Carter
Tinha tantos compromissos hoje, que não pude ficar aguardando que ela acordasse para ter a certeza de que estava tudo bem. Mas, pedi para que todos ficassem de olho nela, e deixei tudo pronto para que ela pudesse ter conforto na hora que acordasse. Em seguida, sai em direção ao primeiro compromisso do dia, e o mais repugnante também, minha irmã e a família dela. Minha irmã era uma folgada, que nunca quis batalhar por nada na vida, desde que fiz minha fortuna, ela fica como um sanguessuga, tentando tirar proveito de qualquer centavo do meu dinheiro. Eu a sustento, como uma promessa que fiz a meu pai, mas, isso estava prestes a mudar.
-Carter! graças a Deus você chegou! a arrumadeira não veio hoje, e nem o jardineiro! esta casa está um caos, você precisa escolher funcionários melhores, hoje em dias são todos tão preguiçosos.-Sophia diz, me recebendo de forma tão calorosa.
-Um bom dia para você também, Sophia! É justamente sobre isso que vim falar com vocês. -Eu digo, entrando na casa.
-Bom dia, tio Carter! como foi de viagem para a Suécia?-John, o meu sobrinho, pergunta.
-Fiz bons negócios, John.-Eu digo, de forma ríspida.-Mas, não é sobre isso que vim falar. Vim até aqui para dizer que, a partir de hoje, se quiserem continuar recebendo a minha ajuda, teremos algumas regras por aqui.
-Regras? como assim, regras? do que está falando, Carter? -Sophia pergunta, raivosa.
-Primeiramente, John precisará trabalhar. Eu já sei que não passou no exame da ordem, e, até o ano que vem, não poderá exercer a função de advogado, por isso, trabalhará para mim, na empresa. Além disso, teremos também um corte de gastos, sem empregadas ou jardineiros. Para você, Sophia, eu estou montando uma loja na avenida Paulson com a 57, um ótimo ponto, e tudo o que precisa fazer, é administrá-la, tem um bom gosto, sei que não será problema.
-O que? porque está fazendo isso, Carter?
-Estou ensinando vocês a pescarem seus próprios peixes! considerem-se gratos, tive que construir uma empresa do zero, e, pra vocês, já estou entregando apenas a parte fácil.-Eu disse, dando de ombros.
-Carter, volte aqui! não pode fazer isso conosco! você prometeu ao papai!
-Prometi a ele que não deixaria que faltasse nada a você, e não estou deixando.-Respondi, friamente.
Estava pronto para sair, mas, quando abri a porta, dei de cara com ela, Aurora, que me encarou assutada, tão surpresa quanto eu.
Aurora
Quando a porta da casa de John se abriu, eu fiquei mais vermelha que o habitual. Droga! qual era a probabilidade disso acontecer? de eu encontrar ele aqui? que merda ele estava fazendo aqui?
-Aurora? que diabos está fazendo aqui? eu já disse que acabou! não é um bom momento!-John diz ao fundo.
Eu desvio dele, seguindo em direção a John.
-Fique tranquilo, não vim até aqui implorar por sua misericórdia. Eu, apenas vim pegar os presentes que te dei de volta.
-O que? como assim? não pode pegar de volta.-John responde surpreso.
-Ah, sim, eu posso. Afinal de contas, não se importou em pegar a aliança de volta, então, também não irá se importar de me devolver o rolex que está no seu pulso, a Land Rover parada lá fora...
-O que quer com isso, em Aurora? sempre te tratei como uma filha, e agora vem aqui dar esse espetáculo?-Minha irmã diz ao fundo.
-Como uma filha? claro. Se é assim que trata suas filhas, confesso que tenho até uma certa pena delas. Mas, fique tranquila, eu não quero causar confusão, apenas quero o que é meu de volta.
-Não irei te devolver nada, Aurora! pare com isso! como eu já disse, não é um bom momento, meu tio está aqui.
-Seu tio?-Eu pergunto surpresa.-Bom, isso não importa. Apenas, me dê o que é meu, e podemos nunca mais nos ver.
