Capítulo 132

1726 Words

Heloisa narrando Entrei em casa com os olhos ardendo, os passos duros, o peito rachado no meio. A dor latejava como uma faca girando dentro do meu peito, mas o que me movia agora não era mais a dor. Era o ódio. Era o grito entalado na minha garganta. Era a promessa que fiz no ouvido do meu amor, enquanto seu corpo ainda estava no chão da padaria. Tudo parecia mudo. A casa que até poucas horas atrás tinha cheiro de pão fresco, de café coado, de riso abafado, agora era só um caixão em forma de lar. Um templo sem fé. Um vazio que berrava. Fui direto até a garagem. O carro dele estava lá, limpo, intacto, como se estivesse esperando por mim. Era o mesmo carro que ele usava pra fazer as entregas, pra rodar o morro com orgulho de quem venceu na vida com suor e coragem. Abri a porta do motoris

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