Carol O silêncio que se espalhou pela casa depois daquela noite era mais c***l do que qualquer grito. Depois que Gabriel impediu minha fuga, trancou as portas com mais força do que nunca. Mas não com cadeados. O que me prendia agora era a culpa. O olhar dele. A decepção. A ameaça. O medo. E pior de tudo: o fato de que, no fundo, uma parte de mim ainda hesitava em odiá-lo por completo. Rafael foi escoltado por dois dos homens de Gabriel até a casa da nossa mãe. Recebi um bilhete escondido, deixado por Luciana embaixo do meu travesseiro. "‘Tô bem. Mas não posso mais te ajudar. Cuida de você, maninha. Me perdoa." Me perdoa. E eu... eu não sabia se merecia esse perdão. Os dias seguintes foram um castigo silencioso. Gabriel não me chamava, não me procurava. Estava presente, mas distante.

