📓 NARRADO POR ANA LÍVIA MONTEIRO
(O quarto, o caos e o desgraçado do Santana)
Fechei a porta do quarto com a força de quem queria trancar o mundo inteiro do lado de fora. O salto voou pro canto. A bolsa bateu na parede.
Me joguei na cama como quem despenca do alto do morro: sem glamour, sem elegância, só o baque mesmo.
Afundei a cara no travesseiro e soltei um grito mudo.
Sabe aquele grito que ninguém ouve, mas o peito escuta?
Era esse.
Fiquei uns segundos ali, respirando o cheiro velho do meu próprio perfume misturado com o cheiro novo de tinta e vida que só quem viveu demais reconhece.
O corpo largado. O coração correndo feito gente fugindo da polícia.
E a cabeça?
Uma rave.
— “Parabéns, Ana Lívia. Parabéns MESMO.” — murmurei, bufando.
— “Tu some dois anos, vira mulher, rala i
