📓 Adrian Monteiro O quarto tava no escuro, só a luz fraca do abajur jogando sombra nas paredes. O relógio marcava quase três da manhã. E eu ali deitado, mas sem um segundo de paz. O corpo cansado, o cérebro aceso. A camisa aberta, o lençol embolado na cintura, e o cheiro dela... Maldita. Até o ar parecia ter ficado diferente desde que aquela mulher pisou aqui. Cada risada debochada dela ainda rodava dentro da minha cabeça como música de inferno. Cada olhar atravessado, cada palavra cuspida com raiva tudo grudado em mim. E o pior? Eu gostava. “Nem bêbada eu desço a esse nível”, ela disse. Mentira. O corpo dela desceu o olhar até mim antes da frase acabar. A curiosidade tava ali, queimando debaixo da raiva. Eu vi. E, se eu não tivesse me segurado, ela teria aprendido o que a

