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Coração Dividido

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Blurb

Depois de passar anos na prisão, Maria finalmente consegue a sua liberdade.

Porém, quando pensa que vai conseguir recomeçar a sua vida, é surpreendida pela morte de sua irmã gêmea Marcela, em circunstâncias misteriosas.

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Capítulo 1
Maria e Marcela eram irmãs gemeas, e muito unidas. Uma era sempre cuidando da outra. Eram tão idênticas que, às vezes, acabavam por confundir as pessoas. O que as diferenciava era a personalidade. Marcela era doce e delicada; Maria tinha um gênio forte, mas também sabia ser gentil. Duas irmãs, que acabaram sendo separadas para sempre pelo destino e uma tragédia. ****************************** Dias atuais. Aruba, Presídio Federal, ala feminina. - Meu Deus!... Já faz um pouco mais de vinte anos que eu estou aqui!... E minha irmã?... Como será que ela está?... - se perguntava Maria. - Eu nem sei por que ainda me preocupo com ela?! Marcela nunca veio me visitar, nem me escreveu, aquela ingrata! Depois de tudo que eu fiz por ela! - aborreceu-se Maria. #Flashback Maria on# No tribunal, o juiz proferiu a sentença. - Senhorita Maria Fernández, o juri a considerou culpada pelo crime de assassinato. De acordo com as leis do país, sua sentença é a prisão perpétua. - Não! - gritava Marcela. As duas irmãs se abraçavam e choravam. - Isso não é justo, Maria! Não é! Você está aqui por salvar a minha vida, por me defender! Precisamos fazer alguma coisa, Padre, por favor...! - Marcela, maninha, escute - disse Maria enxugando as lágrimas suas e de sua irmã - não há nada que possa ser feito. Eu salvei você, mas eu acabei matando um homem. Cometi um erro e vou pagar por isso. Mas eu salvei você e é isso o que importa. - disse Maria abraçando sua irmã. - Mas eu não quero ficar sem você, Maria! O que vou fazer sozinha?! - perguntava Marcela. - Você não vai estar sozinha, Marcela. O Padre Manoel vai cuidar de você, certo Padre? - Com certeza, filha. E tenha fé, Maria. Saiba que sempre estarei rezando por você. - disse o Padre. - Obrigada, Padre. Vou precisar muito de orações a partir de agora. - disse Maria. - O que vai ser de mim, sem você Maria?! - chorava Marcela. - Você vai continuar sendo essa pessoa maravilhosa que você é, e vai ser muito feliz. Prometa pra mim. - Eu prometo. Te amo, minha irmã. - disse Marcela. As duas dão o último abraço de adeus. - Eu te amo mais, irmãzinha. - disse Maria. O policial a leva, e aquela foi a última vez que Maria e Marcela se viram. #Flashback Maria off# Maria secava algumas lágrimas que caíram por causa das lembranças, quando a carcereira a chama. - Maria! - Sim, senhora. - O Diretor quer vê-la. - O que foi dessa vez?... Se foi por causa da briga na semana passada, eu já disse que foi a Domingas que começou, eu só me defendi!... E depois eu já fui pra solitária por isso, lembra? - Não creio que tenha a ver com isso. - disse a carcereira. - Aquele seu advogado bonitão está aí também! - O Alberto? "Mas o que pode ser?" pensou Maria. Maria é prontamente encaminhada a sala do Diretor. - Com licença, senhor. - Pode entrar, Maria. Sente- se. - Como vai, Alberto? - ela o cumprimenta tímidamente, já que estava na frente do Diretor. - Olá, Maria! - responde Alberto com um sorriso. O Diretor começa. - Bem, Maria, eu mandei que lhe chamassem, e seu advogado fez questão de estar presente, para que você soubesse que o juíz aceitou o seu pedido de indulto. - O que?! - disse Maria m*l podendo acreditar. - Quer dizer que eu estou livre?! - olhando para Alberto. - Sim, Maria! Conseguimos! - disse ele tão contente quanto ela. - Meu Deus do céu!... Eu... Eu finalmente vou sair daqui! - disse Maria emocionada. - Espero que aproveite bem a sua liberdade e não se meta em encranca, ouviu? - disse o Diretor. - Pode