Coringa narrando Eu sabia que eu tava fudido. Desde o momento em que o Muralha botou os dois pés de volta nesse chão, com aquela marra de quem sabe que é dono do território, com aquele olhar que já chega impondo respeito e medo, eu soube. O meu tempo tava contado. Aquele era o tipo de retorno que não deixava espaço pra erro, pra arrependimento, pra perdão. Ele não tava vindo pra conversar. Ele tava vindo pra retomar o que era dele, e qualquer um que tivesse atravessado o caminho… tava com a sentença assinada. Eu? Eu já tinha atravessado. E feio. Não era de hoje que eu mexia os pauzinhos aqui dentro. Cria da favela, fui eu que montei esse esquema de segurança que hoje protege a boca. Fui eu que recrutei cada vapor, cada olheiro, cada mula. Fui eu que implantei as rotas, que defini os toq

