Apresentando carácter

1448 Words
1°Capítulo Kiara Badin A vida sempre te oferece uma nova chance. Isso se chama amanhecer! E realmente era. A manhã linda que meus olhos me permiti vislumbrar é prova disso. Um novo ciclo que se iniciava... Uma nova vida que transbordava de vontade para viver intensamente. Soltando uma lufada de ar depois de observar os portões adentro na universidade onde eu estudava administração, seria finalmente o meu primeiro dia ante a tantos meses ausente e a verdade é que estou tão ansiosa quanto nervosa. Olhando as pastas em minhas mãos e procurando em minha bolsa o cd, respiro aliviada. — Ótimo, agora é só cruzar os dedos e torcer para a apresentação sair como planejedo durante a semana inteira. _Continuei seguindo meu caminho, se tinha palavra que me descrevia nesse instante ao ficar na torcida, certamente "Otimista" se encaixaria perfeitamente. Minutos adiante eu estava na sala, prontamente sentada na cadeira, aguardando minha vez. Não fazer seria impossível, atenta a cada apresentação me perguntava; qual é a probabilidade de eu superar eles ? Tá aí novamente algo que de novo me define... Eu me cobro demais, seria inadmissível tirar um oito -que é uma boa nota- E um terrível desespero um nove e meio. Sabendo o quão sou perfeccionista... Da minha grande e incontrolável mania exagerada de obsessão por realizar tudo mais além que perfeito, começo então a balançar a perna e tirar o esmalte do polegar com os dentes. Super ansiosa. — Kiara, querida é uma honra tê-la novamente conosco. Fico imensamente feliz que esteja bem. _Pronunciou a senhora que me dava aula. — Por favor. _Gesticulou o centro da sala. Lhe dou um sorriso agradecido e me levando. Eu não posso me permitir desconcentrar em um momento como esse. Era tudo ou nada quando se tratava do fim do segundo semestre. Com tudo que precisaria em mãos segui para o centro, pousei as pastas na carteira ao lado e retirei o cd da capa, levando-o até a gaveta e o posicionei no dvd. — Bom dia a todos. _Saudei para todos e cruzei a perna, colocando a mão no bolso da frente da calça jeans branca que eu usava e esperei o cd entrar. — Conceptos é uma empresa fundada em 1943 e se estivesse viva completaria 75 anos nos próximos dias. Sendo o primeiro presidente Ferdinando Major e o segundo o próprio filho Agostino, o quão não soube lidar com o declínio da empresa e a abandonou sem perceber que havia uma saída e podia sim voltar a dar frutos, prosperar ... — Impossível. _Minha professora me interrompeu e eu confusa a encarei. — Li e reli matérias que escancaravam os jornais, foi tão fatal a falência que diziam que vender não estava em questão, teve até políticos que interditou o local alegando que quem comprasse pegaria em mãos uma bomba. Todos na sala riu e eu recolhi o controle da mesa para contradize-la e provar as minhas teorias. — A senhora pediu a nós alunos problemas e uma solução, certo ? _Apertei o play e apresentei um gráfico a todos. — A empresa está morta, mas hoje depois de estudar a situação mais afundo poderia afirmar que a solução era simples porém, totalmente invisível. Eles em dois anos conseguiram cerca de quase um bilhão e meio de dólares. _Olhei para todos em volta. — Uma empresa só tem bons resultados quando vem junto a boas propostas, E na verdade tinha. _Passei a imagem. — Vejam o quanto ela continuou a crescer. Vendo assim, ninguém diria que um dia se tornaria vulnerável. Então, de repente de um ano para o outro os preços de mercado aumentaram drasticamente o que fez com que os consumidores recuasse e fosse atrás do menor preço. Seus produtos bons e de qualidade já não era tão apreciados como antigamente. A marca já não era tão valorizada. O slogan a mesma coisa. O t***o no trabalho diante de tantas portas fechadas foi cessando e os trabalhadores já não viam seus salários depositado no dia esperado, ocasionando assim a procura por demissão. Imaginar uma catástrofe dessa onde uma empresa alimentícia conhecida por gerar emprego para tantos de um dia para o outro ter que assinar 278 demissões por falta de pagamento.... — Estou dizendo que não tinha como se reerguer. Estreitei o olhar