Sicário Sombrio

4677 Words
Mevlit tinha acabado de jantar com sua família, depois de colocar os meninos para dormir, como de costume, ele e Gönül ficaram conversando na cozinha: - Você teve notícias do Hood? - perguntou ela. - Ele esteve aqui ontem, pediu pra que eu construísse uma a**a para ele. - Mevlit! - O'Que foi? Era o mínimo que eu podia fazer! Ele salvou nossas vidas, lembra? - Sabe que não sou contra nós ajudarmos ele, mas não podemos nos envolver nos negócios dele. - Eu não me envolvi... só forneci a a**a. Ela fuzilou ele com o olhar. De repente eles ouvem o som da campainha. - Está esperando alguém? - perguntou ele. - Não... imagino que você também não esteja, ainda mais a essa hora da noite. Mevlit pegou uma p*****a dentro do armário da cozinha e foi até a porta, ele olhou pelo olho mágico, e viu que era Peter Hood. - É ele. - avisou para Gönül. Depois ele abriu a porta, e se espantou em como Peter parecia acabado, ele estava todo sujo de mato e parecia bastante alerta também. - Está tudo bem, Peter? O'Que aconteceu com você? - Eu... eu preciso de um último favor seu, Mevlit. Mevlit e Gönül se entreolham, e então eles acolhem Peter. Um tempo depois, eles estavam sentados na cozinha, e começam a conversar: - Está ferido? Precisa de alguma coisa? - ofereceu Gönül. - Não, está tudo bem, obrigado. Então ela se sentou, Mevlit e ela olharam preocupados para Peter Hood. - Enfim, a que devemos essa visita? - Mevlit tomou a frente. - Em primeiro lugar, quero tranquilizar vocês dizendo que ninguém me viu ou seguiu até aqui, eu me certifiquei disso. Mas... eu não viria até aqui mais uma vez, se eu tivesse outra escolha, mas infelizmente eu não tenho. - Então conte o que aconteceu. Peter respirou fundo, e pegou o copo de água que Gönül trouxe pra ele, e agradeceu. Ele deu um gole e então contou em poucas palavras: - Foi o Tarik, ele matou uma... amiga minha, podemos dizer assim. Depois ele mandou seus homens atrás de mim para me m***r também, ele definitivamente não está jogando limpo. Gönül e Mevlit ficaram perplexos ao ouvir isso. - Hood, eu... sinto muito. - Obrigado, Gönül. - O'Que você pretende fazer agora? - perguntou Mevlit. - Vou me tornar justamente aquilo que o Tarik mais teme em mim, não mais o Peter Hood, mas o Sicário Sombrio. Entretanto, preciso da sua ajuda pra isso, só mais uma vez. Mevlit e sua esposa se entreolham. - É bom ser útil. Depois disso ele o leva até sua oficina, no mesmo local onde ele construiu a p*****a. - Certo, aqui estamos nós. O'Que você queria que eu construísse mesmo? Peter se apoiou na mesa com as duas mãos, pensativo, e achando as palavras certas, ele diz a Mevlit: - Eu preciso mudar de aparência de um instante pro outro, um traje novo seria ótimo. - Peter... você sabe que eu só construo armas. - Isso não será um problema, já que o traje do qual estamos falando, também é um tipo de a**a. Ele puxou de seu bolso um papel bem pequeno, e foi se desdobrando ele aos poucos, até que o desdobrou por inteiro, e o mostrou para Mevlit, que ficou boquiaberto. - Onde você conseguiu isso? - Presente dos Americanos. Pode ser aprimorado nas mãos de um engenheiro Turco. Mevlit ficou empolgado, e pôs aquela planta contra uma mesa com luz, e começou a analisar rapidamente todos os detalhes daquele projeto. - Acha que consegue construir? Mevlit olha pra ele, com um sorriso no rosto, e diz: - Quando podemos começar? Então ele e Mevlit começaram a trabalhar, Peter ia até os comerciantes de tecnologias em armamento comprar as peças necessárias, enquanto Mevlit trabalhava o tempo inteiro, dando seu máximo para não esquecer um único detalhe daquele projeto, trabalhando