Capítulo 14 - Nas Sombras

1755 Words
Mia começou a caminhar de volta para o luau, deixando Axel para trás. Ela evitou a areia iluminada e preferiu a escuridão da linha da floresta que margeava a praia. Foi então que um som a fez parar. Entre o farfalhar suave das folhas, ouviu um estalo seco, como um galho quebrando. O coração de Mia acelerou. Mika, sua loba, ergueu os sentidos, atenta. Uma silhueta escura moveu-se rápido demais para ser definida. Um tremor percorreu a espinha de Mia. Ela acelerou o passo, mas o barulho voltou — passos cadenciados, próximos. Mia se virou bruscamente, o peito subindo e descendo em respirações curtas. A escuridão da floresta não revelou nada além de sombras. — Axel? — chamou, a voz trêmula. Nenhuma resposta. Ela olhou para trás, mas Axel não estava mais onde o havia deixado. Mia aguçou seus sentidos de loba: o faro, a audição, cada fibra de seu corpo se preparando. Mika soou firme em sua mente: "Cuidado, Mia." O silêncio era pesado. A silhueta se aproximou sem sair totalmente da escuridão. O contraste da lua com a sombra das árvores a mantinha indistinta, quase espectral. Curiosa, contra todo instinto, Mia deu alguns passos à frente, adentrando um pouco mais entre as árvores. As folhas úmidas roçavam em sua pele. Foi então que uma voz rouca, grave e masculina atravessou o silêncio. — Por que está chorando, bela loba? O som era envolvente, perigoso. Mia recuou dois passos, o corpo em alerta total. Mika rosnou em sua mente, desconfiada. — Quem é você? — Mia perguntou, a voz embargada pelo medo, mas firme. A silhueta permaneceu imóvel, saboreando a tensão. Então, a voz rouca voltou a soar, carregada de um peso antigo. — Apenas um velho amigo, de um passado muito distante. A frase fez o corpo de Mia gelar. Ela não conhecia a voz, mas algo nela despertava ecos adormecidos. A frase enigmática ainda ecoava quando uma voz urgente soou atrás dela: — Mia! O que está fazendo? Pensei que ia voltar para a festa! Ela se virou num sobressalto. Era Axel, parado próximo à praia. Quando Mia olhou de volta para a floresta, a silhueta já não estava lá. O espaço estava vazio, mas um silêncio pesado se estendia entre as árvores. Um arrepio lhe percorreu a espinha. O mistério grudava em sua pele como uma sombra. Intrigada, Mia franziu o cenho e estreitou os olhos em busca de qualquer sinal. Sua respiração saiu pesada. A figura sombria não havia deixado rastros. Quando Mia voltou, o luau continuava vibrante, mas a energia da festa contrastava com a frieza de Bryan. Em público, o Alfa Blackwolf a tratava com descaso cortante. Seus olhos azuis brilhavam de forma diferente quando se voltavam para Lívia, e isso a dilacerava. Mia observava Bryan de longe. Ele estava ao lado de Lívia, conversando e rindo com facilidade — o Bryan charmoso e despreocupado que todos viam. Mas então ele percebeu que Mia o observava. "Bones deve ter sentido Mika," Mia pensou. Ele se endireitou, afastando-se de Lívia. Seu olhar encontrou o dela: frio, calculista, carregado de algo que só Mia decifrava. O coração dela acelerou, uma mistura de esperança e pavor. Bryan avançou em direção a Mia com passos medidos, cada movimento intencional. O ar salgado da praia grudava na pele dela, a fazendo uma ilha de solidão em meio à multidão. Ele era o Bryan que tratava o destino que os unia como uma maldição. Ele chegou perto, mandíbula firme, olhos gelados mas intensos, cheios de uma fome silenciosa. — Vamos embora. — A voz não era um convite. Era uma ordem baixa, gutural, carregada da autoridade Alfa que fazia as células de Mia tremerem em submissão ancestral. Um sorriso amargo e torto estampou os lábios de Mia. Ele não esperou. Sua mão, grande e forte, fechou-se em torno do seu pulso, não como um toque, mas como um ato de posse. Os dedos dele se enterraram em sua carne, a pressão de quem marca território. Era uma dor familiar, uma algema que a puxou para longe da luz. Dentro do carro, o silêncio era um animal agressivo. Mia podia ouvir o sangue pulsando em seus ouvidos. Bryan dirigia com intensidade assustadora, os nós dos dedos brancos no volante. A conexão entre eles era um fio de faca; ela sentia o desprezo dele se intensificar. Na mansão dos Blackwolf, um mausoléu de segredos, ele a guiou pelos corredores escuros. A porta do quarto dele se fechou com um clique que soou final. A porta de madeira maciça gemeu sob o impacto de seus corpos. Bryan a empinou contra a superfície, seu corpo um bloco de músculo e calor que a prendia e dominava. Não havia mais máscara, só o animal em fúria. Sua boca encontrou a dela não em um beijo, mas em uma devoração — áspera, faminta, cheia do sabor amargo de ódio e desejo. Suas mãos agarravam seus quadris, puxando-a contra ele com uma força que prometia hematomas. Quando se afastou, seu hálito era um fogo contra os lábios inchados dela. — Eu vou f***r cada centímetro desse corpo até você esquecer quem você é — ele rosnou, a voz um som primitivo. — Até a sua alma saber que me pertence. A ordem ecoou na essência loba de Mia. Mika