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Contrato com o Pesadelo - Visita Íntima

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Blurb

O maior sonho de Marcela sempre foi se formar em veterinária, mas tudo desmorona quando sua mãe recebe o diagnóstico de câncer de mama. Sem dinheiro, sem apoio e sem tempo, Marcela se vê encurralada pela vida. É então que surge uma proposta inesperada: entrar como visita íntima do homem mais temido do estado, o dono do morro. Desesperada para salvar a mãe, ela aceita.A solução aparece onde ela menos esperava: no nome de um homem que todos temem.Pesadelo, condenado por tráfico, cumpre pena, mas nunca deixou de comandar seu morro. Faltando pouco mais de um ano para ser livre, ele é atingido por uma nova regra: visitas íntimas só com esposa registrada. Pela primeira vez, o homem que sempre teve tudo ao seu alcance precisa de alguém.Marcela assina pelo amor à mãe.Pesadelo aceita porque precisa dela.Mas o destino tem planos silenciosos.Quando os caminhos se cruzam, Marcela descobre um homem muito diferente da imagem que o mundo pinta: alguém marcado pela vida, pela solidão e por uma falta enorme que ele nunca soube nomear. E Pesadelo, acostumado a ser temido, sente algo que o desconcerta quando ela aparece, um cuidado involuntário, uma vontade de protegê-la e, pela primeira vez, o desejo de ser visto por alguém de verdade.Entre encontros carregados de tensão, conversas baixas e uma proximidade que cresce sem permissão, o que era contrato se transforma em conexão.O medo dela vira confiança.A dureza dele vira afeto.E, sem perceber, Marcela passa a ser o único lugar onde Pesadelo encontra paz… e Pesadelo, o único lugar onde Marcela se sente segura.Em um mundo marcado por escolhas duras e realidades cruéis, dois corações quebrados descobrem que o amor pode nascer nos lugares mais improváveis e que algumas assinaturas não prendem… libertam.