na solda, colocando cada peça em seu lugar minuciosamente, e Peter também teve sua parte, ele pega seu escudo, que antes era preto, e o pinta com um spray em dourado. Ele também olha sua espada encostada em um canto, e tem uma ideia, ele a leva até o melhor ferreiro de Istambul. - Eu preciso de uma coisa nesse nível, porém em dobro. - pediu ele. O ferreiro então pegou a espada, e Peter lhe deu um pequeno monte de moedas, e em questão de minutos, ele foi e voltou com dois pacotes grandes. - Também quero alguma coisa menor... e envergada. - Doğru mu - Está certo. Ele trouxe em uma caixa especial, uma faca cinza e bastante brilhante. - Essa é a faca do sultão, simplesmente a faca com o melhor corte desse continente. Peter Hood a segurou, e só de passar o dedo por cima da lâmina, ele sentiu o quão afiada aquilo estava, só de passar pelo ar já fazia um pequeno ruído agudo. - Çok teşekkür ederim. - agradeceu ele. Mevlit ainda trabalhava aplicado quando Peter chega, e vê o traje em um manequim, por enquanto só era possível ver um manto cinza e longo com capuz. - Como está indo? - Faltam só alguns toques finais. Depois de um tempo, Mevlit levantou a viseira do capacete para solda, e olhou Peter, e disse: - Está pronto. Peter segurou o traje com as mãos, e o admirou. - Foi feito com o maior empenho e dedicação cara, espero que goste. Peter estava impressionado, e então ele abriu o zíper da roupa e num instante ele a vestiu, é um manto cinza com capuz, que era aberto de baixo pra cima até a altura da cintura, com um couraça turca também da cor cinza, parecendo bem resistente quando Peter a apertou. Ele também sentia que o tecido era bem suave quando tocava, e que não era nada pesado, porém Mevlit assegurou que é tão impenetrável que nem mesmo uma bala atravessaria aquilo fácil, o mesmo para as caneleiras e a calça revestida com metal bizantino, que eram cinzas e resistentes assim como as ombreiras. Por fim, no pulso direito, Peter tem o seu bracelete do escudo, e o ativa para testar, e então surge o seu escudo totalmente pintado de dourado e brilhante, depois ele o aguarda. No outro pulso ele tinha um outro bracelete especial, que pela explicação de Mevlit, ele atirava balas por um mecanismo de disparo que tinha ali, em caso de ficar sem armas ou munição. Peter também recebeu um arco novo, esse poderia se transformar em um bastão, que nas pontas tinham lâminas bem afiadas. Ele pôs nos dois suportes nas suas costas, duas espadas que mostra para Mevlit: - Essas são as dentes de demônio? Você deve ser bem rico pra comprar uma dessas, quer dizer, duas. - Elas valem tanto assim? - Cortam até aço sem maiores problemas, é uma raridade. Peter as colocou nos suportes, que eram atravessados nas costas dele, como um "X". Ele também podia carregar seu arco nas costas como um bastão, ou poderia só fechar ele até ficar pequeno e caber em seu bolso, e por enquanto ele preferiu deixar assim. Por fim, Peter Hood põe o capuz, e por dentro da gola, tem um pequena máscara, e ele a puxa para cima, cobrindo até seu nariz. - Você disse que queria discrição, então eu resolvi embutir isso também. - Meus parabéns, você aprimorou totalmente o maior projeto de armadura corporal do exército americano e transformou em algo inigualável. Bom trabalho, Mevlit. - a voz dele era abafada pela voz. - Obrigado, mas não foi só meu. Um amigo meu deu umas dicas e forneceu um apoio, ele se chama Erman Ayhan, ele é artesão. - Talvez eu passe lá pra agradecê-lo também. - Não só isso, ele tem uma ideia sobre o paradeiro do homem que você está procurando. - Özsüt İncesu? - Esse é o cara. - Certo, muito obrigado, Mevlit. Peter retirou