uivou dentro dela, uma onda de submissão e anseio. Sim. Alpha. Nosso. Com dedos trêmulos, ela o ajudou a arrancar a própria roupa. Ele a observava, os olhos azuis queimando. Quando ela ficou nua, ele a jogou na cama. Ele não foi amante. Foi um conquistador. Sua boca não beijou; marcou. Desceu pelo pescoço e abocanhou seu seio, lambendo e chupando o mamilo até que ficasse dolorido. Mia gritou, implorando por mais. Sua mão desceu e encontrou o centro molhado dela. Ele não a acariciou. Dois dedos se enfiaram dentro de uma vez, um movimento brusco e profundo. — É isso? — ele sussurrou roucamente. — É isso que você queria? Que eu te comesse, te usasse? — Sim! — ela gritou, sem vergonha. — Por favor, Bryan! Ele retirou os dedos, levou-os à boca, saboreando-os com um olhar obsceno e desafiador. — Você é toda minha. Ele a virou de bruços com força brutal. Suas mãos apertaram sua cintura, levantando seus quadris. Ele cuspiu na própria mão para lubrificar o m****o latejante e, sem um pingo de cerimônia, enterrou-se nela por trás. O grito de Mia foi abafado. Era uma invasão animal. Cada arremetida era um impacto de dor e prazer. Sua mão grande se enrolou em seus cabelos, puxando sua cabeça para trás, encurvando suas costas em um arco de submissão. — Diga — ele ordenou, a voz um rosnado ofegante. — Diga de quem é essa b****a. — Sua! — ela gemeu, perdida. — É sua, Bryan! Sempre foi! Satisfeito, sua outra mão se apertou em torno de sua garganta, afirmando o domínio. Ele a puxava pelo cabelo enquanto a fodia com uma fúria crescente. Quando ele sentiu as contrações internas dela começarem, seu próprio controle se desfez. Um rugido gutural escapou de seu peito quando ele a inundou por dentro. Ele desabou sobre suas costas, todo o seu peso e raiva esvaziada nela. Bryan ainda estava insaciável. O comando veio como um rosnado: — "De quatro." Mia se moveu com obediência instintiva, exposta e vulnerável. Ele se ajoelhou atrás dela. Seus lábios tocaram seu ouvido: — Você é inteirinha minha. Hoje vou f***r você de todas as formas que esse corpo aguentar. Ele sentiu a pressão úmida e insistente de seus dedos no ânus dela. Sem cerimônia, enfiou dois dedos no canal apertado e virgem. Mia arqueou-se, um arco tenso de dor e prazer incipiente. Ele não parou. Seus dedos começaram um movimento lento e profundo, explorando. Mia se empinou ainda mais, uma entrega total. Quando a ponta ampla do seu m****o substituiu os dedos, pressionando a entrada, houve um segundo de pura tensão. Com um empurrão firme e decisivo, ele a tomou. O primeiro momento foi uma queimadura aguda, mas a dor rapidamente se dissolveu no preenchimento profundo e absoluto. Ele começou a se mover dentro dela, lento e ritmado. Foi então que ele puxou seus cabelos, erguendo-a até que suas costas colassem em seu peito. Eles estavam totalmente conectados. Seus movimentos por trás continuaram implacáveis, enquanto sua outra mão, ágil e determinada, desceu e penetrou sua b****a molhada e pulsante pela frente. O grito que saiu de Mia foi rouco, de um êxtase insuportável. Ele a possuía por trás e pela frente, simultaneamente. A mão que não estava ocupada subiu e agarrou seu pescoço para afirmar domínio, mantendo-a arqueada como uma oferenda. — É tudo meu — ele rosnou. — Diga! — Seu! — ela gritou. — É todo seu, Bryan! Os corpos deles se moviam em uma sincronia primal de posse e rendição. No centro daquela tempestade, Mia se entregou. O silêncio que se seguiu foi pesado. Ele se ergueu, apoiando-se nos braços, e seus olhos encontraram os dela. E então, aconteceu. Ele afastou o cabelo dela do rosto e, do suor, a beijou de forma diferente, terno, enquanto fazia movimentos leves em seu rosto. Por um segundo agonizante, a muralha de gelo rachou. A fúria se dissolveu. O que sobrou foi um clarão de dor tão profunda, tão crua. Mia viu o Bryan que outrora a amara, uma janela para um amor enterrado vivo sob orgulho e dever. Foi tão rápido, tão cru, que doeu mais do que qualquer brutalidade. Então, como se tivesse sido queimado pelo reflexo nos olhos cinza dela, ele se moveu. Com gesto brusco, quase de nojo, arrancou-se de cima dela, quebrando a conexão íntima com frieza. A máscara de indiferença caiu sobre seu rosto. Sem uma palavra, ele marchou em direção ao banheiro, fechando a porta com um baque seco. O som a deixou sozinha. Nua, tremendo, o corpo ainda pulsando, a pele marcada. O vislumbre da dor no olhar dele queimava em sua retina. Ele não a havia amado. Ele a havia punido. Usara-a para afogar os próprios demônios e, ao terminar, deixou-a sozinha. Ele se virou de costas, a nudez que antes era i********e agora era barreira. Caminhou até a porta do banheiro, voz gelada: — Já pode ir embora. Quando eu sair do banho, não quero te ver mais aqui. A porta se fechou com baque final. A última ordem dele, mais cortante que qualquer violência física, não a expulsou apenas do quarto, mas de qualquer ilusão sobre o que ela significava para ele: absolutamente nada.
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