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Capítulo 1
Marcela Narrando Minha vida nunca foi fácil… mas também nunca tinha sido difícil o suficiente para me fazer parar meu sonho. Desde que eu me entendo por gente, carrego a vontade de ser veterinária. Sempre fui aquela menina que recolhia cachorro da rua, que escondia gato dentro de casa, que alimentava passarinho caído do ninho. Eu queria cuidar, queria curar, queria sentir que fazia diferença para qualquer ser vivo que precisasse de mim. E por muito tempo, esse sonho parecia ao alcance da minha mão. Faltavam só dois semestres. Dois. Eu conseguia quase sentir o peso do jaleco branco nos meus ombros, quase enxergar o meu nome bordado no bolso. Só que a vida não se importa com o “quase”. Às vezes, ela arranca tudo do seu caminho sem aviso. A doença da minha mãe chegou assim. Como um soco. Como um raio no meio de um dia comum. Câncer de mama. Eu lembro do médico falando e a voz dele ficando distante, como se eu tivesse mergulhado debaixo d’água. Minha mãe apertou minha mão, tentando ser forte, mas eu senti o tremor. Senti o medo. Senti a vida dela, a nossa vida virando de cabeça para baixo em segundos. Desde então, tudo apertou. Ela não consegue mais trabalhar. A quimioterapia consome as forças dela como se estivesse roubando pedacinhos da minha mãe a cada semana. Vejo nos olhos dela o cansaço que ela tenta esconder, a dor silenciosa, a preocupação maior do que qualquer tratamento: eu. Ela acha que me atrapalhou. Que destruiu meu futuro. Não sabe ela que eu largaria tudo mil vezes se fosse por ela. Acordo cedo, como sempre. No morro, o dia começa antes mesmo de o sol decidir aparecer. Os cachorros já tão latindo na rua, a vizinha da casa de frente colocou o som pra tocar antes das seis, de novo e o cheiro de café sobe pela janela como se viesse me puxar da cama à força. Me sento devagar, porque dormir não resolveu nada. Ao meu lado, na mesinha da cabeceira, um pequeno monte de papéis me encara como se pudesse falar. Contas. Mais contas. Hospital, exames, remédios. Tudo que não dá para ignorar, por mais que eu queira. Respiro fundo, mas o ar não vem inteiro. Parece que vive preso no meio do peito. Levanto, prendo o cabelo num coque torto e vou até a cozinha. Minha mãe está sentada à mesa, segurando uma xícara com as duas mãos, como se ela fosse pequena demais para o mundo ao redor. — Mãe… a senhora devia estar dormindo — falo baixinho. Ela sorri. Aquele sorriso que tenta ser forte, tenta ser bonito, mas que agora carrega um cansaço que dói em mim. — E você devia estar indo pra faculdade — ela responde, tentando brincar. Eu reviro os olhos, mas sinto a fisgada no coração. — Não começa… — Você sabe que eu tô certa — ela diz, olhando pela janela como se não quisesse me ver sofrer. — Eu sou um peso no seu caminho. — Não fala isso, mãe. Pelo amor de Deus — interrompo rápido, sentindo a garganta queimar. — A senhora é minha mãe. Eu fico onde for preciso ficar. Ela abaixa a cabeça. Eu odeio quando ela faz isso. Porque eu vejo. Vejo a culpa pingando dos olhos dela como se fosse mais um sintoma da doença. Faço o café, ajeito a mesa, preparo as coisas para ela tomar depois da medicação. Tento preencher o silêncio com palavras leves, mas hoje ela está mais quieta. E quando minha mãe fica quieta assim, significa que ela tá pensando. E quando ela pensa… significa que eu vou ter problema. — Marcela… — ela começa, hesitante. — Eu queria que você voltasse hoje lá na universidade. Pelo menos pra conversar. Quem sabe você consegue uma bolsa, um desconto… alguma coisa. — Mãe… a gente não consegue pagar nem os exames do mês que vem — sussurro. Ela fecha os olhos. E eu sinto o peso do mundo caindo entre nós duas. Termino de arrumar a cozinha, dou o remédio dela no horário certo, ajudo a trocar de roupa e a sentar no sofá. Ela tenta fazer tudo sozinha, mas as mãos tremem quando ela menos espera. A quimioterapia não perdoa. Depois que ela se ajeita, pego meu celular para conferir o saldo da conta. Devia ter esperado. Devia ter respirado antes. Mas não. A realidade não espera ninguém. R$ 62,19. Olho para aquele número como se fosse um insulto. Um lembrete c***l de que eu tô perdendo essa guerra. Não tenho mais onde cortar gastos, não tenho mais horas para trabalhar, não tenho mais forças para fingir que tudo vai melhorar do nada. Sinto lágrimas ameaçando subir, mas engulo. Já chorei demais nos últimos meses. O barulho lá fora aumenta. Moto passando rápido. Vozes chamando. Crianças correndo. O morro tem vida própria, e ele não se importa com quem tá sofrendo por trás das portas fechadas. Enquanto minha mãe dormia, fui direto pra cozinha terminar de deixar o almoço dela pronto. Separei tudo em potes, rotulei, deixei arrumado na geladeira… assim ela só precisa colocar no micro-ondas quando acordar. A rotina virou isso: antecipar tudo, prever tudo, me desdobrar pra ela não sentir o peso do que estamos vivendo. Ainda bem que tenho ajuda, mesmo que eu teime em não pedir. A dona Arlete, nossa vizinha e quase uma segunda mãe pra mim, passa aqui de hora em hora. Ela faz isso sem reclamar, diz que é por amor à minha mãe, que as duas se cuidam desde meninas. E tem também a Lara… minha melhor amiga, praticamente minha irmã. Ela sempre dá um jeito de aparecer, de ficar aqui com a minha mãe quando eu estou no trabalho, de trazer algum doce, uma sopa, ou só companhia. Ela tenta ser forte por mim, mas eu conheço aqueles olhos. Sei que ela chora escondido. A Lara é namorada do Galego, o sub do morro. E por isso vive me oferecendo empréstimo, dizendo que posso pagar “quando der”, que ninguém vai me cobrar, que o importante é minha mãe ficar bem. Mas eu não aceito. Porque sei exatamente de onde o dinheiro vem. Sei quem banca. Sei que, se eu aceitar, vira dívida. E não importa o que digam, dívida com homem do morro… nunca é só dinheiro. — Amiga, é só uns trocados, você paga depois… — ela insiste quase todo dia. E eu sempre respondo igual: — Lara, eu não quero dever nada pra ninguém. Já tenho problemas demais. Ela revira os olhos, cruza os braços, fala m*l da minha teimosia, mas no fim, respeita. Porque ela sabe. Ela vive isso de perto. Ela namora um dos homens de confiança do Pesadelo. E eu… só de pensar no nome dele já sinto um calafrio. Eu sei que se eu descer na boca e pedir ajuda, eles vão ajudar. Eles nunca deixam o morador passar aperto, ainda mais, um morador antigo como a gente. Só que existe uma diferença enorme entre pedir uma cesta básica… e pedir dinheiro para tratamento de câncer. Esse tipo de coisa chega no ouvido do Pesadelo. E eu não quero isso. Não quero dever favor a ele, nem a nenhum dos homens dele. Não quero que meu nome chegue até aquele homem. Não quero que meu desespero seja assunto na boca, não quero ser vista como alguém que precisa ser “ajudada”. Porque eu sei como essas coisas funcionam. No morro, nada é de graça. E quando o Pesadelo estende a mão… é porque vai querer algo de volta. E ninguém ignora isso. Por isso, enquanto lavava a última panela do fogão, senti aquele frio subir outra vez pela coluna. A sensação r**m, aquela que avisa que alguma coisa grande e perigosa tá pra acontecer. Mas eu tento respirar fundo, me agarrar ao pensamento de que estou fazendo o que posso. Do jeito que dá. Porque se tem uma coisa que aprendi na vida… é que o morro pode até virar, mas ele nunca espera ninguém.

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