uma luva, e apertou a mão de Mevlit. - Essas luvas também são boas, a propósito. Vai te permitir escalar lugares difíceis. - Isso é ótimo, agradeço imensamente. - Espero que tenha sucesso em seus objetivos, Peter Hood. Então ele deixa a casa de Mevlit, e andando pelas ruas de Istambul à noite, com sua máscara e o capuz escondendo sua identidade, ele se sente completamente invisível ali no meio da escuridão, até que ele vê os mesmos homens que o perseguiam de moto fazendo a ronda pela área, provavelmente procurando por ele. Aproveitando que estava completamente anônimo, Peter foi até o endereço de Erman, que Mevlit tinha passado. Erman morava e trabalhava no Grande Bazar, e Peter chega lá rapidamente, andando por aquele largo corredor, com pilastras e lamparinas por todos os lados, até que ele chega numa porta de madeira refinada, e bate oito vezes pausadamente conforme Mevlit escreveu no papel. E imediatamente um homem um pouco mais baixo que Peter e bem magricelo abriu a porta. - Ürün için mi buradasınız? - perguntou ele, que quer dizer "Está aqui pelo produto?" Peter tirou a máscara e o capuz. - Ah! Peter Hood! Ou devo dizer, Sicário Sombrio? - Olá, Erman. - Entre por favor, deve estar frio aí fora. Peter entrou, e ele estranhou a quantidade de pentes que tinham dentro de uma tigela na entrada da casa de Erman, sendo que ele era careca. Erman reparou a estranheza dele, e explicou: - Sabe como é, essa barba linda aqui não se mantém sem uma boa escovação. - ele falou isso acariciando a barba escura que ele conservava. - Cada maluco com seu hospício. - Quer beber alguma coisa? Um chá, talvez? - Estou bem, obrigado. - Eu vou beber um pouco. Erman pegou uma garrafa enorme de Whisky do armário, tirou a tampa e bebeu no gargalo mesmo. - Então, oque o traz até esse lado da cidade? Erman e Peter se sentaram. - Vou ser direto, me disseram que você sabe a localização de Özsüt İncesu. - Isso é verdade, mas será que você tem os meios de alcançá-lo? Peter olhou pra ele com interesse. - É claro que você tem, você é o Sicário Sombrio. - Onde posso achá-lo? Erman deu mais um gole no Whisky. - Infelizmente, Tarik e seus homens tem uma política muito interessante, ninguém sabe onde ele e seus chegados residem, a única certeza é que estão em Istambul. - O que isso significa? Eu devo revirar a cidade toda atrás deles? Erman soltou uma risada, e largou a garrafa num canto da mesa, e se debruçou sobre ela, falando em tom de discrição para Peter: - Amanhã, Özsüt İncesu vai conduzir uma competição, como uma mini olimpíada, próximo à Torre de Gálata, com três etapas. A primeira, tiro ao alvo, você deve acertar vários alvos impossíveis em um curto período de tempo. A segunda, você deve derrotar o campeão dele num combate corpo a corpo. E por fim, a terceira: você deve encontrar um objeto perdido por todo o bairro de Gálata, oque não vai ser tarefa fácil, já que haverão outros vários competidores bem habilidosos contra você. - E por que eu deveria participar de tudo isso? - Você quer pegar o Özsüt né? Ele vai trazer o campeão dessa mini olimpíada até sua fachada. Lá você pode ter uma chance de... - Encontrar Tarik... - Exato. Erman estendeu um ingresso até Peter, e ele o segurou. - Sua passagem de entrada pro evento. - Obrigado, Erman. E Peter estava prestes a ir embora, mas Erman o parou com uma pergunta: - Se me permite, por que está tão empenhado em caçar Tarik? Ele olha para Erman bem sério e diz: - Até antes, eu só queria entender o porquê ele quer me m***r, mas a coisa ficou mais pessoal agora. - Entendo, vingança, não é? - Eu chamaria de esclarecimento. - Alegre-se então, Özsüt e todos que estão naquele