Conhecendo um pouco da outra gêmea

1067 Words
Helena Salvatore Hoje foi difícil me desvincular da minha irmã gêmea, Helô queria me levar a boate de Daniel, nosso primo, segundo a mesma somos jovens, não temos obrigação de nos casarmos por contrato e nosso pai não fica regulando as nossa saídas, somos soldadas e não mercadorias. Nas estrelinhas, minha irmã acha que não tenho vida, vivo para a máfia e somente isso, ela já verbalizou isso em um passado não esquecido, mas Helô não entende minha forma de retirar todo o meu estresse. Essa noite em especial tenho um compromisso, não posso mais adiar, então peço desculpas para Heloísa e vou para o meu lugar favorito na face da terra. Tinha um compromisso que venho adiando desde que meu tio está à caça dos traidores da máfia, isso vem levando cada tempo e esforço da minha parte, mas hoje finalmente posso fugir e não ser seguida. Sou a primogênita de Ícaro Salvatore e Sofia Salvatore, como a minha mãe mesmo fala, em cada oportunidade que aprontamos deixamos meus pais de cabelos mais em pé e mais grisalhos. Eu e a minha irmã somos o motivo de insônia do velho Ícaro Salvatore, desde da barriga da minha mãe, temos a importante missão de acabar com a paz do cafegeste que se converteu a religião Sofia, é uma grande blasfêmia, mas somente a minha mãe para mudar a cabeça de safado do meu pai. Hoje os dois não vivem sem o outro e claro, meu pai morre de ciúmes da minha mãe, mas nada abala a união daqueles dois, nem mesmo uma das filhas não tendo amor à própria vida. Digamos que eu sou a irmã enigmática da dupla, adjetivo relativo, próprio ou característico de enigma, me consideram um enigma ambulante, algo difícil de definir, todos tem dificuldade para me avaliar, saber quais são os meus reais sentimentos, quais serem as minhas reações. Todos choram quando um bebê nasce, eu fico feliz, eu juro que fico feliz, mas meu rosto não demonstra, eu tenho dificuldades para me abrir e demonstrar meus sentimentos. Ninguém conseguem saber o que não se consegue decifrar, indecifrável, meu rosto é passivo para tudo que acontece em minha volta. Sentimentos eu guardo para mim, sim, não sou como a minha família que vive rindo e sendo melosa uns com os outros. Meu amor é demonstrado através de proteção, cuidado e se precisar, eu morro por você, mesmo eu não rindo ou dizendo coisas triviais, darei a minha vida se preciso for, por isso a falta de amor próprio, eu não tenho medo da morte e confesso que abuso da sua paciência. Mas agora tenho manerado nas provocações e em colocar a minha vida em risco, não aguentaria ver a minha mãe chorando por mim. Então meu vício por adrenalina estou deixando de lado e focando em ficar quietinha na minha. Mesmo sendo uma das melhores soldados, não sou imortal e não tenho sete vidas igual a dos gatos. Permaneci mais quieta, observadora e sei exatamente tudo que acontece em minha volta, não finjo que estou atenta e sei das coisas, somente aproveito as oportunidades a meu favor. Meu pai fala que sou a cópia de Carlos Salvatore, reza as histórias que meu avô era fechado para sentimentos e demonstrações de carinho. Amou uma única mulher, essa que lhe foi arrancada do seio da família, depois disso nunca mais foi o mesmo, quem não se modifica após uma perca brutal? Segundo os relatos dos meus pais e tios, meu avô se fechou ainda mais para a família e se tornou um pai ausente. Era o melhor Dom da máfia italiana, mas fechado como um baú jogado nas profundezas do oceano, sem vida ou qualquer demonstração de afeto. Não é fácil de se compreender da parte dos seus filhos, o tempo o fez ver o que ele perdeu, mas a relação pai e filhos já tinham sido quebradas. Por isso meus pais e tios são tão amorosos, tão carinhosos e cuidadosos. Eu gosto disso, meu interior gosta, mas meu corpo demonstra tudo de outra forma. Sem demonstrações de sentimentos, fechada como uma ostra, aquela que todos tem como centrada e calculista, gosto de estar no controle e ser vista como forte. Sou a mais retraída e silenciosa dos primos, minhas características são vistas e respeitadas, não tem porque mudar o meu jeito de ver a vida e a forma que eu gosto de agir. (...) Eu estou em minha moto a uma boa velocidade ganhando as estradas da Itália, tenho um compromisso na cidade vizinha, Nápoles é meu refúgio, o lugar que corro quando preciso me desligar um pouco de mim mesma. Nunca disse que ser uma rocha inabalável era fácil, até os fortes choram, eu somente quero me desligar de toda a morte que vive comigo a tira colo. Ao chegar em uma casa alugada por mim com outro nome, vejo que ainda estou sozinha, meu convidado ainda não chegou, eu sei que ele vem, ele sempre vem quando o chamo, nossa relação é baseada nos encontros e pronto. Corro para o meu quarto, arrumou o lugar para a minha visita, a sensação de não saber o que vai acontecer me deixa com t***o nas alturas, mas também não sou mais virgem, benefícios de ser uma soldada. Não passou meia hora e escutei a batida na porta, eu sei exatamente quem é, mas o doce da brincadeira é fazer de conta que não faço ideia de quem está na minha porta há essa hora. Abro a porta e lá está ele, com seu cheiro que nunca esqueço e sua voz grossa, o delegado sempre consegue me tirar do meu mundo totalmente diferente para uma vida totalmente imaginária. - Boa noite Senhorita, recebi uma denuncia que uma mulher estava sendo mantida refém nesse lugar...- Delegado Silvestre abre a porta sem que eu o convidasse, com sua postura de policial, seu ar de perigo e seus olhos que analisam todos os cantos da minha humilde casa. - Não tem ninguém aqui, senhor policial, estou sozinha nessa casa, nada de errado aconteceu, deve haver algum engano . Estou vestindo um vestido simples, praticamente pareço uma camponesa desprotegida, nada se parece a Helena temida nas ruas de Roma. Silvestre com sua barba perfeitamente cortada, seus cabelos pretos milimetricamente arrumados e suas tattoos vem em minha direção, agora sei que terei tudo que desejo desde do nosso último encontro...
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