Carol A manhã começou como todas as outras: com o peso do silêncio, o cheiro forte do café e a sensação de que minha vida era observada por olhos invisíveis em todos os cantos da casa. Já fazia quase duas semanas desde que me mudei pra esse lugar, e apesar das tentativas de manter alguma sanidade, a verdade era que tudo ao meu redor parecia instável. Como um barril de pólvora prestes a explodir. Gabriel andava estranho. Depois da noite em que pediu desculpas — ou algo parecido com isso —, ele passou a me vigiar ainda mais. Não com desconfiança, mas com aquela intensidade silenciosa que fazia meu coração acelerar sem motivo. O jeito como ele me olhava dizia muito mais do que suas palavras jamais conseguiriam. Mas naquela manhã, algo quebrou a rotina. A movimentação na comunidade estava d