evento não sabem quem você é, nem nunca viram sua cara. - Como você sabe? - As pessoas por aqui costumam não se dar bem com americanos, por conta disso, ele acha que tudo o'que vem da América é sensacionalismo, logo eles não sabem ou não levam a menor fé no que aconteceu em Downtown. - Eu agradeço, pela ajuda e pelo traje. - Sempre à disposição. Então Erman abriu a porta pra ele, e fez reverência a Peter quando ele passou. Peter voltou ao hotel em que estava hospedado, com discrição ainda, e subiu pela parede do prédio, até chegar ao seu quarto, e ao entrar pela janela, ele encontra o seu quarto intocado, da mesma maneira que deixou quando saiu. Ele tirou a roupa de Sicário Sombrio, e a guardou em um baú, e então deitou e descansou até a hora do evento de Özsüt. No dia seguinte, Istambul estava bem ensolarada, com as ruas no bairro de Gálata bem movimentadas, com vários competidores bem fortes e grandes, Peter Hood chegou entre eles, e apesar de ser bem forte e musculoso, ele ainda era muito pequeno e mixuruca perto dos outros competidores. Os outros competidores olhavam com desdém pra ele, mas Peter não se importou nem um pouco com isso. Não demorou muito, e um dos organizadores do evento já passou distribuindo um arco e flechas para cada um dos participantes. - Certo, como todos sabem, a primeira prova é atingir todos os alvos no menor tempo possível, sendo sete alvos. Ele então se virou, e foi apontando para cada um, o primeiro estava no topo de uma árvore muito alta, o segundo estava numa tora de madeira que tinha várias outras toras de madeira na frente, sendo difícil de pegar um ângulo. O terceiro estava cercado por um monte de caixas grossas, que pesavam no mínimo uma tonelada cada. O quarto, no fundo de um tanque d'água, que muitos já acharam super difícil, por ser bem complicado da flecha cair reta até o fundo do tanque. O quinto estava dentro de uma casa, tendo pelo menos três janelas na frente dele para obstruir o caminho. O sexto estava no meio da torre de Gálata, bem no alto. E agora o sétimo que era o mais difícil de todos, estava atrás da torre de Gálata. - Esses são os alvos, boa sorte. Um cesto foi posto na frente de todos eles, com muitas flechas, e o primeiro concorrente foi até ali, e pegou uma flecha, e logo foi até o primeiro alvo, a árvore alta, e ele conseguiu atingir o alvo, porém pegou bem na ponta, fazendo ele ter a média mais baixa até agora, pelo menos no primeiro alvo. Ele pegou outra flecha e já partiu pro segundo que estava numa tora, entre outras toras de madeira, e que por incrível que pareça, ele pegou o ângulo certo e acertou bem no meio do círculo, tendo a nota máxima de pontos no segundo. E sem perder tempo, ele já pega mais uma flecha e parte pro terceiro, que estava no meio das caixas grossas, e já dispara a flecha pro alto, porém erra muitas vezes, porque pelas caixas serem grandes, ele não tinha muita noção de onde o alvo estava, e depois de gastar muitas flechas, ele finalmente atinge, ouvindo o som da flecha acertando o alvo. Agora é hora do quarto, o tanque d'água, que era o segundo mais difícil, e o concorrente tenta atirar três vezes, mas as flechas perdiam a força quando entravam na água e ficavam boiando. Mas no último tiro, a ponta da flecha prende na beirada do alvo, e ele passa com a média mais baixa nesse também. Era hora do quinto, e mais uma vez, o concorrente tira a nota mais baixa, tendo que quebrar os vidros com muitas flechas, até acertar o alvo. O mesmo valeu para o sexto, que estando no meio da torre de Gálata, dificultava e muito a mira, e ele nem chega a acertar, e já pula pro último, o alvo atrás da torre. Ele pega a