Muralha narrando
Eu sempre fui de trabalhar pesado, mas desde que tomei a decisão de botar esse morro no eixo, parece que a carga triplicou nas minhas costas. Eu e o Lobo, nesses últimos dois dias, não paramos um minuto sequer. Era um rodízio insano: quando eu ia pra casa dormir algumas horas, ele ficava na boca segurando as pontas e dando rumo às ordens que eu deixava, quando eu descia pra boca, era a vez dele voltar pra casa e descansar um pouco. Nós estamos queimando a vela dos dois lados, girando o tempo todo, porque o trabalho que eu assumi aqui não é pequeno. É obra demais, mudança demais, estratégia demais.
Fechamos acessos, abrimos outros, mexemos em rotas que muita gente considerava imutáveis. Tirei gente daqui, trouxe reforços de fora, reorganizei a estrutura inteira do morro
