Henrique
Ela surgiu na tela da TV de monitoramento do batalhão, pontualmente às 10h47 daquela manhã de terça-feira. Uma figura imponente, apesar da aparente simplicidade. Vestia uma calça preta que se ajustava perfeitamente ao corpo, um rádio de comunicação estrategicamente preso à cintura, e os cabelos loiros, presos em um coque firme, realçavam a seriedade de seu semblante. Ao seu redor, uma multidão de moradores, de todas as idades e classes sociais, formava um mar de rostos curiosos e atentos.
Ela falava. E cada palavra proferida era carregada de uma segurança inabalável, de uma autoridade que emanava de cada poro de sua existência. Dava ordens, claras e concisas, sem titubear, sem demonstrar qualquer sinal de fraqueza ou incerteza. E, o mais impressionante, todos… todos obedeciam. N
