Carol A noite descia com o peso de mil segredos na Rocinha. As luzes amareladas tremeluziam entre becos e becos, criando sombras ilusórias que se moviam como fantasmas pelas paredes descascadas. Eu segurava o rádio junto ao peito, o coração batendo mais forte do que a sirene de uma viatura. Zulu tinha me pedido confidencialidade absoluta: um rato rastejava no círculo interno de Gabriel, e eu era a única em quem ele confiava mais que no próprio Chefe. Era a madrugada do dia seguinte ao resgate de Joãozinho. As buscas bem-sucedidas me deram a reputação de “Mãe do Morro”, mas agora eu precisava provar que, mais do que protetora, eu era guardiã dos segredos que podiam destruir o nosso império. Zulu apareceu no quintal da minha casa sob a capa n***a, rosto tenso, olhar cauteloso. Eu o recebi

