Mansão San Roman.
Helena vai até o escritório para ver como está seu filho.
- Estevão?... Posso entrar, filho? - ela pergunta.
- Claro, mãe. Entre. - ele responde.
- Como se sente?
- Do mesmo jeito, mãe.... Sabe, é incrível!... Essa cerimônia se repete ano após ano, e ainda me dói como se fosse a primeira. - disse Estevão.
- Ah, meu filho! Me corta o coração te ver assim. - disse Helena abraçando o filho. - Você precisa seguir em frente, não pode se deixar a****r!
- A senhora não faz ideia de como eu tento, mãe. Mas é muito difícil. - ele se levanta. - Por que Deus está sendo tão injusto comigo?!
- Não repita uma coisa dessa, Estevão! - disse Helena. - O que aconteceu com a Marcela foi uma fatalidade, algo que não se pode prever ou controlar!... Deus é sempre justo, meu filho. A vida e o destino é que, às vezes, não são.
***
Dia seguinte.
Em Aruba.
Alberto foi ao hotel buscar Maria para leva-la ao aeroporto. Ele a esperava no saguão, quando ela surge. Estava linda, mesmo a dor de ter perdido sua irmã, não lhe tirava a beleza. A verdade era que ela só tinha se arrumado um pouco, mas para Alberto, ela era uma visão.
- Nossa! - disse ele.
- Que foi? Eu exagerei? - pergunta Maria.
- Não!... Você está linda!
- Ai, pare Alberto! Assim você me deixa sem graça!... E então? Vamos? - ela pergunta.
- Vamos.
Alberto deixa Maria no aeroporto e os dois se despedem. Já dentro do avião, Maria começa a ter flashs de momentos felizes que teve com sua irmã.
#Flashback Maria on#
" - Marcela, eu prometo que nós sempre vamos cuidar uma da outra. Eu nunca vou deixar nada de r**m acontecer com voce. - disse Maria.
- Eu também prometo, Maria. - disse Marcela. - Sempre estaremos juntas.
#Flashaback Maria off#
"Eu sinto muito, irmãzinha!... Nenhuma de nós pôde cumprir a promessa!" pensava Maria enquanto as lágrimas caíam.
***
Cidade do México.
Mansão San Roman.
Emiliano e Helena tentavam convencer Estevão a ir com eles para a fazenda. Passar alguns dias.
- Tem certeza que não quer ir conosco, filho? Vai te fazer bem! - disse Helena.
- Sua mãe tem razão, filho. Você precisa tirar umas férias. Está trabalhando demais. - disse Emiliano.
- Não posso tirar férias agora, pai. Há alguns assuntos na empresa que requerem a minha atenção. - disse Estevão.
- A empresa! Sempre a empresa!... Sinceramente, não sei a quem você puxou. Seu pai não era tão aficcionado assim por essas empresas! - disse Helena.
- Não sou mais. - disse Emiliano. - Mas quando era jovem como o Estevão, eu também concentrava boa parte do meu tempo com esta empresa.
- Viu só, mãe? - disse Estevão sorrindo.
- Mas eu também tive um maravilhoso motivo pra deixá-la de lado um tempo, certo querida? - disse Emiliano abraçando sua esposa.
- Ah, meu querido! - disse Helena.
Estevão observava seus pais e em como eram felizes. Não conseguia lembrar-se de os ter visto brigar uma única vez, desde que era criança. E se perguntava se ele e Marcela também teriam sido felizes daquela forma.
- E só vão vocês dois? Tereza não quer ir, nem a Luíza? - pergunta Estevão.
- Luíza disse que tem alguns trabalhos da faculdade pra concluir. E Tereza?... Bem... Sabe como é sua prima. Não gosta do campo. - disse Emiliano.
- Como se o motivo fosse mesmo esse! - sussurrou Helena.
- Disse alguma coisa, mãe? - pergunta Estevão.
- Não. Nada. ... Mas a Carolina vai conosco, assim que chegar. Ela ligou e já está a caminho.
- Não, senhora! Eu já cheguei! - disse Carolina acabando de entrar. - Bom dia, família!
- Carolina, filha! Como vai? - disse Helena abraçando-a.
- Atrasada como sempre! - brincou Emiliano, antes de abraçá-la.
- Oi, tio! Que saudade! - disse Carolina.
Carolina se aproxima de Estevão um pouco sem graça.
- Oi, Estevão. - ela o cumprimenta.
- Oi, Carolina.
- Desculpa, primo. Eu não consegui chegar à tempo pra cerimônia de ontem, o voo atrasou. Me perdoe.
- Com uma condição. ... Que você me dê um abraço. Vem aqui.
- Ah, primo! Senti tanta saudade! - disse ela abraçando Estevão.
- E eu de você, Carol. - disse Estevão.
Estevão tratava Carolina como sua irmã mais nova. E Carolina gostava disso, pois ficara órfã muito cedo e foi acolhida por Emiliano e Helena, Estevão era como seu super irmão, amigo e protetor.
O que, lógico, deixava Tereza muito enciumada, pois o fato de sempre ser apaixonada por Estevão fazia com que ela se aborrecesse com qualquer aproximação de outras mulheres.
- E a mim, prima? Não vai me cumprimentar? - pergunta ela a Carolina, enquanto descia as escadas.
- Como vai, Tereza. - cumprimenta Carolina, um pouco áspera.
Carolina sempre teve o "pé atrás" com sua prima Tereza, o motivo ela não sabia explicar. Só sabia que não confiava nela.