deixar, Sr. Diretor, eu vou me comportar direitinho! - disse Maria, m*l podendo conter sua felicidade. - Não se preocupe, Sr. Diretor. Eu vou ficar de olho nela! - brincou Alberto. Já do lado de fora, Maria abraçou Alberto. - Ah, Alberto! Muito obrigada, de verdade!... Eu nem sei como posso te pagar por tudo o que fez por mim todos esses anos! - Imagina, Maria! O seu sorriso, a sua felicidade, é o melhor pagamento que eu posso querer! - disse ele acariciando o rosto de Maria. - Eu nunca perdi as esperanças de que você sairia livre! - disse ele segurando as mãos dela. - Confesso que quase perdi as minhas. Mas você me mostrou que sempre vale a pena ter esperança! Sempre! - ela ria de tanta felicidade. - E agora? - perguntou Alberto - O que pretende fazer? - Sei que fiquei muito magoada com a minha irmã, Mercela, por ela ter me esquecido nessa prisão, mas eu gostaria muito de poder reencontrá-la!... O problema é que não sei onde ela pode estar. - lamentou-se Maria - Ah, mas isso não é problema!... Eu consigo essas informações rapidinho! - sorriu Alberto. - Sério, Alberto?! Pode mesmo fazer isso?! - disse Maria com o rosto iluminado. - Maria, eu sou advogado. Faço isso o tempo todo. Eu não fiz antes porque você me disse que não queria saber dela. - É. Eu sei... Mas Marcela é a única família que tenho. E apesar de tudo, eu a amo muito. - Não se preocupe, vou descobrir onde ela está. - disse Alberto. - Mais uma vez, muito obrigada, Alberto. *** Há milhares de quilômetros dali. México. Capital. Mansão San Roman. Um homem sentado no seu escritório. Possuía um olhar distante e vazio. Ele não era nem ao menos a sombra do que costumava ser: um homem feliz. Sua vida havia ficado mais triste, o que antes era colorido e iluminado, agora era nublado e sombrio. Seu nome é Estevão San Roman. #Pensentos de Estevão on# "Quinze anos! Já faz quinze anos que perdi minha esposa naquele maldito acidente!... E a ferida ainda dói como se fosse hoje! Apesar da ausência dela nesses anos todos, eu sempre procurei ser um bom pai para os meus filhos: Henrique, Pedro e Luíza. - enquanto acariciava a foto dos filhos. - O que não tem sido nada fácil!... Se não fosse a ajuda dos meus pais e de Tereza, acho que não conseguiria." #Pensamentos de Estevão off# Ele é tirado de seus pensamentos por sua prima Tereza. - Com licença, Estevão. - Pode entrar, Tereza. - disse ele. - Eu não queria te importunar, mas todos já estão esperando pra irmos à igreja. - Sim, vamos. Quando estavam saindo, Estevão segura a mão de Tereza. - Tereza? - Sim? - Quero agradecer tudo o que tem feito por nós todos esses anos. Sei que, às vezes, pareço não reconhcer o seu sacrifício. Mas saiba que te valorizo muito. - disse Estevão. - Estevão, te ajudar a cuidar dos meninos, todos esses anos, não foi nenhum sacrifício. Aliás, é o mínimo que eu posso fazer por ter sido tão bem acolhida nessa casa por vocês. A verdade é que Tereza sempre foi apaixonada por Estevão. E aguardou todo esse tempo para poder conquistá-lo. - Bom... Acho que podemos ir. -disse Estevão saindo do escritório de braços dados com Tereza. Luíza se aproxima. - Pode deixar que eu vou com o papai, tia Tereza. - disse ela soltando os braços dos dois. - Claro, querida. - Disfarçou Tereza o seu desconforto. Luíza era ciumenta de seu pai, mas sabia ser sutil e educada. O que deixava Tereza, ainda mais, com raiva. - Onde está o Pedro? - pergunta Estevão. - Bom... è que... Que... -gaguejava Luíza. - Ele disse que nos encontraria na igreja, pai. - disse Henrique tirando a irmã de uma roubada. - E a Carolina? Onde está? - pergunta Estêvão. - Sua prima ainda não chegou de viagem, Estevão. - disse Helena. - O voo deve ter atradaso. - disse Emiliano. - Muito bem, então vamos. Enquanto os outros saíam, Helena se aproximou de Tereza. - Você poderia dar menos na vista, Tereza. - O que? Como assim, tia Helena? - Tereza tenta desconversar. - Aprenda