última flecha e sai correndo, tentando dar a volta na torre, oque o faz perder muito tempo, já que era um percurso longo e contou muito tempo, mas pelo menos ele acertou o alvo com uma flecha só. Os outros oito concorrentes que vieram após ele tiveram um desempenho parecido, e o placar era: Concorrente 1 - 5:26 Concorrente 2 - 5:07 Concorrente 3 - 5:06 Concorrente 4 - 5:00 Concorrente 5 - 5:00 Concorrente 6 - 4:58 Concorrente 7 - 4:57 Concorrente 8 - 4:54 Agora era enfim a vez de Peter Hood, que segura seu arco com firmeza, e pega quatro flechas com uma mão, e as põe no arco. Todos ficaram de olho nele. Num movimento muito rápido, Peter atirou as quatro flechas, se virando para as direções de cada alvo, e os acerta em cheio, e sem perder muito tempo, ele pega mais três flechas com uma mão só, e atira duas, uma dentro da casa, quebrando os três vidros de uma vez só e acertando o alvo em cheio, e a outra no meio da torre de Gálata, também acertando em cheio. Agora era a vez da última, mas todos ficaram espantados quando viram que ele continuava mirando pro alto ao invés de correr para acertar a última flecha, e ele a atira, todos ficam estáticos, a flecha voa alto, e passa contornando a torre com o vento, e poucos segundos depois, um dos organizadores do evento que estava ali, recebe um aviso no ponto em seu ouvido, e então para o cronômetro em sua mão. - Vinte segundos! - avisou ele, mostrando o cronômetro na mão. Todas as pessoas que assistiam ficaram boquiabertas, e aplaudiam fortemente, enquanto os outros concorrentes olhavam para Peter com mais desprezo ainda. Agora a próxima etapa era o combate corpo a corpo, os vencedores seriam escalados para a etapa final. - É o seguinte, para essa etapa, separaremos vocês em duplas, e vocês lutarão entre si, só haverão cinco vencedores, então boa sorte a todos e que vençam os melhores. Peter iria lutar com o concorrente número nove, que se chamava André Doucett. Eles são os últimos a lutar, e sobem no ringue da praça pública. Doucett era um cara bem musculoso e maior do que Peter, ele é um francês branco, careca e com um mustache laranja no meio do rosto, e um olhar assassino que não conseguia disfarçar toda vez que olhava para Peter Hood. - QUE COMECE A LUTA! - anunciou o juiz. Doucett veio pra cima de Peter, e já o segurou pela cabeça, apertando com força, mas Peter segura o dedo mindinho e o polegar dele e o torce, a dor fez Doucett o soltar, e Peter deu um rasteira no pé direito dele, fazendo com que ele perdesse o equilíbrio e caísse de joelhos, e ele já completa dando dois socos na cara de Doucett e finalizando com um gancho de direita, fazendo ele cair no chão desmaiado. O juiz bate o sino, declarando Peter Hood vencedor. Todos ficaram muito impressionados, e aplaudiram. Naturalmente haveria um segundo round, mas Doucett ficou apagado depois dos golpes que recebeu e ficou inválido para lutar. Peter também entrou pro guinness book com o recorde de luta mais rápida do mundo, com ela durando apenas 8 segundos. Ele e mais outros quatro concorrentes tinham sido selecionados para a última etapa, procurar o objeto perdido por todo o bairro de Gálata. O instrutor chegou na frente deles e explicou: - Quero dar meus parabéns a vocês senhores, foram selecionados para a final. Mas também devo avisar que oque está por vir não é nada fácil. Aquele que encontrar o objeto perdido, que é uma estátua de uma águia, feita de madeira acácia, será o vencedor. d****o sorte a todos. E então o instrutor saiu, e os cinco se prepararam. Um organizador veio com uma p*****a e apontou pro alto. - 3, 2, 1... valendo! Ele dá um tiro pro alto, e na mesma hora todos