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Voraz — Como assim c.a.r.a.l.h.o? Urubu: chefe eu não sei… a gente parou no bar de sempre para poder tomar uma gelada e quando a gente acordou a gente tava no meio do mato, tinham levado a chave do caminhão e tinham levado a carga também. Voraz: e tu vai falar que tu não lembra de nada, seu a.r.r.o.m.b.a.d.o? Tu tá falando que me roubaram perto do meu morro e que tu não sabe quem foi? Tu tá de marola com a minha cara? Urubu: n… n… não, chefe, jamais… eu juro pra tu que a gente não sabe como isso aconteceu. Eu dei um tapa na cara dele que fez ele cair no chão. Os outros me encararam com os olhos arregalados e eu botei a arma na cabeça dele. Voraz: eu quero passo a passo do que aconteceu com vocês até vocês chegarem no bar, e eu quero saber se vocês esbarraram em algum estranho, p.or.r.a. Eu sou o chefe da facção, vocês sabem que eu só tô aqui no Antares por causa daquele bagulho de UPP que tá acontecendo lá no Alemão, mas quando acabar eu vou voltar pra casa. Aí tu quer o quê? Que vagabundo fique rindo da minha cara? Que alguém ache que pode me roubar? Urubu: não, chefe… jamais. Voraz: então fala, p.or.r.a, o que aconteceu. Urubu: a gente já tinha viajado a madrugada inteira com a carga, então a gente parou no mesmo bar de sempre. Uma mulher ofereceu bebidas por conta da casa. Depois disso a gente ia pro mato com ela, só que a gente acabou desmaiando e não lembra o que aconteceu. A gente não lembra se pegou a mulher ou não, só sei que quando a gente acordou a gente tava com a cabeça doendo e sem o caminhão. A gente encontrou o caminhão aqui perto, mas ele tava vazio. Voraz: uma mulher? Urubu: uhum… linda. Voraz: então tu tá falando pra mim que tu perdeu a minha carga porque tu queria colocar esse p*u pra fora na hora da missão que eu te dei? Vocês tão falando pra mim que perderam a minha carga porque vocês iam comer b.o.c.e.t.a? É isso que eu tô escutando? Urubu: p.ô, chefe… a mina era muito gata… Quando ele terminou de falar, eu tirei a minha arma da cintura, dei um tiro na cabeça dele e depois atirei nos outros que estavam com ele. Passei a mão no rosto e me sentei na minha cadeira, abri a gaveta, bolei um baseado e acendi porque eu não tava acreditando no que estava acontecendo. Eu tava fumando, tentando me acalmar, quando o Búfalo entrou. Ele me encarou durante alguns segundos, depois olhou pros corpos, passou a mão no rosto e falou: Búfalo: p.or.r.a, que isso, cara? Eu saio 5 minutos pra fazer a ronda e tu mata quatro homens assim? Não vai sobrar ninguém. Eu vou trabalhar que nem um escravo porque não vai ter ninguém querendo trabalhar pra tu. Voraz: roubaram uma carga de 200.000, e tu queria que eu fizesse o quê? Que eu deixasse eles vivos pra vagabundo achar que pode errar comigo? Búfalo: não dava só pra bater, não? Tu é muito agressivo, cara. Voraz: agressivo é o meu ovo esquerdo, p.or.r.a. Os caras falaram pra mim que foram drogados por uma mulher muito bonita e que iam comer os quatro. Tá na cara que isso era uma armadilha, só eles que não viram. A mulher apareceu do nada e ia pra uma suruba? P.or.r.a, eu tô cercado de incompetentes e ainda tô preso aqui no fim do mundo. Eu não tenho nada contra o Antares, mas eu tô preso aqui e ainda fico me estressando. Búfalo: tu precisa se acalmar… tu quer que eu chame uma mulher aqui pra poder te acalmar? Voraz: chama que eu bato em tu e nela. Búfalo: calma, que isso… pra que essa agressividade toda? Foi só uma ideia. Não quer, é só falar que não. Voraz: sabe o que eu quero? Claro que não, porque tu não lê mente, né, a.r.r.o.m.b.a.d.o? Mas eu vou te falar: a próxima carga vai chegar hoje. Eu quero que tu troque a rota e que tu mande um caminhão cheio de farinha pro mesmo lugar que o outro ia. Provavelmente a pessoa vai tentar fazer a mesma coisa ou algo igual. Aí vocês vão pegar. Provavelmente não foi essa mina que roubou eles, mas foi ela que deixou eles dopados dormindo porque eles eram burros. Mas dessa vez vai ser diferente: tu vai pegar essa mina e quem estiver com ela, tá ligado? E vai trazer pra cá. Búfalo: e os corpos? Voraz: tira da minha frente, p.or.r.a. Búfalo: agora, além de teu subchefe, eu virei faxineiro? Tenho que limpar miolo porque tu tá estressado? Na moral, cara, para de ficar no cinco contra um… tu precisa de uma mulherzinha gostosinha. Esse bagulho de ficar comendo sua marmita não dá, não. Tá na hora de tu assumir uma fiel. Voraz: tu tá querendo tirar os últimos 5% de paciência que sobrou dentro de mim? Búfalo: eu vou fazer o que tu mandou e vou mandar os vapores tirarem os corpos. Eu que não vou ficar limpando miolo. Eu hein, tudo tem limites. O meu limite é limpar miolo. Tô indo lá fazer o bagulho da carga e tu tenta se acalmar, tá? Voraz: pega tua calma e enfia no teu c.u. Por quê? Porque o prejuízo que a gente tomou hoje eu quero ver como é que vai ser. Era pra gente abastecer o Antares, o Rodo e o Cesarão. A gente não vai abastecer nenhum deles. Sabe por quê? Porque eles enfiaram a minha carga no olho do c.u e não vão conseguir pegar de volta. Agora nós temos uma ladra no Antares… olha que divertido. Búfalo: se ela soubesse que tu é maluco, ela não atravessaria o teu caminho. Nem os parceiros dela. Voraz: eu vou fazer ela implorar antes de matar. Agora some da minha frente e manda limpar essa m.e.r.d.a logo. Ele saiu correndo e eu continuei fumando meu baseado. Meu nome é Vinícius, mas vocês podem me chamar de Voraz porque é o meu vulgo. Eu sou chefe da facção e sou dono do Antares. Eu tenho 28 anos e muito pouca paciência. Vim pro Antares porque tá tendo uma operação no Complexo do Alemão. Eu pensei que não ia me estressar aqui, mas não tá adiantando. Eu sou preto, alto, tatuado, cavanhaque na régua e cabelo também. Eu sei que eu sou bonito, ninguém precisa nem me dizer. Enfim, quando eu colocar as mãos em quem pegou a minha carga o bagulho vai ficar doido, porque eu não sou moleque e eu sempre mato quem me desafia. Por isso eu cheguei onde eu tô hoje.
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