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Innocence Is Not An Excuse

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intro-logo
Blurb

A história se passa nos Estados Unidos, e acompanha a vida de Mia, uma jovem que viveu uma vida conturbada e sofrida ao lado da mãe, do padrasto e dos irmãos.

Com tudo que lhe acontecia, Mia passou a fazer coisas inadequadas para uma criança. Aos 8 anos ela fez sua primeira vítima, e aos 9 anos a segunda.

E o que fazer quando uma criança que é o símbolo da inocência é capaz de matar outras crianças? Será que tudo que ela sofreu lhe dá motivos para fazer isso?

Após matar duas crianças, Mia é presa, vai a julgamento, e é condenada há 10 anos de prisão.

Os anos se passam, a jovem é posta em liberdade e a partir daí fará de tudo para reencontrar os irmãos e acabará reencontrando também seu melhor amigo de infância, mas será que Mia conseguiu se redimir ou seguirá cometendo crimes?

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E Foi Assim Que Tudo Começou...
26 de janeiro de 2009, Estados Unidos - Eu te odeio. - Falei ao enforca - lo. Ele se debatia e tentava tirar minhas mãos do seu pescoço, mas eu era mais forte que ele, afinal, ele só tinha 5 anos, enquanto eu tinha 9. De repente ele parou de respirar, ele estava morto. Eu havia o matado. Me sentei do lado do corpo dele e comecei a chorar, eu queria apenas lhe assustar, não era minha intenção matá-lo. (...) Minha família e eu éramos do Rio de Janeiro, mas morávamos nos Estados Unidos há sete anos, me considerava mais estadunidense do que brasileira, pois não tinha lembranças da minha vida no Brasil. O patrão do meu pai havia o transferido, por isso tivemos que nos mudar. Assim como meus pais, meus irmãos e eu éramos bilíngues, falávamos inglês e português perfeitamente, nunca me importei com isso, até achava legal saber um segundo idioma. Minha mãe, Lúcia, tinha 15 anos quando ela engravidou de mim, por diversas vezes ela tentou me abortar, mas foram tentativas inúteis, acabei nascendo para a tristeza dela. Mamãe sempre me odiou e me tratou com desprezo, fui rejeitada a minha vida toda por ela, acho que ela me culpava por eu ter nascido, pena que os abortos deram errado, queria nunca ter nascido para não ter que passar por tudo o que passei. Ela era uma mulher fria, ambiciosa, só queria saber de fumar seus cigarros e tomar algumas cervejas, nunca se importou com a gente, não cuidava da nossa higiene e estava se lascando pra nós. Nunca a perdoei por todo m*l que ela me causou. Sempre desejei a sua morte. Eu tinha dois irmãos mais novos, Henry, de 5 anos e Megan, de 4 anos. Eu amava muito os dois, éramos inseparáveis, fazia tudo por eles, as vezes até assumia o papel de mãe dos dois, já que nossa mãe não era nada presente e nosso pai viajava muito a trabalho. Os dois eram crianças adoráveis, sempre me culpei por não ter acompanhado o crescimento deles, por ter ficado tanto tempo ausente, pelo fato das coisas não terem sido diferentes, eu queria que nada tivesse acontecido do jeito que aconteceu. O meu pai biológico eu nunca conheci, foi um cliente da minha mãe de quando ela trabalhava como prostituta. Kauê, tinha 21 anos quando começou a namorar a minha mãe, eu tinha 8 meses na época, sempre o considerei como meu pai e ele também sempre me tratou como uma filha, nunca fez diferença entre mim e os filhos dele. Era graças ao Kauê que eu não passava fome e estava sempre limpa. Com um pouco mais de 1 ano, eu falei a minha primeira palavra que foi ´´papa´´ ao esticar meus braços pedindo colo para ele. Papai conta que se emocionou nessa ocasião e que a partir desse dia ele fez questão de ser o meu pai. Ele sempre foi muito bom pra mim, sempre me deu amor, carinho, nunca me deixou faltar nada, mas tinha algumas coisas que ele fazia que me deixavam muito triste, que eu não gostava e nem entendia, apesar de amá-lo muito. Meus pais se casaram e passaram a morar juntos quando eu tinha 3 anos e pouco depois mamãe engravidou do Henry, eu queria muito um irmãozinho pra brincar, porém fiquei muito triste por saber que ele teria que passar por tudo o que eu passava, mas tinha esperança de que com ele fosse tudo diferente, mas nunca foi. Até hoje não entendo como o relacionamento deles durou tanto tempo, eram completamente diferentes um do outro.  