Bela O despertador tocou às cinco da manhã, mas eu já estava acordada. Na verdade, nem dormi. Passei a noite com os olhos abertos encarando o teto do quarto, ouvindo os grilos do lado de fora e os meus próprios pensamentos me torturarem. Cada canto daquela casa tinha um pouco de mim, dos meus dias aqui, das conversas com minha tia, das risadas com Elisa, dos olhares com Henrique... Mas eu precisava ir embora. Levantei devagar, tentando não fazer barulho. Elisa tinha insistido em dormir no mesmo quarto, talvez com medo de que eu escapasse no meio da noite. Mas o sono dela era pesado. Dei um beijo na testa da minha prima e sussurrei: — Obrigada por tudo. Peguei minha mochila já arrumada, vesti uma calça jeans e uma blusa leve. Amarrei os cabelos num coque alto e saí sem olhar para trás

