha uma mania de me olhar no espelho toda vez antes de tomar banho, como eu mudei em dez anos, meu corpo que era franzino agora estava com uns músculos aparentes, eu não era bombado mas não tinha nada fora do lugar, meu cabelo que cresceu um pouco e continua cacheado, e a melhor parte de mim, meus olhos verdes, com ele eu já seduzi muitos homens e mulheres por ai, saio dos meu devaneios e entro no banho, coloco apenas uma cueca e me jogo na cama, fazia dias que eu não dormia direito por isso acordo só cinco horas, hora de ir ao trabalho novamente. - E ai Kevin? Onde eu levo a encomenda? – digo chegando na cozinha e abrindo a geladeira, sem olhar pra ele, eu não gostava do seu olhar sobre mim. - Hm, ainda não temos nenhuma encomenda hoje docinho – diz ele quase me fazendo vomitar pelo apelido. - Qual é cara, não me chama de docinho – digo querendo sair da cozinha, mas ele me barra, eu não tinha paciência pra isso. - Eu te chamo como eu quiser – diz ele vindo em minha direção. - Deixa ele em paz Kevin – diz a minha mãe, não sei quantas vezes ela falou isso todos esses anos, kevin revira os olhos e se afasta de mim, então eu volto pro quarto, eu não fico nessa casa a não ser no meu quarto. Resolvo passar o resto do dia na praia, pego minha mochila e coloco as coisas pra praia, mas antes eu procuro pra ver se não tinha nenhuma droga, uma vez eu esqueci uma ali dentro e a policia quase me parou, o tranquilo era que eu era de menor, mas não sou mais, então isso não pode acontecer, desço a escada rapidamente pra não me encontrar com eles, ando tranquilamente pelas ruas sentindo o vento bater, chego na praia e me sento lá olhando o horizonte já que o sol estava se pondo, vejo uma criança ruiva passando e então eu me lembro de Luke, ele nunca voltou, ou se voltou ele não veio me procurar, depois que ele foi embora tudo mudou, eu não tinha mais meu refujo na casa dele, a mãe dele não cuidava mais de mim quando minha mãe me esquecia, então não teve jeito, eu acabei caindo na mão do Kevin, eu precisava comer e precisava me vestir, e isso não cai do céu, eu precisava de dinheiro, e eu não iria aceitar que ele me bancasse como ele fazia com a minha mãe, eu sabia das intenções dele, e se eu deixasse eu nunca mais conseguiria me livrar dele. E foi assim que minha vida mudou de uma criança inocente pra um traficante laranja, as drogas não eram minhas mas era eu que levava, minha adolescência foi arruinada.
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