Capítulo 5

1205 Words
Capítulo 05 Michael Willians São Francisco | 02 de Agosto Eu tinha inventado de aceitar a porrä da ideia de girico do Mike pra ajudar os calouros esse ano, e nossa … se arrependimento matasse, eu já estava a sete palmos embaixo da terra . Porque eu podia estar fazendo qualquer coisa agora, mas … eu tinha escolhido — por algum motivo — ficar explicando pra calouros o que eles precisavam fazer no campus, enquanto eu dava uma de guia turístico/babá . Porque por algum motivo, por mais que eu quisesse muito evitar … eu sempre voltava pra ajudar esse bando de moleque . “E grande parte daqueles calouros, acham que podem só fazer tudo o que querem …” suspirei frustrado, e para piorar, alguns caras com quem eu tinha feito um trabalho na época de faculdade, começaram a me arrastar pro bar, porque supostamente … seria “legal” — e claro, eu nem tive tempo para recusar . E no fim? Eu fiquei trocando algumas palavras com o barman enquanto os outros ficavam dançando, ou tentando pegar alguma desavisada, e foi nesse momento … que eu vi aquela garota que eu tinha visto na faculdade mais cedo, aquela com olhos cor de mel . “Eu já tinha achado ela linda, mas agora? Caralhö …” eu acabei pensando, enquanto olhava pra ela naquele vestido colado, que deixava todas as suas curvas marcadas . Era difícil de ignorar ela . Não, na verdade … era praticamente impossível . Enquanto eu a observava pedir uma bebida, percebi que não era só eu que estava interessado . Alguns caras ao redor também a notaram, mas ela parecia alheia a isso, concentrada em tentar parecer à vontade no novo ambiente — o que no fim, fez com que eu me aproximasse . — Olá ... — falei, com o tom aveludado . — Eu te vi mais cedo na universidade, por acaso … é uma das calouras? Ela se virou para mim, visivelmente surpresa, mas logo tentou disfarçar, mostrando um sorriso nervoso . — Ah … sim! — respondeu, e eu notei um leve sotaque. Não era local, mas era atraente . — E você? — Já me formei, só estou ajudando um amigo que é professor por lá . — respondi, tentando parecer mais relaxado do que realmente estava . — Sou Michael, a propósito. — Nathalia . — disse ela, apertando minha mão. Era um nome bonito, assim como ela . Decidi não perder a chance de conhecê-la melhor. Ela tinha uma aura diferente das outras garotas que eu costumava encontrar por aí, algo que me puxava para ela, quase como um ímã … — Gostaria de te ver de novo, Nathalia. Quem sabe a gente não sai um dia desses? Ela parecia surpresa com o convite, mas não de uma maneira rüim . Era mais como se não estivesse acostumada com esse tipo de abordagem direta, e isso me fez sorrir, — porque a maioria das garotas que eu conhecia aqui já estava acostumada a esse tipo de coisa, mas Nathalia parecia diferente, e isso me deixava ainda mais interessado . — Gostou tanto assim de conversar comigo, huh? — Ela acabou zombando em dado momento, — e cuidado, viu? Não é só porque eu sou caloura, que eu sou fácil . — Eu não estava esperando por isso de você, acredite. — Eu acabei soltando entre risos, — só achei que você tem um papo legal, não posso? — Claro que pode, só estou avisando, — ela riu brevemente, — é que … eu vi que os americanos acabam tendo essa visão das calouras latinas. — Oh? Não, não … eu nunca pensaria isso de você, só porque você é latina … — eu logo deixei claro, por medo dela pensar uma coisa dessas sobre mim, — sério … — Então eu tive sorte de te achar, então, — ela pareceu sincera ao dizer, o que me fez pegar o meu celular (sem nem pensar direito) . — Que tal trocarmos nossos números? — sugeri, com um sorriso . — Assim, podemos marcar algo com calma. Ela hesitou por um segundo, mas então assentiu e pegou o celular, e quando trocamos os números, eu vi algo brilhar naqueles olhos felinos . — Espero poder te encontrar logo, — eu falei, apenas para sentir Mike colocar uma mão em meu ombro . — Eu … finalmente te achei! — Ele parecia completamente bêbado ao dizer, — cara, vem cá! Eu tenho que te mostrar algo! Aquele filho de uma putä soltou enquanto começava a me arrastar, e eu? Só podia ir, se não quisesse ser enforcado pela gola da minha camisa . — Até a próxima, Nathalia! — Eu falei enquanto era arrastado, apenas para ela acenar de forma tímida pra mim. Essa garota … parecia que ia ser o motivo da minha sanidade ir embora . Nathalia Campos São Francisco | 02 de Agosto Eu mäl podia acreditar que um cara tão bonito tinha dado bola pra mim daquele jeito, e ainda mais … tinha trocado o contato comigo! “Meu Deus … será que eu vou viver um daqueles romances de faculdade, que eu tanto via nos filmes?” Eu logo comecei a pensar, mas enquanto eu estava sonhando que nem uma adolescente idiotä, eu comecei a ver Clara cambaleando pelos cantos, como se não tivesse mais equilibrio do próprio corpo . — Clara! — Eu logo falei, enquanto eu corria pra ajudar ela a andar, — céus … você bebeu muito de novo? Você sempre passa mäl quando faz isso … — I am … muito bien … — aquela doida começou a misturar os idiomas, e eu apenas fui arrastando ela pra fora do club, pra ter certeza que nada ia acontecer com ela (ou com a roupa de qualquer pessoa que estivesse em sua frente, — qual é, Nathy … ainda dá pra aproveitar … — ela começou a tentar voltar, — let’s enjoy life, b***h! — Enjoy life o caralhoy! Você já tá caindo de bêbada, sua doida. — Eu a repreendi, enquanto suspirava, — agora vamos pedir um táxi e… Clara começou a vomitar na rua assim que saímos, e tudo o que eu pude fazer, foi segurar o seu cabelo, enquanto ela tinha o pt da vida dela. — Nathy, eu preci-... — ela conseguiu falar brevemente antes de começar a colocar tudo pra fora de novo, — ah… caralhto… por que eu ainda faço isso comi-... — e mais vômito saiu, enquanto ela se agarrava à minha roupa. — Terminou? — Eu perguntei, — porque se já, eu peço um táxi, e já te taco no chuveiro. — Eu acho que… preciso de água antes… — Eu vou te dar água e docinho… mas antes, você tem que ficar sóbria. — Eu falei enquanto esperava pra ver se ela não ia jogar mais nada pra fora, e então, pedi um táxi, enquanto acariciava a sua cabeça — afinal, Clara sempre cuidava de mim, então… não custava cuidar dela em momentos como esse. Mas… eu realmente esperava que ela não bebesse tanto, quando o nosso ano letivo finalmente começasse — pelo bem dela.
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