capitulo 6

1091 Words

Narrado por Miguel Santana A sala de munição era fria. O tipo de frio que não vem do ar-condicionado, mas do silêncio. Metal, cheiro de óleo, pólvora e ferro velho. Ali, o barulho de fora não entra só o da consciência. As caixas estavam abertas, empilhadas no canto. Carregadores novos, granadas de luz, coletes táticos. Tudo organizado, tudo no lugar. Mas dentro de mim, nada tava. Peguei o fuzil novo, passei o pano na coronha, encaixei o pente e deixei o som do clack preencher o vazio. Sentei no banco de madeira, colete pendurado, o rádio mudo no bolso. Olhei pro relógio: 14h20. Ainda faltavam horas pra escuridão começar, mas a cabeça já tava nela. Peguei o celular. Sem pensar. O dedo discou no automático. Número decorado desde moleque. Chamou três vezes. Na quarta, atend

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD