📓 NARRADO POR MIGUEL SANTANA O dia ainda nem tinha clareado direito quando senti um peso subindo em cima de mim. Um peso pequeno, leve mas insistente. Logo depois, uma voz fininha, risonha, e nada discreta: — “Acorda, maninhoooo!” Abri um olho, grogue, e vi um borrão loiro pulando na cama. Era ela, claro. Manuela. Cabelos bagunçados, pijama de unicórnio e um sorriso que podia iluminar o morro inteiro. — “Não, Manu…” — resmunguei, com a voz ainda embolada de sono. — “Cinco minutos.” Ela riu e deu mais um pulo, caindo de joelhos no colchão. — “Cinco minutos nada! O sol já acordou, o g**o já cantou e o papai falou que quem dorme demais perde café e bolo!” — “Papai falou isso, é?” — murmurei, fingindo que ia virar pro outro lado. — “Então pede pra ele vir me acordar, quero ver se t

