KEYLA
A madrugada tava daquela cor quieta, quando o morro finalmente dorme, só o zumbido distante de algum cachorro ou o ronco de um gerador quebrando o silêncio. Eu tava mergulhada num sono pesado, daqueles que só vem depois de horas de sexo e entrega, quando senti.
Uns beijos.
Leves, suaves, nas minhas costas.
Era uma sensação tão gostosa que eu pensei que ainda tava sonhando.
Mas não tava.
Eram os lábios dele.
O Ben.
Eu me virei de lado, sem abrir os olhos completamente, e dei de cara com ele, já acordado, o rosto apoiado na mão, me olhando como se eu fosse a última Coca-Cola do deserto.
Ele não disse nada.
Só sorriu, um daqueles sorrisos raros que chegavam até os olhos, e então suas mãos começaram a percorrer meu corpo.
E aí, mano, foi a coisa mais linda.
As mãos dele, que há poucas horas ainda eram meio desajeitadas, agora sabiam.
Sabiam exatamente onde tocar.
Sabiam a pressão certa na cintura, o jeito de acariciar a lateral do seio que me fazia suspirar, o caminho pelos meus quadris que era pura provocação.
Ele tinha aprendido.
E aprendido rápido pra c*****o.
Ele me virou de frente pra ele, devagar, e dessa vez não teve pressa. Não foi uma dança selvagem, nem uma lição.
Foi um papai e mamãe lento, profundo, daqueles que a gente sente cada centímetro, cada respiração, cada batida do coração do outro.
Ele entrou em mim com uma reverência que me fez o coração apertar, e começou a se mover num ritmo que era pura conexão.
Nossos olhos não se desgrudavam.
O quarto estava escuro, só uma fresta de luz da rua entrando, mas dava pra ver o brilho nos olhos dele.
Era t***o, sim, mas era mais.
Era admiração.
Era gratidão.
E era algo mais profundo que eu não queria nomear ainda, com medo de estragar.
Eu me entreguei completamente.
Deixei meu corpo responder ao dele, meus gemidos saírem baixos e sinceros, minhas mãos percorrerem as costas largas dele, os cabelos curtos.
A gente estava tão sincronizado que parecia um só corpo. O calor foi subindo, devagar, da minha b****a pra todo o meu ser. Eu sentia o orgasmo chegando, mas era diferente. Era uma onda calma, poderosa, que não me assustava.
E aí, no auge, quando eu senti que ia explodir, ele se inclinou, a boca no meu ouvido, e sussurrou, a voz rouca de t***o e um fio de malandragem:
— Professora… tô tirando nota dez?
Eu não aguentei.
Soltei uma risada entre um gemido e outro, ao mesmo tempo que enterrei as unhas nas costas dele e puxei ele mais pra dentro de mim, querendo ele no fundo.
— Nota mil, seu safado… — gemei, e foi o que bastou.
O clímax veio para os dois ao mesmo tempo. Foi uma explosão silenciosa e gigante. Meu corpo arqueou, e o dele veio junto, um gemido longo e profundo saindo da garganta dele enquanto ele gozava dentro de mim. Não foi uma corrida, não foi uma conquista.
Foi uma chegada.
Juntos.
A gente ficou deitado assim, entrelaçado, ofegante, por um tempo que não dava pra medir. Ele ainda dentro de mim, o rosto enterrado no meu pescoço, a respiração quente contra minha pele.
— Minha vontade é de não sair de dentro de você nunca mais — ele confessou, a voz um sussurro cansado e sincero.
Eu não disse nada.
Só passei a mão pelos cabelos dele, molhados de suor. O que eu ia dizer? Que eu também queria aquilo? Que a ideia dele sair de mim, de ir embora, me dava um frio na barriga?
Naquela madrugada, o aluno havia superado o mestre — e eu descobria que ensinar um jovem deus a f***r tinha um preço perigoso: estar irremediavelmente apaixonada por minha própria criação.
Era assustador.
Era errado.
Era a coisa mais certa que eu tinha feito em toda a minha vida. E eu, Keyla, a mãe de um rapaz de 18 anos, a ex-mulher de um presidiário, a tia respeitada do morro, estava completamente e absolutamente fodida. Por um menino de 18 anos que, no meio da escuridão, tinha me mostrado ser mais homem do que qualquer um que eu já tinha conhecido. E o pior… ou melhor: eu não queria mais nada além daquilo.
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