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990 Words
Alexandra Eu estava me tremendo todinha por dentro e por fora, e ele já tinha percebido isso. Eu sabia que ele ia me matar de qualquer jeito, e será que ia adiantar alguma coisa eu ficar defendendo o Panda? Claro que não. Ele nunca vai devolver o meu filho. A verdade é que ele queria que isso acontecesse para poder se livrar de mim. Foi o Panda. Voraz: Panda da Vila Kennedy? O meu aliado? Para de ser mentirosa. Ele é da mesma facção que eu, ele sabe que eu sou o chefe dele. Tu acha que ele ia mandar alguém vir aqui roubar minha carga? Ele tá comendo m.e.r.d.a? Eu olhei para ele e comecei a chorar. Chorei muito, porque o desespero bateu. Mais uma pessoa que não acredita em mim nessa vida horrível. Ele vai me matar e o Panda ainda vai ter a família feliz dele com o meu filho. Alexandra: Eu acho que ele não acreditou que eu conseguiria roubar a sua carga. Eu fiz do jeito mais fácil que consegui, porque eu não levo jeito pra isso. Eu sou ex-mulher do Panda. Eu rodei por causa dele, fiquei dois anos presa. Eu tenho um filho com ele e ele não me deixa ver o meu filho, e ele disse que a única forma de eu conseguir ficar com meu filho era se eu conseguisse roubar a sua carga. E eu roubei. Só que aí ele falou que não era o suficiente para o que tinha perdido no galpão, só que não fui eu que perdi nada. A polícia entrou no galpão e me levou. Eles me torturaram, depois me jogaram dentro de um presídio. E ele acha que eu tenho que recuperar as drogas que eles perderam. Ele quer que eu pague, só que eu não tenho dinheiro. Eu não tenho nada. Eu sou uma coitada, eu sou uma mãe desesperada que quer ficar com o filho, mas ele nunca vai devolver o meu bebê. Daqui a pouco ele vai estar chamando outra pessoa de mãe. Eu tive meu filho dentro da prisão, arrancaram ele dos meus braços e entregaram para a minha ex-sogra, que entregou ele para o Panda. Ele se casou de novo e agora essa mulher não quer devolver o meu filho. Ele se levantou, passou a mão no rosto e eu também me levantei. Ele se aproximou de mim e deu um soco na parede. Voraz: Tu tá me devendo duzentos mil reais. Como é que tu vai fazer pra me pagar? Me diz. Tu tem noção da m.e.r.d.a que tu arrumou pra tua vida? Alexandra: Desde a primeira vez que eu encontrei o Panda eu acabei com a minha vida. Agora parece que eu só tô me jogando num buraco que eu nunca mais vou conseguir sair. E eu sei que você vai me matar, mas eu tô falando a verdade. Ele tirou a arma da cintura e eu fechei os olhos esperando o tiro. Fiquei de olhos fechados durante alguns minutos e, quando eu abri, ele estava me encarando com a arma apontada para a minha cabeça, mas não atirou. Voraz: Eu não vou te matar porque você já tá muito f.o.d.i.d.a. Mas você vai ser minha p.u.t.a que vai me pagar cada centavo. Eu vou verificar essa história do Panda e, se for mentira, aí sim eu vou dar um tiro na tua cara. Tu tá ouvindo? Alexandra: Eu não sou p.u.t.a. Voraz: Agora é, c.a.r.a.l.h.o. E minha. Tu é bonita demais e deveria agradecer por eu não te matar. Ele gritou pelos vapores que estavam do lado de fora. Eles entraram assustados e ele falou: Vocês vão levar ela para a minha casa no alto do morro. Eu não quero ninguém dentro da casa e quero segurança. Ninguém entra nem sai sem a minha autorização. Salsicha: Sim, chefe. Vamos, mina. Alexandra: E… e… eu… Eu tentei falar, mas ele se aproximou de mim, segurou meu rosto. Os vapores deram dois passos para trás e ele falou: Voraz: Tu vai ficar bem boazinha, porque eu não sou do tipo de homem paciente. E a tua b.o.c.e.t.a saiu cara demais. Então tu não vai responder, tu não vai questionar, e agora tu é minha. Levem ela. Os vapores saíram me arrastando e eu comecei a gritar, mas não adiantou. Eles me jogaram dentro do carro e começaram a dirigir. Eles subiram muito o morro, quase na mata. Aí nós paramos em frente a uma casa. Quando eles abriram o portão, era uma casa gigante, com um jardim gigante. Eu nunca pensei que tinha uma casa assim dentro do morro. O Panda é o dono da Vila Kennedy, mas ele não tem uma casa desse tamanho. Eu comecei a andar até que entrei na sala e uma mulher apareceu. Ela me olhou de cima a baixo e falou: Zuleide: O patrão disse que você vinha, menina. E ele pediu para eu fazer alguma coisa pra você comer. Alexandra: Eu tô sem fome. Eu só quero voltar pra minha casa. Ela respirou fundo, passou a mão no rosto, se aproximou de mim e me abraçou. Eu desabei. Zuleide: Só obedece o que ele falar e vai ficar tudo bem. Eu não sei o que você fez, mas se ele te trouxe pra cá, é porque ele realmente quer você. Então sobe, toma um banho e desce pra comer alguma coisa. Não vai adiantar você chorar. Não vai adiantar você ficar sem comer. Pelo visto você não tá bem. Tá um pouco magra, tá pálida, as olheiras estão gigantes. Parece que não dorme direito há dias. Vem comer pra poder descansar. Eu encarei ela durante alguns segundos e não questionei. Ela subiu a escada comigo e me mostrou o quarto que eu ia ficar. Depois voltou com algumas roupas de homem, que eu acho que são dele, e saiu. Eu entrei no chuveiro chorando e pensando no que ele vai fazer comigo.
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