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1084 Words
Alexandra As pessoas que a dona Patrícia contratou vieram aqui e me arrumaram toda. Eu voltei para o meu cabelo vermelho e, quando eu me olhei no espelho, eu estava me sentindo muito bonita. Bonita como eu não me sentia há anos. Eu fiz tudo que eu tinha direito: unha, cabelo, maquiagem. Ela trouxe um vestido novo pra mim, maravilhoso, e eu estava me sentindo a mulher que eu era antes. Eu tava um pouco mais magra, mas nada que impedisse o que eu ia fazer, até porque eu vim aqui pra recuperar meu filho e depois ir embora desse inferno. Eu não sei se eu consigo conviver com o Panda, mas eu não quero morar no mesmo morro que ele. Desci a escada devagar e a Patrícia estava me esperando. Quando ela me viu, ela abriu um sorrisão. Patrícia: meu Deus, você tá muito bonita. Você não tem noção. Agora sim você tá parecendo a mesma Alexandra que saiu daqui. Eu sei que você nunca mais vai voltar a ser a mesma, mas você vai conseguir recuperar a sua vida, suas coisas, aos poucos, minha filha. Agora vamos para o baile. O Panda ainda não chegou no morro. Então nós vamos chegar no baile ou junto com ele ou depois dele. Eu quero ver a cara de tacho do meu filho quando bater os olhos em você. Alexandra: por mim, eu só pegava meu filho e ia embora daqui. Eu nem olhava na cara dele. Mas eu sei que, se eu for na direção da casa dele, ele não vai me entregar meu filho. E é só por isso que eu tô indo nesse baile, dona Patrícia. Senão eu nem ia. Por mim, eu nunca mais olhava na cara do seu filho. Ele não vale nada. E quando ele olhar pra trás e se arrepender, já vai ser tarde demais, porque eu nunca mais olho na cara dele. Ela deu um sorriso de lado, um pouco triste. Eu não sei se, na cabeça dela, em algum momento ela pensou que eu fosse voltar com o filho dela, que a gente fosse ter uma família. Mas isso não vai acontecer. Eu quero recomeçar minha vida bem longe do Panda, porque ele não confia em mim, ele me abandonou naquele galpão, ele me abandonou dentro de uma prisão. Então ele não merece estar comigo em momento nenhum da minha vida. Saímos de casa e entramos no carro. Ela veio dirigindo na direção do baile e, como a dona Patrícia já frequenta baile de vapor, abriram o corredor pra ela subir. Eu subi junto com ela e todo mundo ficou me olhando. Na hora que eu coloquei os pés dentro do camarote, o Panda olhou pra mim e eu olhei pra ele. Ficamos nos encarando durante alguns segundos, e eu vi a cara de b***a que a Beatriz fez quando me viu. --- Panda A minha mãe me pediu um dinheiro pra tirar a Alexandra da cadeia e falou que ela ia sair lá pra semana que vem, e eu já tô me preparando, tá ligado? Pra ela não chegar perto de mim nem do meu filho. Hoje eu tive correria pra resolver uns bagulhos do morro, fora do morro, e quando eu voltei eu já tomei banho e vim direto pro baile. Antes, dei uma passada pra ver meu filho, mas ele já tava dormindo junto com a babá. A Beatriz já tava pronta e tava bonitona. Nós subimos pro camarote e tava tudo bem, a gente tava trocando ideia, conversando com uns aliados. Foi aí que me avisaram que a minha mãe tava subindo. Eu achei normal até então, só que, quando ela pisou no camarote, a Alexandra veio logo atrás dela. Quando eu coloquei os olhos na Alexandra, parecia que a minha vida tinha voltado há anos atrás. Eu não consegui expressar nenhuma reação além de olhar pra ela. Ela estava linda, parecia a mesma mulher que saiu daqui. Nem parecia que ela tava presa. Beatriz: o que essa p*****a está fazendo aqui?! — ela gritou, se levantando e já indo na direção da minha mãe e da Alexandra. Quando ela se aproximou, a minha mãe colocou a mão na frente. Então eu me levantei e fui pra perto delas também. Patrícia: ela é a patroa desse morro, querida. Ela pode subir no camarote ou onde ela quiser aqui. E eu estou com ela. Ela veio aqui pra poder conversar com o Panda sobre o filho dela. Beatriz: você vai sair desse camarote agora, senão eu vou te meter a porrada, tá escutando, sua P.ut.a? Você não vai chegar perto do meu marido e muito menos do meu filho, escutou? A vida não é um morango! Você traiu o Panda, foi por isso que você foi parar na cadeia! E agora você não vai voltar como se fosse dona de tudo! ELE É MEU FILHO! Quando a Beatriz bateu no peito gritando que o filho era dela e não da Alexandra, a Alexandra avançou nela, puxou ela pelo cabelo e jogou ela em cima do sofá do camarote. Antes que eu pudesse ter qualquer reação, a Alexandra já subiu em cima dela e começou a bater muito, de mão fechada. A Beatriz tentou reagir segurando no cabelo dela, mas a Alexandra foi dando vários socos. Eu até tentei ir pra cima, mas a minha mãe entrou na frente, me empurrando, e falou: Patrícia: deixa elas resolverem de mulher pra mulher, p.or.r.a. Foi a Beatriz que veio de graça pra cima da Alexandra. Se você tocar na Alexandra, eu vou pra cima de você. A Alexandra continuou batendo na Beatriz que nem bicho, então eu fiz sinal para os vapores tirarem ela de cima da Beatriz. Quando separaram, a Beatriz começou a gritar: Beatriz: sua V.agabunda! Eu vou acabar com a sua vida! Você não vai chegar perto do meu filho! Você não vai chegar perto do meu marido! Você tá escutando o que eu tô falando?! Eu vou acabar com a sua vida! Alexandra: você tá latindo muito com os vapores te segurando. Manda eles te soltarem pra você ver se eu não quebro a sua cara. Eu te faço parar no hospital. Panda: chega dessa P.or.r.a, vocês! Beatriz: tira essa mulher daqui agora e manda raspar a cabeça dela! Alexandra: ele vai ter que ter dois p…us pra poder fazer isso! Eu quero o meu filho, Pedro! O meu! Porque ele é meu, não dessa P.ut.a que você chama de fiel agora!
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