saem correndo em direções opostas. Todos os quatro foram pelas ruas em volta da torre, mas Peter subiu em cima de uma casa que estava atrás dele, oque foi uma decisão curiosa pra todos ali, já que a casa era muito pequena e se ele estava intencionando olhar em volta para procurar pelo item, aquilo não daria certo. Mesmo assim, Peter continuou ali, agachado e aparentemente pensando. Os outros concorrentes continuavam correndo por todos os lados, revirando cada cesto, lixeira ou o que fosse procurando pelo objeto. Peter ainda estava parado ali, com todos olhando pra ele, até que ele repara que a porta da torre de Gálata estava entreaberta, vai até lá e entra na torre. Um tempo depois, já estava quase anoitecendo novamente quando todos os concorrentes voltaram de mãos vazias, e todos ficaram surpresos ao ver que Peter ainda não tinha voltado. Minutos depois, ele sai com a águia de acácia nas mãos, e a entrega ao instrutor, que estava boquiaberto, e perguntou: - Como você sabia? - Eu já tinha reparado que o bairro de Gálata era bem mais iluminado em alguns pontos do que o normal, me dei conta disso ao ver que as ruas de baixo tinham mais espelhos que o normal, e como hoje é um dia super ensolarado, os espelhos estavam posicionados para propositalmente refletirem a luz do sol, eu achei que isso era por acaso, mas fui testar essa teoria quando fiquei em cima daquela casa. Tentei sentir o vento, mas ele estava indo para o sul, ou seja, para longe da torre de Gálata, e quando vi a porta entreaberta, eu subi o mais rápido que pude até o topo e procurei pelo item, mas só achei um cofre com senha, mas ao olhar pra trás eu vi um mapa enorme por todo o bairro, e o reflexo dos espelhos estavam formando quatro números, com uns virados para os outros. Acho que o que me fez demorar mesmo foi o tanto de combinações que esses números tinham, mas nada impossível. 1359 é a senha, e aqui está seu pássaro de madeira. Todos ficaram boquiabertos. - Q-Quem é você? - o instrutor estava perplexo. - Me leva logo até o seu chefe. Naquele dia, mais tarde, após a entrega das medalhas, Peter foi até o endereço da casa de Özsüt, a qual a passagem era por trás de uma parede secreta dentro de um bar, entrando por uma porta do lado do fogão na cozinha, Peter dá de cara com um longo corredor iluminado com velas. Ele foi vestido de Sicário Sombrio. Se aproximando do portão da casa, dois seguranças que estavam nas portas o pararam. - Perdão senhor, deve entregar suas armas para poder entrar. - Mesmo? Segura aqui então. Peter pegou uma espada nas suas costas e deu uma coronhada nos dois com ela, os desacordando. Depois ele sobe pelas escadas, sorrateiramente. Özsüt vestiu um paletó branco, se arrumando para receber o campeão. - Dizem que esse campeão do torneio é verdadeiramente formidável, senhor. - comentou um guarda. - Estou ansioso para conhecê-lo, tenho certeza de que deve ser o melhor dos melhores. Özsüt é um homem gordinho, de pele um pouco escura, careca e com uma barba encaracolada. ele termina de se arrumar pondo um turbante com uma pena amarela, e então vai até a porta de entrada receber o campeão, e observa ansiosamente os números do elevador subindo, e o campeão se aproximando. - Finalm... Quando a porta do elevador se abre, os dois guardas que estavam ao lado de Özsüt levam uma flechada cada, no ombro, mas eles não morrem, ficam apenas presos na parede atrás. Outros guardas que estavam dentro da casa também saíram e abriram fogo contra o Sicário, que foi andando e defendendo com o escudo, até que um veio com um facão e o Sicário guardou o arco e puxou uma espada das costas, defendendo o ataque do facão dele com