para minha professora e elevei uma sobrancelha. Até onde ela iria me interromper ? — Mais é claro que tinha. _Reafirmo. — Então qual seria a solução pra esse caos ? Desviei os olhos para os meus colegas de turma. — É simples. Tivemos aqui uma ruína drástica por falta de planejamento. _Gesticulei com o controle para o telão. — Todos nós sabemos que o importante é ter um fluxo de caixa projetado, com previsão de que no futuro haja entradas e saídas também. É fato. E eu enquanto analisava tudo me perguntei diversas vezes cadê todo o dinheiro dos primeiros anos ? por que eles não se prepararam para isso ? _E realmente foram muitas perguntas. — O erro foi confiar muito na sorte e viver o hoje. O espírito de empreendedor deles era incrível e antes que o problema se agrava-se um bom projeto eles poderiam assinar com uma filial de fora. Por que não ? — Seria uma boa opção... — Seria uma ótima opção. Mais não a única, poderiam também investir em embalagem descartável e esquecer o pote enlatado. Ao invés de aumentar os preços quando estavam caindo porque não diminuir pela metade. Assim, a cada metade perdida ganharia em troca três novos consumidor. Na parte administrativa. Vi que houve tamanhos e imperdoáveis erros de cálculos, planilhas impressas eles não procuravam obter a cada uma ou duas semanas. — Então a solução está no erro. — Não, a solução está em não errar e confiar demais pois o mar nem sempre estará para peixe. Vejam só como seria se fosse como descrevi. _ Mudei a imagem e franzi o cenho ao ver que um vídeo pedia para ser iniciado. Desentendida, caminhei para mais perto do telão e as luzes na sala de repente se apagaram me intrigando bastante. — O que é isso? _Me perguntei e apertei o play. Meu coração disparou no peito, o controle remoto escorregava das minhas mãos que viajavam para cobrir minha boca. O homem com quem eu iria me casar estava completamente despido e aos beijos com três prostitutas em uma cama redonda e giratória. — Você gravou um filme adulto? Isso era a solução Kiara ? Espantada, retrocedo dois passos vindo a derrubar a carteira enquanto balançava a cabeça de um lado e outro. Assustada estou. Não entendia literalmente o que era aquilo. — Eu nunca...fiz... _No chão pego minha bolsa e saio correndo da sala, meus olhos lacrimejavam tanto que a imagem ao redor era desfocada, um borrão esquisito. — Infeliz. _Rosnei, empurrando os portões, sendo pisoteada pelo vento forte. — Ele havia me prometido e eu tola acreditei nele mais uma vez. Atravessando a rua totalmente desorientada vem o susto, um carro freava nos meus pés e flashs daquela noite automaticamente me assombravam. Fui ao chão com mais medo que qualquer outra coisa. Como sou inconsequente com meus próprios sentimentos. Minha mãe sempre me alertou " Onde há fumaça, haverá fogo " e eu insisti nisso. Insisti por que sou burra, não basta quebrar a cara uma vez, tem que ter uma segunda para contemplar os planos de sei lá quem. Não. Isso pra mim já deu! — Dia r**m ? Pela voz grossa sou tentada a subir o olhar e por pouco não os arregalo. — Dia péssimo. _Confidencio a verdade e ele se agachava. Mudo a vista, engolindo em seco. Desconfortável com sua presença erroneamente perto. — Se machucou ? _Quis saber. — Pergunte ao meu coração que adora receber porrada, porque eu fisicamente estou ótima. _Nem eu me convencia das minhas próprias palavras. — Ele é um i****a. _ Imediatamente o encarei, semicerrando meus olhos. — O homem que tem o massacrado. Vendo que ele olhava meus p****s andei com as mãos para trás e procurei minha bolsa, por sorte estava ao lado do pneu do carro. — Obrigado por nada. _Me levantei e o dei as costas, saindo e me limpando ao mesmo tempo. — Ainda irá me agradecer e será por muito. Ouvindo suas palavras saírem um tanto forçada e com seu sotaque que ao meu ouvir era definitivamente bonito, o olhei. Já era tarde demais, o mesmo já dava partida no carro e percorria em alta velocidade. Estranho... Por um momento esqueci tudo e tentei entender o sentido daquelas palavras impactantes que o desconhecido soltou do seus lábios. Muito estranho.
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