Gabriel Eu não sangro por balas, pois meu corpo é feito de aço forjado na dor e na resiliência. As cicatrizes que carrego não vêm de tiros ou facas; elas são marcas profundas deixadas por cada palavra c***l, cada promessa quebrada e cada esperança desfeita. Eu sangro por palavras, por aquelas que me atingem como punhais invisíveis, perfurando a alma e deixando um rastro de amargura. Foi isso que aprendi depois de ouvir Carol me dizendo que preferia verdade à ilusão. Que me amaria se eu parasse de fingir que mandava em tudo, inclusive nela. E quando ela disse isso, com os olhos tão cheios de mágoa quanto de coragem, eu entendi: o trono que eu achava indestrutível estava ruindo. Mas não por tiros ou invasões — por dentro. Pela única mulher que atravessou as muralhas que ergui. Fechei a po