Até os meus 9 anos, a minha infância foi marcada por momentos bons e ruins, mais ruins do que bons. A parte que eu mais gostava era de brincar na rua com os meus amigos e meus irmãos. Éramos ao todo 10 crianças, com idades entre 5 e 10 anos, os meus melhores amigos eram o Noah e a Ashley. Estudávamos na mesma escola e estávamos sempre juntos, éramos inseparáveis. As vezes eles dormiam na minha casa ou eu dormia na casa deles, era tão legal, não queria que as coisas tivessem mudado. Noah sabia como era ser rejeitado, ele era filho adotivo e nunca conheceu seus pais biológicos, pois ele havia sido entregue para adoção com 2 dias de vida e foi adotado aos 3 anos, embora ele fosse muito grato aos seus pais adotivos, ele ainda não entendia o porquê de ter sido entregue desse jeito. Ele era uma das pessoas que eu mais amava, nunca consegui esquecer o olhar de decepção dele, foi o que mais me doeu e ainda dói. (...) 08 de agosto de 2008 Eu estava com 8 anos, fazia 9 só na primeira semana de janeiro. Noah e eu estávamos deitados no quintal da minha casa, de barriga para cima enquanto olhávamos as estrelas daquele azul imenso. - Posso te contar um segredo? - Perguntei ao me virar para ele. - Claro. - Disse se pondo a olhar para mim. - Eu odeio a minha mãe. - Lhe confidenciei. - Por quê? - Me perguntou surpreso. - Porque eu sei que ela também me odeia, pela minha mãe eu não teria nascido. - Mia, como alguém pode te odiar? Sorri timidamente e voltamos a olhar para o céu. Gostei de escutar aquilo, foi uma das primeiras coisas que eu lembrei quando todo mundo começou a me chamar de filha do m*l, aberração, entre outras coisas... - Ela não liga pra mim, nem pros meus irmãos e não faz nem questão de disfarçar isso. Você não sabe quantas vezes eu fiquei doente, papai estava viajando e eu vomitando, ela não foi capaz de cuidar de mim, me dar um remédio, nada... E as vezes que eu pedi pra ela brincar comigo ou pra ler um livro pra eu dormir, e ela só me dizia ´´ah, garota, acha que vou perder meu tempo com bobagens?´´ Derrubei uma lágrima, e Noah pegou levemente em minha mão. Ficamos em silêncio apenas admirando aquele céu imenso. - Venham crianças, o jantar está na mesa. - Gritou papai. Fomos correndo e nos sentamos à mesa junto da minha família. Notei o olhar de Noah para minha mãe, era um olhar de desprezo, o mesmo olhar que me olharam alguns meses depois.  Noah e eu estávamos jogando vídeo game, quando papai nos mandou ir dormir. - Mas amanhã é sábado. - Reclamo. - Eu sei. - Disse meu pai. - Mas já está tarde pra duas crianças ficarem acordadas. Desligue isso e vão dormir. Ele me deu um beijo na cabeça e saiu do meu quarto. Desliguei o vídeo game e nos deitamos em minha cama. Eu tinha uma cama de casal no meu quarto, então sempre quando o Noah ou a Ashley iam em minha casa a gente dormia juntos (as). Henry e Megan como eram pequenos, dividiam o mesmo quarto. - Eu vou pedir pros meus pais te adotarem. - Me disse Noah. - Por quê? - Porque aí eles vão te cuidar e a minha mãe pode ser sua mãe também e eu tenho certeza que ela vai te cuidar com o mesmo amor que ela cuida de mim. - Obrigada, mas eu não quero deixar os meus irmãos, eles precisam de mim. - A sua mãe é uma boba, sabia? Pois ela tem uma filha incrível. - Obrigada. - Falei com um sorriso meio envergonhado. Ele me sorriu também e acabamos dormindo. (...) Minha relação com o meu pai era feita de amor e ódio, eu o amava e o amava muito por ele cuidar de mim e dos meus irmãos. Não, acho que não era amor, mas sim, gratidão, eu era muito grata a tudo o que ele fazia pela gente. Mas eu odiava e odiava muito quando ele machucava a mim e aos meus irmãos. Mamãe sabia de tudo e nunca fez nada, acho que ela gostava de ver a gente chorando, parece que sentia prazer nisso, ela era doente. Nunca a perdoei e por mim ela estaria morta e enterrada, pois foi culpa dela, dela e do meu pai, eles me tornaram aquela criança que eu virei pouco tempo depois. Eu tinha 2 anos e meio quando tudo começou, não lembro exatamente como foi, só lembro que eu gritava pedindo pra ele parar. Meus irmãos tinham 3 anos quando começaram a passar pela mesma coisa que eu, mas antes disso eles já viam tudo, eu só chorava para papai não fazer isso com eles, pra fazer apenas comigo, mas ele parecia não me escutar. Aos 2 anos eu nem tinha saído da fralda ainda, e já não era mais virgem, um bebê já tinha perdido a virgindade. Por muitas vezes mamãe também participava dos abusos, ela parecia não se importar com a gente e nem com a nossa dor, acho que não se importava mesmo, acho que sentia prazer, eu via o olhar de felicidade dela. E eu o olhava com ódio, com muito ódio. Lembro das vezes que eu imaginava eu matando os dois, mas eu não tinha coragem de fazer isso, o medo era maior do que a vontade.

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