Bárbara narrando Tomamos café todos juntos na cozinha, uma mesa que misturava rotina e despedida. Eu observava cada detalhe com o coração apertado: meu irmão animado, falando da viagem, minha mãe com aquele olhar emocionado tentando disfarçar a ansiedade, e o Muralha — sempre firme, mesmo quando eu percebia nos olhos dele que também estava carregado de preocupações. Ele terminou o café antes de todos, se levantou ajeitando a camiseta e já pegando o celular. Quando me chamou na sala, senti aquele frio percorrer o estômago, como se eu soubesse que cada palavra dele era uma forma de colocar ordem no caos que vivíamos. — Leva tua mãe e teu irmão no aeroporto, — a voz firme, sem espaço para réplica. — Os seguranças vão dar na tua cola. Cuidado no caminho, e de noite nós vamos sair pra janta

