Capítulo 3

1693 Words
Mansão San Roman. Helena vai até o escritório para ver como está seu filho. - Estevão?... Posso entrar, filho? - ela pergunta. - Claro, mãe. Entre. - ele responde. - Como se sente? - Do mesmo jeito, mãe.... Sabe, é incrível!... Essa cerimônia se repete ano após ano, e ainda me dói como se fosse a primeira. - disse Estevão. - Ah, meu filho! Me corta o coração te ver assim. - disse Helena abraçando o filho. - Você precisa seguir em frente, não pode se deixar a****r! - A senhora não faz ideia de como eu tento, mãe. Mas é muito difícil. - ele se levanta. - Por que Deus está sendo tão injusto comigo?! - Não repita uma coisa dessa, Estevão! - disse Helena. - O que aconteceu com a Marcela foi uma fatalidade, algo que não se pode prever ou controlar!... Deus é sempre justo, meu filho. A vida e o destino é que, às vezes, não são. *** Dia seguinte. Em Aruba. Alberto foi ao hotel buscar Maria para leva-la ao aeroporto. Ele a esperava no saguão, quando ela surge. Estava linda, mesmo a dor de ter perdido sua irmã, não lhe tirava a beleza. A verdade era que ela só tinha se arrumado um pouco, mas para Alberto, ela era uma visão. - Nossa! - disse ele. - Que foi? Eu exagerei? - pergunta Maria. - Não!... Você está linda! - Ai, pare Alberto! Assim você me deixa sem graça!... E então? Vamos? - ela pergunta. - Vamos. Alberto deixa Maria no aeroporto e os dois se despedem. Já dentro do avião, Maria começa a ter flashs de momentos felizes que teve com sua irmã. #Flashback Maria on# " - Marcela, eu prometo que nós sempre vamos cuidar uma da outra. Eu nunca vou deixar nada de r**m acontecer com voce. - disse Maria. - Eu também prometo, Maria. - disse Marcela. - Sempre estaremos juntas. #Flashaback Maria off# "Eu sinto muito, irmãzinha!... Nenhuma de nós pôde cumprir a promessa!" pensava Maria enquanto as lágrimas caíam. *** Cidade do México. Mansão San Roman. Emiliano e Helena tentavam convencer Estevão a ir com eles para a fazenda. Passar alguns dias. - Tem certeza que não quer ir conosco, filho? Vai te fazer bem! - disse Helena. - Sua mãe tem razão, filho. Você precisa tirar umas férias. Está trabalhando demais. - disse Emiliano. - Não posso tirar férias agora, pai. Há alguns assuntos na empresa que requerem a minha atenção. - disse Estevão. - A empresa! Sempre a empresa!... Sinceramente, não sei a quem você puxou. Seu pai não era tão aficcionado assim por essas empresas! - disse Helena. - Não sou mais. - disse Emiliano. - Mas quando era jovem como o Estevão, eu também concentrava boa parte do meu tempo com esta empresa. - Viu só, mãe? - disse Estevão sorrindo. - Mas eu também tive um maravilhoso motivo pra deixá-la de lado um tempo, certo querida? - disse Emiliano abraçando sua esposa. - Ah, meu querido! - disse Helena. Estevão observava seus pais e em como eram felizes. Não conseguia lembrar-se de os ter visto brigar uma única vez, desde que era criança. E se perguntava se ele e Marcela também teriam sido felizes daquela forma. - E só vão vocês dois? Tereza não quer ir, nem a Luíza? - pergunta Estevão. - Luíza disse que tem alguns trabalhos da faculdade pra concluir. E Tereza?... Bem... Sabe como é sua prima. Não gosta do campo. - disse Emiliano. - Como se o motivo fosse mesmo esse! - sussurrou Helena. - Disse alguma coisa, mãe? - pergunta Estevão. - Não. Nada. ... Mas a Carolina vai conosco, assim que chegar. Ela ligou e já está a caminho. - Não, senhora! Eu já cheguei! - disse Carolina acabando de entrar. - Bom dia, família! - Carolina, filha! Como vai? - disse Helena abraçando-a. - Atrasada como sempre! - brincou Emiliano, antes de abraçá-la. - Oi, tio! Que saudade! - disse Carolina. Carolina se aproxima de Estevão um pouco sem graça. - Oi, Estevão. - ela o cumprimenta. - Oi, Carolina. - Desculpa, primo. Eu não consegui chegar à tempo pra cerimônia de ontem, o voo atrasou. Me perdoe. - Com uma condição. ... Que você me dê um abraço. Vem aqui. - Ah, primo! Senti tanta saudade! - disse ela abraçando Estevão. - E eu de você, Carol. - disse Estevão. Estevão tratava Carolina como sua irmã mais nova. E Carolina gostava disso, pois ficara órfã muito cedo e foi acolhida por Emiliano e Helena, Estevão era como seu super irmão, amigo e protetor. O que, lógico, deixava Tereza muito enciumada, pois o fato de sempre ser apaixonada por Estevão fazia com que ela se aborrecesse com qualquer aproximação de outras mulheres. - E a mim, prima? Não vai me cumprimentar? - pergunta ela a Carolina, enquanto descia as escadas. - Como vai, Tereza. - cumprimenta Carolina, um pouco áspera. Carolina sempre teve o "pé atrás" com sua prima Tereza, o motivo ela não sabia explicar. Só sabia