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914 Words
Alexandra As coordenadas da nova carga não mudaram, só que se eu aparecesse no bar de novo eles iam perceber que eu fiz alguma coisa. Mas se eu não aparecer, será que eles não vão perceber também? Então, por via das dúvidas, eu achei melhor voltar no bar, achei melhor fazer a mesma estratégia. Eu estava me tremendo todinha e foi aí que um grupo de homens chegou com um caminhão e eu já sabia que eram os homens que eu tinha que drogar. Fiz o mesmo esquema da cerveja e a Thaís tinha enviado uma droga nova para mim pela dona Patrícia. Eu me aproximei deles e ofereci bebida por conta da casa. Eu pensei que iam ser os mesmos homens, mas eram homens diferentes. Búfalo: Por conta da casa? Alexandra: Sim. Búfalo: Tu é daqui? Alexandra: N... n... não, só estou passando uns dias. Búfalo: Legal. Já é, vamos aceitar tua cerveja. Os homens pegaram a cerveja e deixaram em cima da mesa. Eles começaram a conversar e o homem que tinha perguntado se eu era daqui se levantou e foi no banheiro. Depois ele se sentou e os outros foram indo no banheiro também. Eu fiquei nervosa porque achei que a droga não ia fazer efeito, mas foi aí que eles começaram a dormir na mesa do bar e eu respirei aliviada. Eu me aproximei deles devagar, peguei a chave no bolso do homem que tinha me feito as perguntas, vim me tremendo toda e entrei no caminhão. Comecei a dirigir e, quando eu tava saindo de Santa Cruz, comecei a ligar para o Panda. Só que o caminhão foi cercado. Eu comecei a ficar nervosa e tentar ir na máxima velocidade que eu conseguia, só que foi aí que eu acabei batendo em uma árvore e apaguei. --- Búfalo O Voraz estava irritado, e quando ele fica irritado parece que metade do mundo vai acabar e que a outra metade não existe. E é por isso que eu tomo muito cuidado com os meus passos. Meu nome é Breno, mas podem me chamar pelo vulgo Búfalo. Eu sou moreno, tatuado, bonito, gostoso, inteligente, tenho 27 anos e sou o subchefe do Voraz. Nós somos amigos desde sempre e ele é surtado desde sempre, e acaba me fazendo surtar. Quando ele falou o bagulho da carga, eu vi que tinha alguma coisa errada e, como ele tinha matado os homens, eu tive que trocar. A única referência que a gente tinha era que uma mulher de cabelo vermelho deu bebida para eles no bar. E quando a mulher apareceu, eu me levantei e joguei a bebida fora no banheiro e os meus homens fizeram a mesma coisa. Só que a gente fingiu que dormiu, porque era isso que ela tava esperando. E não deu outra: ela se aproximou de mim, procurou a chave do caminhão e saiu dirigindo. Eu pedi para os meus homens darem distância e cercarem ela no meio do caminho, e eles cercaram. Só que a mina perdeu o controle e bateu numa árvore. Ela apagou na hora. Eu me aproximei, mandei eles abrirem o caminho armados e ela estava sozinha. Eu estranhei, respirei fundo, tirei a mina de dentro do caminhão e joguei nas costas. Vim direto para o morro e, ao invés de levar ela direto para o Voraz, eu trouxe ela para o postinho. Ela vai morrer talvez, mas eu não ia deixar ela apagar de sei lá com o quê. Mensagem Búfalo: Missão dada é missão cumprida. Peguei quem estava com a carga. Voraz: Eu tô na boca esperando. Sobe logo. Búfalo: Eu trouxe a nossa ladra para o postinho. Voraz: O quê, c.a.r.a.l.h.o?! Búfalo: Só tinha a mulher no caminhão, a do cabelo vermelho que nem os vapores falaram antes de morrer. Ela estava sozinha. Voraz: Impossível. Búfalo: O impossível é questão de opinião. É melhor tu brotar aqui no postinho para tu ver com teus próprios olhos, porque ela é uma boneca. Voraz: Boneca ou não, era para você trazer ela pra boca para ela ser torturada, não para o postinho para ela ser cuidada. Búfalo: Eu ia deixar a mina morrer? Que tipo de pessoa eu sou? Voraz: A p.o.r.r.a de um traficante. Ela vai morrer de qualquer jeito. Eu tô indo aí. Sempre m*l-humorado, coloquei o celular no bolso e respirei fundo, cruzando os braços. Depois de alguns minutos ele chegou irritado no hospital. Búfalo: É aí. Voraz: Cadê a mulher? Búfalo: Está lá dentro. Eu tô aqui fora esperando a médica. Ela estava desacordada quando eu cheguei aqui. Voraz: Aí ao invés de tacar a p.o.r.r.a de um balde d’água na cabeça dela, você trouxe ela pra cá pra ser cuidada por médico? Tu tá de marola? Gastando o material que é pra gastar com os moradores, com uma ladra? Búfalo: Ela é tão delicada… Voraz: Devia ter cortado a mão dela. Búfalo: Eu não mato mulheres, a não ser que seja muita vacilona. Voraz: A carga que ela roubou não é vacilona? Antes que eu pudesse responder — graças a Deus — a médica se aproximou. Ela disse que a mulher já estava acordada e que ela não teve nenhum ferimento grave. Búfalo: Calma. Voraz: Calma é o c.a.r.a.l.h.o. Eu vou lá e você fica aqui. Ninguém entra naquela p.o.r.r.a. Búfalo: Ok. Ele foi andando e eu fiquei parado. Ele estava com cara de poucos amigos, e tomara que ele não mate essa mulher aqui… né? Maluquice. Desperdício.
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