capitulo 31

1151 Words

📓 NARRADO POR MIGUEL SANTANA O ar do Cruzeiro tava pesado. Nem vento, nem som, nem riso. Aquele tipo de silêncio que o morro faz quando sente que algo r**m tá pra começar. Amarrei o coturno, fechei o zíper da jaqueta e saí pro beco. A moto tava encostada onde sempre fica meio coberta de poeira, mas fiel. Passei a mão no tanque, como quem cumprimenta um parceiro de guerra. Meu pai ainda tava lá dentro, na sala. Não precisei olhar pra saber. O cigarro queimando devagar, o olhar perdido na janela, e o peso do que a gente não disse ainda grudado no ar. Subi na moto. O motor rugiu, grave, quebrando o silêncio do morro. E por um instante, eu quis que fosse só barulho. Mas barulho aqui nunca é só barulho é aviso. Tava prestes a descer quando ouvi a voz. — “Miguel!” O nome saiu sec

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