**Isabela — Entre o Diagnóstico e o Sorvete**
A clínica particular parecia ainda mais fria naquela manhã cinzenta. As paredes brancas refletiam uma luz artificial fraca, e o som dos passos abafados no corredor ecoava de maneira monótona, criando um ambiente desconfortante. O cheiro incessante de álcool e desinfetante impregnava o ar, intensificando a sensação de que estava presa em um labirinto sem saída. O relógio da recepção marcava exatamente 09h58 quando o nome da minha irmã, Sera, foi chamado mais uma vez.
A enfermeira, apesar de seus olhos revelarem o cansaço e a urgência do ambiente, esforçou-se para esboçar um sorriso.
— Senhorita Serafina Duarte? Vamos repetir os exames.
Segurei a mão da minha irmã com firmeza e a acompanhei até a sala de tomografia. O ruído persistente da má