Henrique e Luíza vinham descendo as escadas.
- Tia, Carol! - disse Luíza correndo abraçar a tia.
- "Pimpolhos"! - disse Carolina toda contente indo abraçar os sobrinhos.
- Tia, com todo o respeito, mas a senhora tá muito gata! - disse Henrique.
- Olha só! Como ele está galante hoje!... Obrigada! - disse Carolina. - E onde está o Pedro, que não veio aqui me dar um abraço?
- Ele ainda está dormindo, tia. - disse Henrique.
- Pois é. Aquele ali só acorda tarde! - disse Luíza.
- Se não passasse a noite na farra, não acordaria tarde. - disse Estevão um pouco aborrecido.
- Não tem problema, Estevão. Eu falo com ele depois, deixe ele dormir. - disse Carolina. - Mas e você, Henrique? Muitas namoradas?
- Só algumas, tia. - brincou ele.
- Esse aí só sabe contar vantagem, tia! - brincou Luíza.
- Mas com o charme natural dos homens dessa família, não me surpreende que Henrique tenha as moças aos seus pés! - disse Emiliano.
- Quer dizer que você também tinha as mulheres a seus pés, Sr. Emiliano San Roman?! - disse Helena.
- Eu?!... Não, meu amor! Você sabe que você é a única pra mim. - disse Emiliano com um sorriso sem graça.
- Sei! - disse Helena.
- Vovô, acho que o senhor se encrencou agora! - disse Luíza.
E eles acabam rindo. Com exceção de Tereza que não se enquadrava muito bem naquele retrato familiar.
Apesar de tudo, a família San Roman sempre tentava permanecer unida.
***
Porém, haviam pessoas que queriam acabar com essa união. Pessoas como Afonso Quinteros, sócio de Estevão nas empresas, mas que sempre nutriu uma grande inveja do mesmo. E essa inveja transformou-se em ódio depois da morte de Marcela, por quem Afonso sempre foi apaixonado em segredo.
Em seu apartamento na cidade.
- Mariana, meu amor!... Já faz quinze anos que você se foi!... Por que as coisas tiveram que terminar daquela forma?!... Por quê?!... Não era pra você ter morrido! Você não! - dizia ele tomando uma dose de whisky.
A dor nos olhos de Afonso, dá lugar ao ódio e a fúria.
- A culpa é toda sua, Estevão!... Mas eu vou fazer você pagar! Eu juro! - disse ele atirando o copo na parede.
***
Mais tarde.
Maria, finalmente chegara. Ela sai do aeroporto e vai direto para a igreja onde vivia Padre Manoel, o homem que cuidou dela e de sua irmã, por boa parte de suas vidas.
Padre Manoel está na sacristia quando ouve aquela voz o chamar.
- A sua bênção, Pe. Manoel!
Ele se vira e dá de cara com Maria.
- Maria, filha!
- Padre! Há quanto tempo! - disse ela beijando a mão dele e em seguida o abraçando.
- Que Deus te abençoe, filha! ... Mas quando chegou? - ele pergunta.
- Acabei de chegar, praticamente. Mas queria vir até aqui pra vê-lo. Percebi que as coisas mudaram bastante nessa cidade.
- Bastante, Maria. Mas venha, sente-se.... Precisamos conversar.
- Não precisa, Padre. Eu já sei de tudo. Sei que minha irmã está morta.
O Padre se surpreende por Maria já estar sabendo.
- Mas como soube? - ele pergunta.
- O meu advogado, o Alberto, ele conseguiu saber disso pra mim. É claro que quando lhe pedi que procurasse pela minha irmã, jamais me passou pela cabeça que a notícia que eu receberia seria essa.
- Lamento muito que você tenha ficado sabendo disso assim. - disse o Padre.
- Mas me diga, Pe. Manoel. Como foi que tudo isso aconteceu?
***
Empresas San Roman.
Estevão analisava alguns documentos, quando uma linda mulher entra em sua sala.
- Boa tarde, meu amor! - disse ela de forma sedutora.
- Boa tarde, Alice. Como está? - disse ele com certa frieza.
- Nossa!... Que recepção! - disse ela decepcionada. - É assim que recebe sua namorada? - disse ela se sentando.
- Desculpe, Alice. - disse ele segurando em sua mão. - É que eu não dormi direito essa noite e acordei muito tenso.
- Eu posso imaginar, querido, ontem foi a missa da sua falecida esposa. Eu queria ter estado lá pra te apoiar, mas como você disse que não seria prudente...
- E eu te agradeço por ter compreendido.... Bom... Mas me diga, o que posso fazer por você?
- Gostaria que você fosse ao meu apartamento, mais tarde. Precisamos conversar.
- Sobre o quê? - ele pergunta curioso.
- Sobre nós, Estevão.
- Está bem. Eu passo lá, à noite.
- Ótimo! - ela sorri.
Estevão demonstrava um desconforto no pescoço.
- Está doendo o pescoço, meu amor? - ela pergunta.
- Um pouco.
- Espera, deixa eu te fazer uma massagem! - disse Alice.
- Não precisa, Alice. Eu estou bem.
- Não me custa nada, Estevão.
Alice começa a massagea-lo e ele parece estar gostando. Alice se aproveita da situação para se sentar no colo de Estevão e beijá-lo.
Nisso, entra Henrique e vê os dois.
Ver aquela cena o incomodava, mas por quê?