que não confiava nela. Henrique e Luíza vinham descendo as escadas. - Tia, Carol! - disse Luíza correndo abraçar a tia. - "Pimpolhos"! - disse Carolina toda contente indo abraçar os sobrinhos. - Tia, com todo o respeito, mas a senhora tá muito gata! - disse Henrique. - Olha só! Como ele está galante hoje!... Obrigada! - disse Carolina. - E onde está o Pedro, que não veio aqui me dar um abraço? - Ele ainda está dormindo, tia. - disse Henrique. - Pois é. Aquele ali só acorda tarde! - disse Luíza. - Se não passasse a noite na farra, não acordaria tarde. - disse Estevão um pouco aborrecido. - Não tem problema, Estevão. Eu falo com ele depois, deixe ele dormir. - disse Carolina. - Mas e você, Henrique? Muitas namoradas? - Só algumas, tia. - brincou ele. - Esse aí só sabe contar vantagem, tia! - brincou Luíza. - Mas com o charme natural dos homens dessa família, não me surpreende que Henrique tenha as moças aos seus pés! - disse Emiliano. - Quer dizer que você também tinha as mulheres a seus pés, Sr. Emiliano San Roman?! - disse Helena. - Eu?!... Não, meu amor! Você sabe que você é a única pra mim. - disse Emiliano com um sorriso sem graça. - Sei! - disse Helena. - Vovô, acho que o senhor se encrencou agora! - disse Luíza. E eles acabam rindo. Com exceção de Tereza que não se enquadrava muito bem naquele retrato familiar. Apesar de tudo, a família San Roman sempre tentava permanecer unida. *** Porém, haviam pessoas que queriam acabar com essa união. Pessoas como Afonso Quinteros, sócio de Estevão nas empresas, mas que sempre nutriu uma grande inveja do mesmo. E essa inveja transformou-se em ódio depois da morte de Marcela, por quem Afonso sempre foi apaixonado em segredo. Em seu apartamento na cidade. - Mariana, meu amor!... Já faz quinze anos que você se foi!... Por que as coisas tiveram que terminar daquela forma?!... Por quê?!... Não era pra você ter morrido! Você não! - dizia ele tomando uma dose de whisky. A dor nos olhos de Afonso, dá lugar ao ódio e a fúria. - A culpa é toda sua, Estevão!... Mas eu vou fazer você pagar! Eu juro! - disse ele atirando o copo na parede. *** Mais tarde. Maria, finalmente chegara. Ela sai do aeroporto e vai direto para a igreja onde vivia Padre Manoel, o homem que cuidou dela e de sua irmã, por boa parte de suas vidas. Padre Manoel está na sacristia quando ouve aquela voz o chamar. - A sua bênção, Pe. Manoel! Ele se vira e dá de cara com Maria. - Maria, filha! - Padre! Há quanto tempo! - disse ela beijando a mão dele e em seguida o abraçando. - Que Deus te abençoe, filha! ... Mas quando chegou? - ele pergunta. - Acabei de chegar, praticamente. Mas queria vir até aqui pra vê-lo. Percebi que as coisas mudaram bastante nessa cidade. - Bastante, Maria. Mas venha, sente-se.... Precisamos conversar. - Não precisa, Padre. Eu já sei de tudo. Sei que minha irmã está morta. O Padre se surpreende por Maria já estar sabendo. - Mas como soube? - ele pergunta. - O meu advogado, o Alberto, ele conseguiu saber disso pra mim. É claro que quando lhe pedi que procurasse pela minha irmã, jamais me passou pela cabeça que a notícia que eu receberia seria essa. - Lamento muito que você tenha ficado sabendo disso assim. - disse o Padre. - Mas me diga, Pe. Manoel. Como foi que tudo isso aconteceu? *** Empresas San Roman. Estevão analisava alguns documentos, quando uma linda mulher entra em sua sala. - Boa tarde, meu amor! - disse ela de forma sedutora. - Boa tarde, Alice. Como está? - disse ele com certa frieza. - Nossa!... Que recepção! - disse ela decepcionada. - É assim que recebe sua namorada? - disse ela se sentando. - Desculpe, Alice. - disse ele segurando em sua mão. - É que eu não dormi direito essa noite e acordei muito tenso. - Eu posso imaginar, querido, ontem foi a missa da sua falecida esposa. Eu queria ter estado lá pra te apoiar, mas como você disse que não seria prudente... - E eu te agradeço por ter compreendido.... Bom... Mas me diga, o que posso fazer por você? - Gostaria que você fosse ao meu apartamento, mais tarde. Precisamos conversar. - Sobre o quê? - ele pergunta curioso. - Sobre nós, Estevão. - Está bem. Eu passo lá, à noite. - Ótimo! - ela sorri. Estevão demonstrava um desconforto no pescoço. - Está doendo o pescoço, meu amor? - ela pergunta. - Um pouco. - Espera, deixa eu te fazer uma massagem! - disse Alice. - Não precisa, Alice. Eu estou bem. - Não me custa nada, Estevão. Alice começa a massagea-lo e ele parece estar gostando. Alice se aproveita da situação para se sentar no colo de Estevão e beijá-lo. Nisso, entra Henrique e vê os dois. Ver aquela cena o incomodava, mas por quê?
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