-Vá embora daqui agora! antes que eu chame a polícia! você não é mais ninguém, Aurora, não tem mais poder nenhum sob ninguém. É apenas uma pobre coitada cujo pai se matou depois de ferrar com toda a família, e agora, a mãe está indo pelo mesmo caminho.
-Eu poderia acertar um soco no meio da sua cara agora, mas, quer saber? não vou me rebaixar a esse nível! eu arranjarei o dinheiro de outra forma.-Eu digo, dando de ombros e saindo pela porta.
Carter
Depois de presenciar toda essa conversa, eu finalmente entendia o porque ela bebeu tanto naquele bar. Agora tudo faz sentido.
-Me desculpe por isso, tio. Ela é a minha ex-noiva, não está aceitando muito bem o fim do relacionamento, sabe como são as mulheres.-John diz.
-Se falar com outra mulher dessa forma na minha frente, tenha certeza de que será a última vez.-Eu digo, dando de ombros e saindo logo em seguida.
Entro no carro, e sigo pela rua, tentando encontrá-la, até que, a vejo, caminhando lentamente, limpando o rosto, parecia chorar bastante.
-Entra no carro.-Eu digo, abaixando o vidro.
-Que? não vou entrar no seu carro.-Ela responde, me afrontando.
-Anda logo, Aurora! prometo que não vou te fazer m*l.
Ela dá o braço a torcer e abre a porta do carro, se sentando ao meu lado.
-Você é tio do John! meu Deus, ele sempre falou do tal tio que sustentava a mãe dele, mas, eu nunca, em toda a minha vida imaginei que pudesse ser você! por Deus, eu sou muito azarada mesmo! eu dormi com o tio do meu ex-noivo!
-Espera, o que você disse? disse que dormimos juntos?
-Sim! ontem a noite! vai dizer que não se lembra também?
-Eu me lembro perfeitamente de tudo o que aconteceu ontem a noite, Aurora, tenho um estômago muito forte para bebidas. E, a única coisa que aconteceu foi que, você vomitou em mim, e desmaiou, eu não fazia idéia de pra onde te levar, então te levei para a minha casa, e a coloquei para dormir, foi apenas isso.
-Espera, está dizendo que não dormimos juntos?
-n********a não é a minha praia...-Eu digo, dando uma leve risada.
-Sinto muito...eu realmente pensei que...
-Tudo bem, fico feliz em ter esclarecido o m*l entendido. Mas, não quero falar sobre ontem a noite, na verdade, eu quero te dar isso. -Eu disse, a entregando um cheque.
-O que é isso? -Ela perguntou, confusa.
-São 50 mil dólares. Me sinto na obrigação de pagar a dívida do meu sobrinho.
-Que? como assim? não, eu não posso aceitar! você não tem nada a ver com isso!
-Como o responsável financeiro da família, de certa forma, eu tenho sim.
-Olha, não vou dizer que não estou precisando...mas, eu quero te pagar, posso pagar como um empréstimo, com juros de 3% ao mês, pode ser?
-Tudo bem, já que insiste...você pode me pagar sim, mas, de outra forma.-Eu digo, a encarando.
-O que? não, espera! eu não sou esse tipo de garota, ok? não vendo o meu corpo, não importa o quão desesperada eu esteja.-Ela diz, me entregando o cheque de volta.
-Então, você acha que só vale isso? acha que o preço pelo seu corpo é de só 50 mil? precisa ter mais amor próprio.
Ela me encara, sem graça.
-O bar onde estava ontem a noite, é meu. Estamos precisando de uma nova garçonete, e, você pode trabalhar lá até que consiga me pagar.
-Jura? eu nem sei o que dizer, muito obrigada!
-Não precisa agradecer...são apenas negócios.-Eu digo, de forma ríspida.
Ela me encara com um sorriso, e desce do carro, em seguida.
-Esteja lá as 19:00.-Eu digo.
-Eu estarei.-Ela responde.