Nesse momento as portas da escola já haviam se fechado, a mãe de luke que estava concentrada em seu celular escuta um grito.
- MAMÃE! – Grita luke desesperado se abaixando e tentando pegar jordan, mas ele era pesado demais para si, então ele se senta e coloca a cabeça dele em suas pernas.
- O meu deus, oque houve?! – pergunta ela assim que vê um garotinho miúdo sendo segurado firmemente por seu filho.
- Eu não sei mamãe! – diz o filho com os olhos cheios de agua, sua mãe olha para o portão do colégio e não vê ninguém, estava fechado, ela olha novamente para o menino e vê seu filho que estava a ponto de chorar, ela corre e o pega no colo o levando para o carro, seu filho entra logo em seguida arrumando a cabeça do amigo em seu colo, indo em direção ao hospital a mulher vê seu filho fazendo carinho no amigo o caminho inteiro.
- Me ajudem por favor! – diz a mulher entrando no hospital com o garotinho pálido e desmaiado no colo, o enfermeiro que passava corre em sua direção e pega o menino no colo não deixando a mãe e o filho irem junto, ela estava em um impasse, tinha que alimentar seu filho mas não podia deixar uma criança sozinha no hospital, então foi até a cantina comprar um sanduiche natural e um copo de suco.
- Toma meu filho coma – logo após dizer isso ela vai até o balcão – com licença, eu cheguei mais cedo com um menino, pode me dizer como ele está?
- Senhora você tem que preencher a ficha dele, só assim poderemos dizer alguma coisa – diz a recepcionista sem ao menos tirar os olhos do computador.
Não sabendo nada do menino ela teve que voltar a escola e pedir o numero do responsável, após cinco chamadas alguém atende, ela teve que convencer a pessoa a ir ao hospital pois estava esperando visita, que tipo de mãe é essa que nem se preocupa com seu filho no hospital? mas no fim ela conseguiu.
- Você é a mãe? – perguntou o medico olhando a moça ruiva de olhos azuis.
- Não, eu apenas trouxe, ela é a mãe – aponta para uma mulher morena e cabelos cacheados que estavam todos desgrenhados.
- Então senhora, o pequeno jordan desmaiou por ficar muito tempo sem comer, estimo que seja um ou dois dias, agora ele está no soro e está mais forte, mas uma criança de dez anos não pode ficar muito tempo sem comer, ninguém pode – finaliza o medico olhando feio para a mãe de jordan.
- Droga, esqueci de dar comida ele – diz ela bagunçando ainda mais os cabelos, a mãe de luke olha surpresa pra ela, desde quando se esquece de dar comida pra uma criança?
Antes que pudessem falar alguma coisa a mãe de luke o puxa de volta pro carro, levando o menino emburrado que queria dizer adeus ao amigo, depois desse dia os meninos nunca mais se desgrudaram, eles iam pra escola juntos e iam embora juntos, a mãe de luke buscava jordan em casa e o levava, mas nunca antes de o levar pra comer, a família de luke virou a família de jordan, sua mãe nem notava sua ausência, mas dois anos depois tudo mudou, jordan tinha doze anos e luke treze, o pai de luke recebeu uma proposta de trabalho em outra cidade, mais uma vez jordan ficaria sozinho e isso estava o enlouquecendo, não era só pelo fato de eles darem comida pra ele e uma casa silenciosa para ficar a maior parte do dia, eles eram sua família.
- Jura juradinho que vai voltar um dia? – pergunta jordan em frente a sua casa quando luke foi se despedir.
- Juro, pode ter certeza que eu nunca vou te esquecer – diz luke o abraçando, jordan era menor que si e mais frágil.
- JORDAN! – Grita sua mãe de dentro de casa, ela não gostava nada nada daquela família.
- Eu preciso ir – diz ele se soltando e se virando para entrar, ele olha para trás e acena com a mão, assim que ele entra uma lagrima solitária cai em seu rosto, que logo é limpada assim que ele vê o mesmo homem de dois anos atrás, ali sentando na poltrona como se fosse dono da casa.
- Oi pequeno jordan – diz ele com o mesmo sorriso sádico no rosto.
- Oi – diz ele segurando as mãos atrás do corpo.
- Vem cá, senta no colo do tio – diz ele batendo na própria perna, nesse momento a mãe de jordan chega e senta no colo dele.
- Deixa ele em paz – diz ela o beijando, jordan aproveita o momento e vai em direção a escada, ele olha para trás e encontra o olhar do homem em si ao mesmo tempo que apertava o corpo de sua mãe ao seu próprio corpo, um arrepio de medo subiu por sua espinha e ele sobe o mais rápido possível tropeçando nos degraus.
- Jordan – cantarola o homem subindo a escada, jordan tranca a porta e se senta no chão ao lado da cama segurando as pernas perto do rosto, aquele tipo de cena já aconteceu tantas vezes que já era pra ele ter se acostumado, mas ele não conseguia – abra a porta anjo.
- Kevin, vem, entra – diz a mãe de jordan o puxando pra dentro de seu quarto, jordan solta um suspiro de alivio.
Sua vida nunca foi normal, mas dali pra frente tudo seria pior.