sua espada e depois o apagando dando com o escudo na cara dele, e logo vieram os outros três guardas, e Peter guardou o escudo e a espada, depois puxou o arco em suas costas e o transformou num bastão, e já atacou o primeiro guarda com um golpe na cabeça, depois rodou o bastão e deu com ele na perna do guarda, fazendo ele cair de joelhos, e Peter o finalizou o nocauteando com uma batida na cara. Logo os outros dois vieram, mas caíram facilmente assim que Peter deu uma pancada forte na cabeça dos dois, e eles desmaiaram. Com o caminho livre, ele foi andando devagar em direção a Özsüt, que deu um grito de medo. - O-Oque você quer? Eu tenho dinheiro, pode ficar com tudo! Ele ia andando pra trás pegando coisas como jarros, potes de incensos, retratos e jogando tudo no Sicário Sombrio. Até que ele cai sentado numa poltrona, tremendo de medo, e começa a implorar: - Por favor, eu não fiz m*l a ninguém, pelo menos não mais, por favor não me mate! O Sicário pôs a espada debaixo do queixo dele e levantou a cabeça dele com ela. - Isso só vai depender de você, me dê o'que eu quero, e vou embora pacificamente. - Claro, o'que quiser! - Primeiro, mande seus homens recuarem, eu sei que tem mais deles chegando. Tremendo muito, Özsüt pega o rádio em seu bolso e fala em turco: - Geri Çekilme. - Recuar. Então abaixou o rádio. - Ótimo. Quero que saiba que meu intuito aqui não é machucar ninguém, apenas me diga onde está Tarik Niazi. Ele arregalou os olhos ao ouvir isso. - Você quer m***r o Tarik? - Ele é quem quer me m***r, só quero descobrir a razão. - O Tarik? Ele não faria uma coisa dessas, ele está aposentado. - Mercenários não se aposentam. - Mas ele sim. Quem é você, afinal? - Já ouvi dizer que ele gosta de me chamar de Sicário Sombrio. Özsüt levantou a sobrancelha direita, e olhou descrente para Peter Hood. - E você ainda se pergunta o porquê ele está te caçando? - Isso é alguma coisa óbvia que eu deveria saber? Özsüt respirou fundo, e propôs: - Que tal nós sentarmos e tomarmos alguma coisa? Claramente a nossa intenção aqui não é m***r um ao outro. - É justo. Então ele tirou a espada do pescoço de Özsüt e ele pegou um drink pros dois, porém Peter se recusou a beber. - Desembucha, balofo. O que o Tarik quer comigo? - Ele nunca contou a ninguém, tudo o que sei é que depois que você apareceu, ele sofreu um trauma tão terrível que até largou a vida de mercenário e fica agora trancado dentro da própria mansão. Afinal, oque foi que você fez com ele? - Eu não fiz nada, ele deve ter se confundido. - Acho que ele não se enganaria a respeito disso. - Só me dê a localização dele, e eu prometo uma conversa pacífica, se ele colaborar, é claro. - Sinto muito, desde que Tarik se isolou, ninguém mais sabe da localização dele. - Mas você ainda deve ter algum contato com ele... - Sinto muito, eu também me aposentei. Peter se enfureceu e apontou o protótipo de a**a em seu pulso esquerdo para Özsüt. - É bom parar de me enrolar, gorducho. - Acredite, eu não tenho razão pra isso. Peter viu que o homem estava sendo sincero, e então abaixou o braço, e foi embora, muito frustrado. Ele sai pela porta secreta novamente, e respira fundo. Depois vai até o antigo apartamento de Sofia, que estava com várias faixas de interditado, mas ele passa por elas, e vai atrás daquele quadro, e o encontra no chão, meio sujo, mas ainda legível. Peter vê a marca da poça do sangue de Sofia no chão, e segura o quadro com ainda mais força, tentando não se descontrolar. Ele lê o quadro calmamente, e acaba dando de cara com um detalhe que tinha deixado passar: - Cisterna de Teodósio, é isso!
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