Capítulo 147

898 Words

Muralha narrando Não tem como romantizar. Não tem como dizer que foi fácil, que foi sereno, que foi um enterro tranquilo. Não foi. Foi um dos dias mais pesados que eu já vivi. Me lembrou muito do enterro do meu pai e isso me deixou mais mexido ainda, como se fosse possível, foi horrível. Um dia carregado de dor, de emoção, de despedida. O enterro do Elias mexeu com toda a favela. A presença dele aqui foi marcante. Ele era respeitado, querido. Um homem de bem, de palavra, que ajudava, que somava. Ver o tanto de gente que apareceu pra prestar solidariedade à Heloísa e à Mariana só comprovou aquilo que eu já sabia: o Elias era grande, maior do que muitos que se acham donos do morro. Eu estive com elas o tempo inteiro. Desde o momento em que saímos de casa até o último segundo do sepultame

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