Capitulo 2 - Ximena

1236 Words
Tudo parecia um pesadelo, um homem misterioso me comprou, me trouxe para uma favela e agora afirma que é meu dono, como isso é possível. Ele é terrível, um ogro insensível que promete fazer da minha vida um inferno. Mesmo depois de eu falar que morro de medo do escuro, ele me colocou em um lugar escuro e as lembranças e gatilhos do passado começaram a me atingir. “Estava deitada na cama, as luzes apagadas quando ouvir um som na porta do meu quarto, eu me assustei de imediato, pois era uma menina que tinha acabado de perder a mãe. Os sorrisos macabros, parecia que tinha uma bruxa do outro lado e tudo o que eu queria era que alguém ajudasse. — Socorro! Alguém me ajude, eu estou com medo — supliquei chorando enquanto escutava a voz. — Ximena! Você matou a sua mãe, você é um monstro e eu vou te punir — Isso é mentira, eu não matei ninguém. Tia eu to com medo — gritei desesperada. — Socorro! — pedi nervosa, mas ninguém saiu para me resgatar.” … O homem insensível não sabia dos meus traumas e me engatilhou em mim algo que ele não imagina, mas ficar naquele lugar era como ver toda a risada, as batidas na porta, era como se alguém vinhesse me destruir e isso me deixou maluca. — Ogro, me perdoe! Eu juro que não vou falar mais nada, não vou te questionar, me tire desse lugar. Eu to com medo, isso não é brincadeira — supliquei nervosa. O homem não apareceu, estava presa nos meus próprios demônios. Abracei as minhas pernas em posição fetal, as lagrimas molharam meu rosto. Meu coração estava prestes a sair pela boca e nem sei por quanto tempo chorei, mas quando me levantei foi destinada a gritar até perder a voz. — Por favor, me perdoe! Eu juro por tudo que for mais sagrado que não vou te desafiar, já entendi que você é o dono desse morro, eu imploro que me tire daqui — falei e de nada adiantou, ele não apareceu para me salvar. Continuei naquele lugar, caindo em um precipício que nem eu sabia que iria conseguir cair. Eu precisava sair dali ou entraria de vez em uma escuridão sem nenhuma volta. — Sem coração! Você é um desalmado, um homem r**m que não deve ter mão, nem irmã, você não tem ninguém que te ama, por isso está agindo assim! É um filho de chocadeira? — perguntei me arrependendo amargamente. O homem insensível abriu a porta de vez, ele me puxou pela cintura e nossos olhos se cruzaram fazendo uma corrente elétrica percorre todo o meu corpo. O homem furioso colocou a mão no meu pescoço me pegando de surpresa. — Lave a p***a da boca para falar da minha mãe, ela é melhor que a sua com toda a certeza do mundo — falou me afetando. — A minha mãe nunca venderia a minha irmã como você foi vendida — disse me fazendo chorar. — Se ela fosse viva, você não me conheceria, não me compraria e eu não teria a necessidade de me humilhar para sobreviver. Tudo o que eu queria na minha vida era morrer junto a ela, mas o meu castigo foi ficar viva — disse me jogando no chão. — O seu atrevimento vai te matar. Pode fazer o que for, esse seu showzinho não vai me comover. Eu vou te deixar presa até você entender quem manda nesse c*****o — falou firme. Por mais que eu quisesse desafiar aquele homem, não dava para ficar presa nesse lugar e se for necessário ceder, eu vou fazer isso, mesmo ele não se comovendo, não custa nada tentar. — Não me deixa aqui. Me desculpa pelo amor de Deus — implorei abraçando sua cintura. Meus s***s tocaram nas suas costas, eu ainda estava pelada usando apenas o capote dele. O homem paralisou tentando tirar meus braços da sua cintura, mas eu fui rápida e grudei minhas pernas na dele o impedindo de me manter naquele lugar. — Solta garota, você ficou maluca, o que acha que ta fazendo, p***a? — perguntei nervoso. — Estou te impedindo de me deixar nesse lugar, eu não quero ficar lá sozinha. Você tem que entender que eu tenho medo do escuro. Me prenda em qualquer lugar, menos naquele lugar. Eu não posso ficar no escuro, ogro — falei nervosa. — Para de me chamar de ogro, eu quero que me chame de Sheik. Entendeu? — perguntou. —Tudo bem, senhor Sheik. Só me prometa que não vai me deixar sozinha — implorei chorando. — Cadê sua valentia, pimentinha? — ironizou. — Sheik, o senhor não sabe, mas eu tenho medo do escuro. Eu tenho meus motivos para isso. Se quiser, pode ligar para a minha médica, eu até faço terapia e… — ele me interrompeu. — Quero saber da sua vida não, mina — falou tentando me afastar dele. — Me solta c*****o! — rosnou. — Me prometa que não vai me colocar naquele lugar, por favor. Eu faço o que você quiser — sussurrei chorando. — Eu nunca mais te coloco naquele quarto, basta dar a b****a para mima gora — disse e eu em afastei espantada. — O que? Isso nunca, eu não vou t*****r contigo — disse com os olhos cheios de lagrimas. — Então volte para o porão, eu não quero olhar para a sua cara — rosnou me surpreendendo. — Espera! Não me deixe lá, só me der alguns dias, eu vou me acostumar com essa ideia. É que eu nunca fiz sexo e isso é algo novo. Como você quer que eu faça isso tão rápido. A minha vida teve um giro de 360 graus, eu era uma garota que morava na Italia e estou agora no Brasil, dentro de uma favela, sem liberdade, pois tenho um dono, deixa eu me acostumar com a ideia de ter um dono — falei sem graça. Ele iria responder, mas seu telefone tocou desesperadamente. O homem se afastou para entender e quando voltou me olhou profundamente. — Fica ai por enquanto, eu vou precisar resolver um b.o. Quando eu voltar decido se fica ou não no porão, não se atreva a sair daqui, pois eu vou dar ordem no vapor para meter bala em você, entendeu? — perguntou bravo. — Entendi! Não se preocupe, vou ficar aqui — falei sem jeito. Ele saiu me deixando sozinha e completamente aliviada. Estava morrendo de medo do que iria me acontecer, seria inevitável não lembrar de tudo o que passei na minha vida. Eu me esforcei muito para ficar bem, tentei me recompor. A minha barriga estava rocando, mas eu não queria desafiar aquele homem, não com a ameaça horrível de me colocar naquele lugar escuro novamente. Seguir caminhando pela casa, observando cada lugar dela. Mesmo estando em uma favela, se tratava de uma assa de luxo, ela estava estruturada na favela, mas era bem desenhada. — Senhor, me ajude. Eu estou nas mãos de um completo desconhecido e nem sei qual será o meu destino de hoje em diante — sussurrei para mim mesma. Desci as escadas e fui até a cozinha, hesitei antes de mexer, mas a fome falou mais alto e me fez querer saciar a minha vontade de comer, portanto, eu abrir a geladeira e procurei por ingredientes para fazer um sanduiche natural.
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