uma coisa, "querida", os homens podem até ser desapercebidos de certas coisas, mas as mulheres não. - disse Helena saindo. *** De volta à Aruba. Alberto acompanha Maria até o hotel onde ela vai ficar. - Obrigada, Alberto. Sinto muito por estar te causando tantas despesas, mas prometo te pagar centavo por centavo. - disse ela. - Se falar em dinheiro outra vez, vai me ofender, Maria. Sabe que faço isso com todo o gosto. Você fica aqui por hoje, enquanto vou buscar informações sobre sua irmã. - Está bem. Eu confio em você. - disse Maria. - Peça o que quiser do serviço de quarto. Nos vemos amanhã. - disse Alberto sendo gentil. - Combinado. Maria vai para o seu quarto, toma um banho bem demorado, como se quisesse tirar de seu corpo qualquer vestígio dos vinte anos que ficou trancada naquela prisão. Ela coloca um roupão, enrola os cabelos numa toalha e se senta no sofá. Por mais que tenha tomado banho, deixado o seu corpo limpo, as lembranças ainda estavam gravadas na sua mente e na sua alma, e sempre estariam. Então, ela resolveu concentrar seus pensamentos em coisas boas. - Alô? Serviço de quarto?... Eu gostaria de pedir um lanche... Sim, quero wafalls com geléia de amora. Obrigada. "Marcela adora wafalls com amora!" ela pensava sorrindo. *** De volta à Cidade do México. Igreja Nossa Senhora de Guadalupe. Todos estavam reunidos na igreja para mais uma cerimônia que se repetia ano após ano. Por quinze anos. Mas para Estevão, a dor ainda machucava como se fosse a primeira vez. "Meu amor, por que você teve que nos deixar?! Por qué?!... E ainda pensando que lhe fui infiel, meu amor! Nunca, minha vida! Nunca!" pensava Estevão. - E eu que pensei que nosso filho já havia superado essa dor, Helena. - disse Emiliano. - Acho que ele não vai superar nunca, Emiliano. Nosso filho amava a esposa demais. Mesmo com todas as desconfianças dela em relação a ele. - disse Helena. - Ainda não consigo acreditar como ela pôde acreditar numa história daquela. Que Estevão lhe foi infiel. Isso é um absurdo. - Também acho. Uma mentira que acabou causando essa tragédia. Perto de Estevão estava Tereza. "Cerimônia mais chata! Todo o ano a mesma coisa!... Eu já estou começando a ficar cansada disso.!" pensava ela. A essa altura, Pedro ainda não havia aparecido. - Henrique, onde está o Pedro? - pergunta Luíza. - A última vez que o vi foi ontem à tarde. - responde Henrique. - O papai vai matá-lo com certeza, se ele não aparecer aqui já! - Eu juro que não entendo esse comportamento do Pedro! Parece que ele faz de propósito pra afrontar o papai. - disse Henrique. - Sabe muito bem como ele é! - disse Luíza. Foi então que Pedro adentrou a igreja. Com a roupa do dia anterior, óculos escuros e parecia estar com uma baita ressaca. Estevão olha para o filho com "cara de poucos amigos", enquanto Pedro se senta perto dos irmãos. - Bom dia. - disse ele. - Isso são horas, mano?! - disse Henrique. - Onde é que você estava, Pedro?!... Se não estivéssemos numa igreja você sabe que o papai te mataria, não sabe? - disse Luíza. - Que eu saiba, o homem dos sermões é aquele ali. - disse ele com ironia e apontando para o Padre. Do outro lado, Emiliano e Helena conversavam. - Esse menino vai acabar matando o nosso filho de desgosto, Helena. - Não diga isso, Emiliano. O Pedro pode ser um pouco problemático, mas é um bom rapaz. Ele e Estevão só estão passando por uma fase. - disse Helena. - Uma fase que já dura mais de qinze anos. - disse Emiliano. - Tem razão. A verdade é que a mãe desses meninos tem feito muita falta pra eles e pra essa família. *** De volta à Aruba. Um pouco mais tarde. Alberto estava em seu escritório quando recebe a ligação que estava aguardando. - Alô?... Sim.... Você tem certeza disso?!... Está bem, está bem. Obrigado e até mais. "Meu Deus! Como é que eu vou dar essa notícia pra Maria? Como?!" pensava ele.

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